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Posts Tagged ‘reflexões’

Agora com o caso de Reguengos de Monsaraz parece que Portugal acordou para a situação a que foram votados os idosos em lares. A verdade é que acuso o Governo e os Portugueses de pouco terem olhado para os mais velhos e ainda menos olharam para os idosos não institucionalizados.

Neste País só houve medidas para ostracizar idosos asilados e nem uma consistente para os que vivem em família. Houve para quem tinha crianças, o grupo de menor risco, mas nenhuma especifica para quem tinha velhos a seu cargo ou ativos em ambiente familiar, nem vi a sociedade olhar para isto.

Agora há mortalidade a mais não Covid e há risco a mais para idosos em lares e nas casas por onde estão distribuídos neste País e vejo duas explicações para isto:

  1. dava mais votos fechar escolas e creches para contentar um grupo profissional e casais novos, do que proteger de facto os mais vulneráveis a esta pandemia: os velhos, institucionalizados ou não.
  2. era bem mais fácil fechar instituições com crianças e serviços públicos e dava nas vistas do que de facto implementar medidas para proteger os idosos mantendo a sociedade a funcionar.

Infelizmente Portugal não foi o único, isto foi transversal à generalidade dos Estados democráticos no ocidente, agiram copiando-se uns aos outros sem corrigir o que estava mal… e insistem nos erros.

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Meu artigo de ontem no diário Incentivo

DESCULPAS FALSAS E MÁ-VONTADE

No meu primeiro artigo deste ano para esta coluna, quando ainda nem se pensava na pandemia, escrevi “para o ano novo de 2020 que agora começou, insisto que a prioridade do Faial se mantém: é a questão do aeroporto. É verdade que existem outras necessidades menores nesta ilha, úteis para o Governo nos desviar do essencial, mas a que serve de demonstração de que quem está no poder vai atender ao maior anseio dos Faialenses: é a pista do aeroporto da Horta”.

A última visita do Governo dos Açores ao Faial veio dar razão aos meus receios de que o executivo regional fez tudo para desviar atenções do essencial, ofertou-nos com um conjunto de projetos mais ou menos importantes e deixou de fora o principal: a ampliação da pista do aeroporto da Horta. Tal como deixou atrás aquela que talvez seja a mais antiga e a mais importante das restantes reivindicação da ilha: a conclusão da variante à cidade da Horta.

Na questão do aeroporto, há políticos no poder regional que continuam a vender a mentira de que os Açores não investem na ampliação desta pista por este ser de uma empresa privada, quando é falso! Só a gestão está concessionada à Vinci. Mas a infraestrutura é nacional, localizada nesta ilha e daqui ninguém a tira para a levar para outro lugar como aconteceu já com outros investimentos.

Vasco Cordeiro pode dar as voltas que quiser, a única verdade é que não disponibiliza verbas do orçamento regional para esta obra apenas porque: Não Quer! Não se esconde em desculpas reais de mau pagador, inventa uma falsa para a sua má vontade! Sei que há um coro de gente local que o acompanha sabendo a verdade toda, mas propaga a mentira imposta e obedecendo espera um cargo para si em detrimento de defender o interesse geral dos Faialenses.

Quanto à variante, gostei de ler um artigo na passada semana no Incentivo, escrito por um jornalista da ilha não envolvido com partidos. Este denunciava a falácia vendida pelo Governo dos Açores de que não podia completar a variante à Horta por o executivo do anterior Primeiro-ministro ter acordado que o financiamento de estradas tinha uma “prioridade negativa”. Isto quando precisamente este governo regional, que usava tal desculpa, acabava de anunciar a construção de duas variantes na ilha de São Miguel. Aprendam: para nós a desculpa de que o tipo de projeto não cabe nos financiamentos comunitários mas ao mesmo tempo cabem dois se for para outra ilha.

Assim vemos que as duas obras em que os Faialenses mais se envolveram nas suas reivindicações são precisamente as que o Governo dos Açores não atende. Tal deve-se apenas à falta de vontade do Governo Regional em resolver as necessidades maiores do Faial. Má Vontade, insisto, e algumas pessoas aqui residentes e encostadas ao poder repetem os falsos argumentos mandados de cima para nos enganar. Só não vê quem não quer ver a verdade. Mas em democracia somos livres até de apoiar a mentira e de nos deixarmos enganar.

