Meu artigo de hoje no diário Incentivo:
O BULLYING DA SATA AO FAIAL
O atual Presidente do Conselho de Administração do Grupo SATA, Luís Rodrigues, bem avisou no fim de 2019 que a reestruturação da empresa iria doer. Isto para corrigir a sua situação financeira fruto de descalabros de gestão nos últimos anos devido às opções estratégicas erradas do Governo dos Açores implementadas por servis figuras obedientes dos seus presidentes nomeados pelo executivo regional. Só não disse onde doeria, mas logo suspeitei que o Faial apanharia por tabela.
Desde há já muitos anos que quando se tomam medidas estratégicas para alargar os serviços da SATA, o Faial, por norma, não beneficia dessa expansão: foi assim ao se compraram os últimos aviões e se escolheram aparelhos que não tinha condições para aterrar no aeroporto da Horta e onde já se sentia a falta de equipamentos; foi assim quando se aumentou o número de ligações para concorrer com outras empresas devido à liberalização do destino Ponta Delgada; e até foi assim ao se anunciar o alargamento da rota do Pico que se fez à custa do encolhimento das ligações ao Faial, mantendo o Triângulo o número insuficiente que a procura já exigia. Por outro lado, sempre que existem ações de reduções dos serviços da SATA o Faial volta a ser vítima direta dessas medidas.
Paralelamente, nos últimos anos, enquanto o aeroporto da Horta tem aumentado no número de passageiros e na procura, a quantidade de ligações desta infraestrutura ao exterior dos Açores tem vindo tendencialmente a diminuir. Pelo que não só já se perderam pessoas que pretendiam voar diretamente entre o Continente e o Faial que recusaram toques noutras ilhas e demoras de viagem daí resultantes, como se atrofiou a taxa de crescimento da circulação de passageiros nesta ilha pela falta de oferta disponível por parte da SATA.
Agora, com a falta de aviões que a SATA tem na sua frota para aterrar no Faial e a reestruturação da empresa anunciada, aonde é que havia especialmente de doer mais? No Faial, logicamente!
Descobriu-se isto apesar da SATA ter disfarçado o novo ataque ao Faial, anunciou em voz alta o mesmo número de ligações enquanto, por falta de aviões adequados a este aeroporto por opção anterior do Governo, em voz baixa, contratou o serviço a uma outra empresa: a Hifly, e esta assegura-o com um aparelho que leva menos passageiros. O que, na prática, corresponde à redução da oferta de lugares equivalente a menos uma ligação por semana.
Assim, independentemente do tipo de estratégia levada a cabo no grupo SATA: expansão, contração ou reestruturação; o Faial leva sempre pancada a doer. Deste modo e durante anos a fio, o Governo dos Açores, não só, mas sobretudo através do seu braço SATA, tem vindo constantemente a agredir o Faial. Uma espécie de bullying, palavra inglesa para a pratica de tirania e valentia contra os mais fracos indefesos, o que o poder político tem exercido continuamente contra os Faialenses.
Tal como nas escolas; onde o bullying tende a ser exercido pelos mais fortes com a ajuda de outros aliados oportunistas sobre alunos fragilizados, submissos que se calam e sofrem sem se revoltarem de forma eficaz que penalize o agressor; também no Faial se tem assistido a um tipo de passividade que nunca doeu ao prevaricador que nos agride e que se mantém poderoso à custa de alguns aliados que beneficiam de migalhas, enquanto a generalidade do Povo Faialense vai sofrendo sem uma revolta verdadeiramente eficaz. Até quando este bullying vai continuar?
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