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Meu artigo de opinião de hoje no diário do Faial, “Incentivo”

PRECISAM-SE DE IDEIAS PARA O FUTURO DO FAIAL E DOS AÇORES

No final da passada semana, o Presidente da República promulgou a nova lei eleitoral para as legislativas da Região Autónoma dos Açores. Esta dá maior facilidade de conciliar a mobilidade dos açorianos com a possibilidade de exercer o direito de voto, criando condições para todos os eleitores deste ato deslocados fora da sua ilha de recenseamento poderem, naquele dia, votar noutra ilha deste Arquipélago, no da Madeira ou ainda numa das capitais de distrito no Continente, desde que comuniquem, atempadamente, onde pretendem exercer o seu direito de voto.

É verdade que este novo sistema permite reduzir uma desculpa para não votar. Agora se vai reduzir a abstenção… confesso, tenho muitas dúvidas pelo que abaixo escrevo, depois veremos se foi eficaz ou se o elevado número de eleitores que não votam fazem-no mesmo por não quererem votar.

Logo a seguir, o Presidente da República marcou a data das próximas eleições para o Assembleia Legislativa Regional da Região Autónoma dos Açores que, se não surgirem imprevistos até à última hora, ir-se-ão realizar no próximo dia 25 de outubro, coincidente com o dia proposto pela maioria das forças políticas com representação parlamentar regional e haverá excecionais exigências de saúde pública para não gerarem focos de contaminação pelo coronavírus SARS-Cov2.

Apesar das eleições, o que me preocupa é não estarem a surgir ideias novas, válidas e importantes nos vários partidos sobre o que pretendem para o futuro socioeconómico dos Açores, de modo a entrarem na agenda da discussão dos Açorianos e no confronto da campanha. À falta de ideias, o que até agora tem surgido é um desfile de caras a integrar nas listas candidatas dos diferentes partidos às eleições regionais e, como de costume, repetem-se as mesmas situações do passado que são essencialmente as três seguintes:

  1. O partido que está no poder repete a maioria das caras do parlamento ou do governo anterior nos lugares potencialmente elegíveis e consegue uma grande quantidade novos nomes, como estrelas conquistadas e capazes de melhorar o exercício da governação destas ilhas, para posições não elegíveis. Os antigos não apresentam ideias novas, limitam-se a dizer que agora é a vez de fazer o que não fizeram antes e os recém-chegados assistem calados e sem juntar novas ideias. No passado e acabada as eleições, a grande maioria destes novos nomes caiu no esquecimento como simples estrelas cadentes de vida política curta ou foram premiados para ocupar um lugar de nomeação política, vivendo neste limbo sem brilho. Os membros da força no poder que ansiavam por lugares elegíveis e deixados fora ficam caladinhos para evitar retaliações, pois mantém a esperança que, repetida a vitória, sejam lembrados para cargos na próxima máquina governativa.
  2. O maior partido da oposição, por ter um número de membros bem superior aos lugares disponíveis com perspetiva de eleição, tem neste período de apresentação de caras a preocupação de preservar os nomes que já são da máquina. Contudo, aqui não há o silêncio de todos os que ficaram de fora das vagas elegíveis, este sofre sempre o problema de ouvir neste altura protestos na praça pública, pois, como há pouca esperança de surgirem alternativas de nomeação a seguir às eleições, não há período de nojo para os preteridos que desejavam ocupar esses espaços ou para aplacar ódios intestinos aos escolhidos. Como habitual neste confronto, não se discutem ideias, só nomes.
  3. Os partidos mais pequenos têm escassez de membros para completar a suas listas e como praticamente qualquer lugar só é elegível com alguma sorte. Então, poucos estão individualmente a contar de facto com o período pós-eleitoral para ser eleitos ou nomeados, o que vier de bom será bem-recebido. Deste modo reina uma maior união em torno das listas, mas mesmo assim, aqui as caras novas surgem bem antes de haver lugar a qualquer nova ideia a defender.

Assim, apesar da nova realidade da pandemia, o período pré-eleitoral do ano de 2020 parece igual aos do passado, onde não se discutiram ideias que seriam bem-vindas. Só desfilam caras, o que não garante nada de novo e há ainda quem se admire com a habitual elevada abstenção nos Açores.

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Meu artigo de hoje no diário Incentivo

SUBSÍDIO DE MOBILIDADE: UM SINAL PREOCUPANTE

O subsídio da República de apoio à deslocação por avião dos Açorianos e Madeirenses entre as Regiões Autónomas e o Continente foi considerado pelo Primeiro-Ministro, em entrevista ao Jornal de Notícias da Madeira, como “absurdo e ruinoso”. Esta declaração criou incómodo nos comprometidos com o Governo dos Açores, mas o que foi dito por António Costa foi declarado de livre vontade por ele e todos sabemos que este não é nenhum ingénuo político para se expressar sem ter pesado bem o que disse. Por isso o sinal dado foi intencional e preocupante.

Dias mais tarde, o diário nacional Público pormenorizou, com base nas suas informações jornalísticas, “Costa quer limitar apoios à mobilidade aérea das ilhas”, reforçando que o Primeiro-ministro dissera que o atual modelo de apoio às viagens aéreas para as ilhas é “insustentável”. O mesmo sinal preocupante do que aí está para vir.