Apesar da recusa de Vasco Cordeiro em atender ao essencial desta ilha, reconheço que o Governo dos Açores deu-nos um conjunto de outras prendas interessantes e benéficas para o Faial de modo a nos entretermos com isto e não darmos atenção ao essencial e estou convencido que muitos até ficam imensamente agradecidos e deixam-se levar neste engodo.

Cortar fitas de uma obra que ainda não sabemos quando e como vai entrar em funcionamento, assinar protocolos de cooperação com instituições da ilha e anunciar projetos foi de facto uma mão cheia de prendas que o Governo dos Açores no legou. Só faltou mesmo o mais importante: assumir comparticipar na ampliação da pista do aeroporto da Horta de modo a facilitar e a desbloquear a execução desta pretensão; e assegurar a construção da segunda fase da Variante à Horta, uma infraestrutura fundamental para o bom desempenho do projeto do Município e já em implementação de arranjo e reordenamento da frente-mar da cidade.

Para já há quem continue a tentar tapar-nos os olhos e a camuflar a verdade dos factos, enquanto outros conscientemente não querem ver a verdade, mas a democracia tem destas coisas.

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Meu artigo de de hoje no diário Incentivo:

UM VERÃO DIFERENTE E A QUESTÃO DO QUARTEL DE BOMBEIROS

Não haja dúvida que a realidade da pandemia está a tornar este verão diferente: os turistas são poucos, menos ainda que na época baixa, embora eles já andem por aí e cruzo-me com eles nos mais diversos pontos a visitar o Faial.

Mas a diferença é mais evidente por estarmos em ano de eleições legislativas e ver-se um pacífico confronto político, é como se o dia dos votos estivesse muito distante. Sem dúvida que a estratégia da oposição desaparecer durante o período de emergência não deu espaço à reentrada posterior de um debate de ideias sobre o que se pretende para os Açores no ciclo pós-pandemia, mesmo sem se saber quando este vá terminar já que tudo aponta para que o seu fim não esteja próximo.

É verdade que o Governo dos Açores, quer através de visitas estatutárias, quer por iniciativas das suas Secretarias Regionais, lá vai apresentando quase diariamente projetos em vias de arrancar no terreno ou iniciativas de projetos a passar a papel; sinal claro que está atento ao período pré-eleitoral que atravessa. Mas exposição e debate de ideias para o futuro dos Açores neste verão: nada!

Entre os projetos cujo papel está pronto para arrancar no terreno, felizmente, está o Novo Quartel de Bombeiros do Faial a construir em Santa Bárbara. Efetivamente o atual, talvez o mais bonito de todos os que já vi na Região, enferma de numerosos constrangimentos devido à sua longa idade, enquadramento urbano e o evoluir das exigências aos soldados da paz em termos de serviços operacionais de Proteção Civil.

Recordo-me de há vários anos ter sido pessoalmente auscultado sobre a localização em Santa Bárbara e lembro-me então, dado o troço da variante então em construção, o outro a pensar-se construir e as características geológicas do sítio de implantação, ter sido de opinião que o Novo Quartel de Bombeiros do Faial teria um enquadramento excelente para servir bem toda a ilha.

Depois disso, o segundo troço da variante à cidade da Horta caiu, apesar de quase concluído em papel não saiu dos gabinetes do Governo para o terreno e a realidade do magnífico enquadramento para servir bem toda a ilha mudou: o que também já denunciei há uns anos aqui neste jornal.

Fico contente se a obra for em frente, mas já não posso dizer que o enquadramento permite melhorar a rapidez de atendimento a todas as partes da ilha. Há zonas que ficarão com condições de prestação de serviço mais rápidas: as freguesias do lado sul. Mas, sem o segundo troço da variante ou sem uma alternativa de acesso livre e desimpedido que assegure uma circulação a grande velocidade em segurança para o norte da ilha, esta zona poderá sofrer maiores demoras de atendimento que urge pensar e compensar.

Não vale a pena negar a situação, o estado de negação só serve para não resolver o problema. Há sim que encontrar soluções. Se não for a variante, a que antes estava preconizada, então que seja outra. Passar a obrigar os veículos de socorro a circular ao longo de toda a cidade de sul a norte não torna mais rápido o trajeto para chegar às freguesias além Espalamaca. O percurso pela rua da Travessa no início parece desafogado, mas desemboca em afunilamentos na Volta ou em Santo Amaro que não estão resolvidos. Analisar a questão de forma séria e sem partidarismos é necessário.

Não usufrui ainda do novo Largo do Infante, mas já vi que está diferente. Uns gostarão mais, outros menos. Uns defenderão apenas por quem fez, outros criticarão por ser quem fez. Eu não me vou pronunciar num arranjo que tem virtudes e defeitos mas onde o essencial é todo o conjunto da Frente Mar da Horta ainda por concluir. Tal como acontece com o projeto de Saneamento Básico da cidade de que já não se fala. Apreciar bocados de projetos globais por concluir dificulta um juízo válido do todo e, tal como já demonstrei hoje no caso da variante, o não se fazer tudo o que estava convenientemente planeado no início pode dar depois resultados bem diferentes do idealizado. Espero para ver tudo um dia…

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Meu artigo de 30 de junho no diário incentivo:

HORTA ABERTA AO MUNDO E PARABÉNS À CIDADE

No tempo que parece o da duração de um relâmpago concluiu-se o mês de junho, não se deu pelo Santo António, o São João não foi à Estrada da Caldeira e nem o São Pedro desceu a vários portinhos do Faial. Só a pandemia é que se eterniza a ameaçar o mundo à nossa volta, insiste em não passar rápido e a humanidade anseia por uma cura efetiva que elimine o seu carácter mortal.

A nossa ilha, felizmente, já tem a sua marina aberta e o nosso aeroporto também retomou as suas ligações diretas ao Continente. Só que, para azar nosso, esta retoma coincidiu precisamente com um novo surto do SARS-Cov2 na região de Lisboa, o qual tristemente já remeteu o nosso País para o segundo pior lugar entre os Estados da União Europeia no que se refere ao aparecimento de novos casos de contágio por milhão de habitantes, mais grave que nós agora só mesmo a Suécia.

Infelizmente, isto aconteceu logo a seguir aos nossos Governantes terem, por interesse político, promovido a ideia de que o pior já passara e éramos dos melhores na Europa. Até foram a espetáculos com milhares pessoas em recinto fechado. Agora, tanto o Primeiro-ministro como o Presidente da República, têm o desplante de acusar de irresponsabilidade simples jovens que depois disso fizeram festas com centenas de participantes. Quem foi que começou por dar o mau exemplo?

Como de costume, os Governantes, quando as coisas correm bem, elogiam-nos enquanto chamam a si louros do sucesso, mas se por erros deles isto dá para o torto começam logo a acusar o Povo.

Embora os Açores tenham implementado uma estratégia de controlo de potenciais contaminados com o SARS-Cov2 para as pessoas que entrem na Região, infelizmente este método não é completamente eficaz, não só pela possibilidade de poderem ocorrer falsos negativos devido a uma contaminação ainda muito recente do infetado, como alguns com teste feito no Continente puderem contaminar-se logo a seguir no aeroporto, situado mesmo junto às freguesias de maior risco de contágio em Portugal, ou no avião. Por isso compreendo os novos alertas lançados há uma semana pela Unidade de Saúde da Ilha do Faial, pois agora o perigo dos Faialenses serem apanhados pelo Covid-19 é bem mais elevado do que desde abril último até ao passado dia de São João.

A demonstrar este risco já houve a situação de apenas numa segunda análise de um visitante a São Miguel este ter dado positivo e quando o alerta saiu o mesmo já nem se encontrava naquela ilha: o que desencadeou uma busca de potenciais contactos suspeitos, felizmente parecem ter escaparam ilesos… mas pode não ser sempre assim e no futuro pode acontecer ao contrário aqui no Faial.

Infelizmente, agora que o risco subiu passei a sentir aqui no Faial um maior relaxamento e vi a maior contestação em Faialenses à tomada de medidas de precaução para evitar o contágio. Certo que eram pessoas de idade com menor risco de desenvolverem sintomas graves da doença, mas não só contactavam com outros que eram próximos de idosos, como com visitantes. Cada vez tenho mais a ideia de que no desconfinamento muitas das medidas foram demasiado transversais e pouco específicas para proteger os mais velhos e os seus contactos próximos. Não é por certos Serviços Públicos terem atendimento exclusivo a idosos entre as 9 e as 11 horas que eles ficam mais protegidos, o vírus não é um noctívago que fica na cama até tarde durante a manhã: contamina a qualquer hora. Neste surto, Lisboa pode exportar contágios e atingir idosos em várias regiões.

Nesta semana a Horta fará 187 anos como cidade, não haverá também a habitual festa do mercado, apesar deste agora estar renovado e ser um espaço convidativo para passar umas horas numa noite de verão, nem haverá outras celebrações oficiais comemorativas que reúnam muita gente, mas ficam aqui os meus Parabéns para esta cidade da Horta onde trabalho e ao seu concelho onde decidi viver por amor a esta Terra das minhas raízes e onde tive a oportunidade de trabalhar. Faço votos para que a Horta tenha um futuro brilhante e os seus filhos possam continuar a ter orgulho nesta Ilha e ainda encontrem a oportunidade de cá se empregar, viver e de serem Felizes.

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Meu artigo de hoje no diário da Horta Incentivo:

UMA PÁSCOA DIFERENTE

Apesar do título falso e infeliz de um jornal nacional ter dito “Costa proíbe a Páscoa”, a verdade é que para os Cristãos está-se na Semana Santa e, embora de uma forma diferente e no pleno respeito das autoridades, eu e muitos outros vamos celebrar a Páscoa. É verdade que para os Cristãos esta Páscoa será celebrada de uma forma diferente, mas a ideia é igual: Jesus Ressuscitou como garante da força da sua Mensagem para nos amarmos uns aos outros e a Deus e vencermos a morte.

Já a Quaresma com quarentena foi um período de preparação para a festa da Ressurreição de Cristo vivido de um modo como eu nunca imaginara: uma Quarentesma por causa da Covid-19. Mesmo assim, mantive as minhas resoluções quaresmais e continuo a ter esperança de que, mesmo nesta tribulação, Deus nos ampara para ir-mos em frente: o que não é sinónimo de nos tirar as dificuldades do caminho, mas que nos dá sabedoria e capacidade para nos orientarmos, fazermos o que nos compete fazer e para preservarmos a esperança no futuro.

Contudo e tal como já referi no anterior artigo, embora o período pós-Covid-19 nos possa trazer oportunidades para mudanças positivas, trará, sobretudo muitas dificuldades económicas e sociais que não afetarão a todos de forma igual, mas quase ninguém ficará imune ao sofrimento.

Os Açores, onde o peso do turismo teve um crescimento significativo nos últimos anos e viu um decréscimo no peso e diversidade da produção de bens agrícolas, deverá haver um choque económico negativo forte e será pior se os turistas não recuperarem confiança em viajar. Então, o setor da restauração e hoteleiro será fonte de muito desemprego nalgumas ilhas, com queda de rendimentos de quem aí tem trabalhado, mas também a crise que se avizinha poderá afetar os preços dos bens que produzimos, compramos e na rendibilidade de pequenas empresas, abrindo vários problemas orçamentais em mais famílias Açorianas.

Espero que a solidariedade coletiva, privada e pública defendida no meio laico, de mãos dadas com a assumida pela caridade cristã dos crentes, possam suavizar muitas das agruras que aí virão. Sem dúvida uma forma de conjuntamente vivermos a mensagem da Páscoa.

Confesso que todos os dias sigo ansiosamente a divulgação dos números regionais para o coronavírus e apesar de várias ilhas já não terem ligações ao exterior há mais de duas semanas, infelizmente, teimam em continuar a aparecer novos casos e suspeitos e, quando houver mesmo a necessidade imperiosa de se baixar estas barreiras, ficaremos sujeitos a futuras contaminações, pior se ocorrerem ainda outras vagas. O que me preocupa, pois embora os nossos serviços de saúde agora já estejam melhor equipados que no início da pandemia, os nossos doentes e idosos continuam a ser vulneráveis e alguns de nós, como eu, vivemos com eles nos nossos agregados.

Assim, o futuro mostra-se perigoso para as nossas gentes da ilhas, apesar de sentirmos que foram tomadas medidas de proteção nos Açores mais rápidas e fortes do que no Continente, mas urge planear o dia a seguir a esta pandemia, pois ainda não surgiu uma medicação eficaz nem vacina e é preciso evitar que não se caia na situação de quando abrirmos as portas ver acontecer na Região o que bem parece estarmos a evitar na primeira vaga.

A todos, mesmo que diferente no estilo desejado, votos de uma feliz Páscoa que é sem dúvida a festa cristã da renovação da vida e da esperança no futuro.

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Meu artigo de hoje publicado no diário do Faial, Incentivo

COMO SERÁ A VIDA PÓS COVID-19?

Não vou escrever sobre a doença Covid-19, nem fazer recomendações e muito menos perspetivar a evolução desta pandemia nos Açores, em Portugal ou no Mundo: para isso, ouçam os médicos, acatem as orientações da Direção Regional de Saúde e sigam as notícias.

Em poucos dias o Mundo mudou e não será mais o mesmo, só não sabemos ainda como será. Quem seguia as inovações e alertas das ciências sabia que um dia uma pandemia, mais ou menos agressiva, surgiria, mas viam-se os líderes dos Povos a adiar a prevenção de riscos com aquele discurso habitual de que já há muito tempo se diz que vai acontecer e nunca aconteceu e preferiam investir em outras coisas mais populares que a curto-prazo rendiam votos. Mas já houve muitas pandemias na história da humanidade e algumas bem piores, infelizmente esta aconteceu nos nossos dias.

Num repente, muitas coisas que se diziam ser inviáveis tornaram-se possíveis e, por vezes, funcionam até melhor como certos casos de teletrabalho em muitas profissões na área de serviços. Algumas profissões não valorizadas e mal pagas mostram-se essenciais ao funcionamento da sociedade e sem poder parar como: as equipas de higiene, limpeza e saúde. O desporto profissional, a paixão de muitos, alimentada quase em permanência pelas TV e jornais, silenciou-se e saiu das tensões sociais. Agora como será a vida após o tsunami Covid-19 é o que gostaria de saber.

O teletrabalho valorizou-se e se antes muitas famílias com crianças, doentes ou idosos não os podiam acompanhar por estarem obrigadas a extensas horas fora de casa no emprego, pelo que tinham de desembolsar volumosas verbas em sobrelotadas creches, lares, ATL e afins; agora, prova-se que o trabalho à distância é compatível a muitas profissões no setor público. Provou-se que harmonizar a proteção à família e o emprego não é só reduções de horários e despesas em serviços sociais. Estas valências não se tornarão obsoletas, existirá sempre a necessidade de funções presenciais no empregador e, mesmo quem teletrabalha terá momentos que requerem deslocação ao emprego. Mas podemos aumentar a produtividade e poupar no orçamento de muitas famílias com o teletrabalho, libertando muitos espaços em lares e creches e resolver o problema de muita gente empregada que não encontrava lugar para os dependentes a seu cargo. Esta evidência vai ser aproveitada por governantes e empresários? Não sabemos.

Os problemas de engarrafamentos e da poluição são aliviáveis com a implementação mais geral do teletrabalho, uma alternativa a se dificultar acessos aos centros das cidades a quem tem mesmo de lá trabalhar, fazer compras ou lazer. Poupar-se-ia em estruturas de estacionamento de grandes dimensões que custam dinheiro ao erário público e melhoraria a qualidade do ar e de vida.

Mas no pós-pandemia muito poderá ser negativo além da dor e das mortes e pior será quanto mais intensa, maior número de vagas da doença e tempo esta durar. O teletrabalho deve afetar o pequeno comércio: como almoços na restauração, e talvez a confiança de comprar na internet cresça, o que gerará desemprego num setor com muita gente jovem, embora os serviços de levar a casa comida e outras compras possam aumentar e compensar parte deste problema. Mas não sabemos se o medo de viajar ficará. Pior se houver outras ondas pandémicas e a economia nos Açores e Portugal muito cresceu à sombra do Turismo, setor que já era criticado por muitos pelos seus incómodos, mas este ao atrofiar-se despedirá a seguir muitos jovens e há que pagar muitos investimentos em estruturas hoteleiras e turismo de habitação e o risco de falências e fecho não se pode evitar se os turistas não vierem. Assim, com a economia em queda e o desemprego a crescer não sei se as linhas de apoio social às pequenas e médias empresas serão suficientes para evitar outro tipo de crise.

Se houver mudanças económicas muito fortes, o efeito bola de neve pode levar a instabilidades políticas e sociais imprevisíveis, mas uma coisa já se tornou claro aos olhos de todos: este Mundo assenta em muitas fragilidades e basta uma catástrofe inesperada para tudo mudar na Terra. Em todas as crises há oportunidades a aproveitar e dificuldades a vencer e esta não será diferente. Votos para que tudo se recomponha e os Açores, Portugal e o Mundo venham a ficar melhores.

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Não há melhor sinal do desnorte da União Europeia que fechar as fronteiras ao exterior para se proteger o SARS-CoV-2, onde a taxa de contaminação ainda é baixa à exceção de 3 ou 4 países, enquanto mantém a circulação de pessoas dentro de portas, onde a taxa de contaminação e velocidade de propagação deste coronavírus é elevadíssima.

A UE vê o argueiro nos países  terceiros e não vê a trave dentro de portas.

Verdade que não há condições para fechar as fronteiras à circulação de mercadorias, pois há muito que nenhum Estado-Membro é autossuficiente em todos os alimentos básicos e a economia não pode virar a zero, os soldados desta guerra têm de continuar no campo de batalha e a retaguarda de abastecimento ativo.

O Governo de Portugal nesta crise tem-se mostrado tão obediente às diretrizes da UE como os anteriores executivos, sem nenhum capacidade de liderança no enfrentar a Covid-19, vai de arraste e até dificultou os mais afoitos como os presidentes dos Governos das Regiões Autónomas.

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Entre os exageros de algumas notícias falsas que circulam nas redes sociais que espalham o pânico e o desleixo de alguns que menosprezam as precauções, que não só podem expor-se mais ao vírus SARS-COV-2 como também o ajudam a propagá-lo aos outros, situa-se o comportamento adequado: o da calma com bom-senso.
Seguir as orientações das organizações oficiais de saúde é o primeiro passo importante.
É preciso ter em conta que ao anunciar-se hoje, 14 de março, que não há nenhum caso suspeito ou diagnosticado na ilha deve ser lido que aqui não deveria haver infetados a 1 de março, pois o vírus pode levar 14 dias a dar sintomas, por isso devemos ter precauções como se cada um de nós estivesse contaminado para tentar não contaminar os outros.
Na realidade não sabemos se o vírus chegou ou não, a doença pelo menos ainda não se desenvolveu.
Estar em casa o máximo de tempo e evitar contactos públicos desnecessários seguindo as regras para não contaminar ou ser contaminado compete a cada um de nós.
No caso de vir a suspeitar ter a doença Covid-19 deve em primeiro lugar telefonar à linha Saúde Açores acima na imagem e seguir as orientações que lhe derem, nunca ir para o hospital, centro de saúde ou pedir auxílo direto a quem não estiver a viver consigo para não correr o risco de contaminar desnecessariamente.

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Meu artigo de hoje no diário Incentivo:

O BULLYING DA SATA AO FAIAL

O atual Presidente do Conselho de Administração do Grupo SATA, Luís Rodrigues, bem avisou no fim de 2019 que a reestruturação da empresa iria doer. Isto para corrigir a sua situação financeira fruto de descalabros de gestão nos últimos anos devido às opções estratégicas erradas do Governo dos Açores implementadas por servis figuras obedientes dos seus presidentes nomeados pelo executivo regional. Só não disse onde doeria, mas logo suspeitei que o Faial apanharia por tabela.

Desde há já muitos anos que quando se tomam medidas estratégicas para alargar os serviços da SATA, o Faial, por norma, não beneficia dessa expansão: foi assim ao se compraram os últimos aviões e se escolheram aparelhos que não tinha condições para aterrar no aeroporto da Horta e onde já se sentia a falta de equipamentos; foi assim quando se aumentou o número de ligações para concorrer com outras empresas devido à liberalização do destino Ponta Delgada; e até foi assim ao se anunciar o alargamento da rota do Pico que se fez à custa do encolhimento das ligações ao Faial, mantendo o Triângulo o número insuficiente que a procura já exigia. Por outro lado, sempre que existem ações de reduções dos serviços da SATA o Faial volta a ser vítima direta dessas medidas.

Paralelamente, nos últimos anos, enquanto o aeroporto da Horta tem aumentado no número de passageiros e na procura, a quantidade de ligações desta infraestrutura ao exterior dos Açores tem vindo tendencialmente a diminuir. Pelo que não só já se perderam pessoas que pretendiam voar diretamente entre o Continente e o Faial que recusaram toques noutras ilhas e demoras de viagem daí resultantes, como se atrofiou a taxa de crescimento da circulação de passageiros nesta ilha pela falta de oferta disponível por parte da SATA.

Agora, com a falta de aviões que a SATA tem na sua frota para aterrar no Faial e a reestruturação da empresa anunciada, aonde é que havia especialmente de doer mais? No Faial, logicamente!

Descobriu-se isto apesar da SATA ter disfarçado o novo ataque ao Faial, anunciou em voz alta o mesmo número de ligações enquanto, por falta de aviões adequados a este aeroporto por opção anterior do Governo, em voz baixa, contratou o serviço a uma outra empresa: a Hifly, e esta assegura-o com um aparelho que leva menos passageiros. O que, na prática, corresponde à redução da oferta de lugares equivalente a menos uma ligação por semana.

Assim, independentemente do tipo de estratégia levada a cabo no grupo SATA: expansão, contração ou reestruturação; o Faial leva sempre pancada a doer. Deste modo e durante anos a fio, o Governo dos Açores, não só, mas sobretudo através do seu braço SATA, tem vindo constantemente a agredir o Faial. Uma espécie de bullying, palavra inglesa para a pratica de tirania e valentia contra os mais fracos indefesos, o que o poder político tem exercido continuamente contra os Faialenses.

Tal como nas escolas; onde o bullying tende a ser exercido pelos mais fortes com a ajuda de outros aliados oportunistas sobre alunos fragilizados, submissos que se calam e sofrem sem se revoltarem de forma eficaz que penalize o agressor; também no Faial se tem assistido a um tipo de passividade que nunca doeu ao prevaricador que nos agride e que se mantém poderoso à custa de alguns aliados que beneficiam de migalhas, enquanto a generalidade do Povo Faialense vai sofrendo sem uma revolta verdadeiramente eficaz. Até quando este bullying vai continuar?

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covid19 prop

Pelo gráfico acima publicado no jornal Expresso torna-se muito elucidativo quão perigoso pode ser o descontrolo da propagação da CoVid-19, basta pensar que a gripe espanhola matou mais gente que toda a primeira grande guerra, numa época que embora com menos conhecimentos científicos, havia muito menos circulação das pessoas.

Para quem diz que é apenas uma gripe mais agressiva, o gráfico mostra bem que tendo em conta os critérios do gráfico, o CoVid-19 uma pandemia desta poderá devastar vidas com uma amplitude de cerca de 78 vezes maior que a média de um surto de gripe sazonal, além do alarmante número de doentes em simultâneo que poderão existir no pico da crise.

Assim, prevenção individual e medidas coletivas pelo Estado atempadas tem toda a razão de ser, antes que se instale um pânico global e não relaxar nem entrar em paranoia. Basta bom-senso.

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