O assunto pode incomodar os que têm interesse em dizer que o líder nacional do PS é muito amigo das autonomias e dos Açorianos, não sendo conveniente informar da sua intenção em impor novos limites ao subsídio de mobilidade. Só que esta comunicação partiu de António Costa e não há volta a dar. Se o disse antes de eleições legislativas é porque nos está a preparar para algo que aí vem se continuar a chefiar o Governo. Não vai ser depois de conquistar os votos que se vai tornar mais benevolente do que agora se mostra quando lhe seria politicamente inoportuno levantar a questão.

Para quem a mudança vai ser mais desfavorável ainda não se sabe. Serão os Governos Regionais a arcar com uma parte do atual encargo? As transportadoras aéreas, como a TAP e a SATA, terão limites à especulação dos preços nas viagens de serviço público? ou para os cidadãos dos Açores e da Madeira aumentando os preços base dos bilhetes? Ou para todos com uma combinação de tudo isto? Nestas matérias costuma ser o Zé Povinho quem apanha a pior fatia. Outro sinal preocupante.

É verdade que o atual regime parece mais proteger os interesses das empresas de transporte do que o das pessoas que necessitam ou queiram viajar. Uma vez que a SATA e a TAP ao venderem bilhetes a preços elevados ficam com o nosso dinheiro e só depois os cidadãos são reembolsados do valor acima do definido para as ligações Açores, Madeira e Continente. O que disponibiliza verba em caixa às empresas em causa. Enquanto os Açorianos e Madeirenses que não consigam fundo de maneio à partida para cobrir a diferença de preço inicial são os que ficam sem poder comprar a viagem que desejam e como o que há é falta de lugares e não de passageiros quem perde são sempre os residentes destas ilhas interessados em viajar.

O esquema de fazer entrar dinheiro a mais na SATA, graças à especulação dos bilhetes pagos por nós, só não foi mais rentável porque os juros têm sido de rendibilidade nula e, sobretudo, porque a interferência do Governo dos Açores na gestão desta foi um desastre total: ao fazer, por interesse político, a transportadora regional optar por novas rotas e aviões que foram um desastre financeiro. Assistiu-se assim a uma oportunidade perdida de aproveitar bem as entradas elevadas de verba cobradas aos Açorianos que até poderia ter servido para bons investimentos que salvaguardassem o futuro da SATA, mas foi um desperdício total e à nossa custa! Agora não sei o que aí virá, mas seria conveniente ficar bem esclarecido antes das eleições. Pois suspeito que serão as pessoas que ficarão com a fatura mais pesada se isto não ficar convenientemente esclarecido a tempo.

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Meu artigo de hoje no Incentivo

BOAS-VINDAS E TIQUES

O navio Mestre Jaime Feijó chegou ao porto da Horta, bem-vindo! Talvez tenha sido a ideia de alegria mais divulgada nas redes sociais durante a noite de 24 de julho da passada semana por estas bandas dos Açores. Um contentamento a que me senti de todo associado como Faialense residente.

A abundância e unanimidade das manifestações de satisfação com a chegada deste navio à Atlanticoline, que vem substituir o acidentado Mestre Simão, mostrou bem a ânsia que os Faialenses, Picoenses e Jorgenses tinham deste equipamento para a assegurar ligações marítimas adequadas dentro do Triângulo e espero, de modo sincero, que com a presença do Mestre Jaime Feijó haja um planeamento atempado que permita a realização de um número de viagens entre estas três ilhas com qualidade e frequência que fortaleça não só a união das suas populações, mas também a identidade da realidade do Triângulo como destino turístico nos Açores.

Felizmente, nos objetivos as populações por estas bandas costumam ter sonhos e ambições consensuais e quando as coisas correm bem não têm complexo de manifestar-se unidas nas suas alegrias, independentemente da sua ilha de residência ou ideologia política.

Todavia, se existem problemas logo surgem divisões. Tiques doentios de lambe-botas que borram a transparência que os poderes públicos em democracia devem ter na resolução das dificuldades e dão força aos que querem a desunir o Faial, Pico e São Jorge. Não há que ter medo em assumir: o maior inimigo do Triângulo é gente opositora desta união instalada noutras bandas dos Açores que é influente na gestão e governação da Região. Esse grupo conta com aliados ingénuos ou interesseiros daqui que se deixam levar e argumentam com pistas falsas e meias verdades lançadas de fora para nos dividir com ódios bairristas, gastarmos energias em confrontos e nos distrairmos.

No modo como a SATA tem maltratado as gentes do Triângulo e abusado da paciência dos turistas para este destino; no modo como a Atlanticoline tem planeado os seus calendários de viagens que não favorecem a vinda às maiores festas do Faial, Pico e São Jorge nem são definidas com a antecedência para um bom planeamento de quem nos pretende visitar; no modo como o Governo se tem desculpado nas obras dos aeroportos, incidentes em portos e até no não explicar a interdição da praia do Porto Pim ou a não conclusão da variante, etc. as autoridades sempre contaram com colaboracionistas locais que nos desviam para causas não essenciais para que os responsáveis saiam ilesos e, pior ainda, as coisas não sejam resolvidas rápida e adequadamente.

Em democracia é normal as oposições questionarem o Governo: é como se assegura a transparência e se força a ação governativa. Mas é doentio o tique de colaboracionistas locais em desvalorizar estas questões, apelarem ao silêncio da denúncia, acusarem quem questiona em vez de ser exigente com os responsáveis dos incumprimentos que nos afetam. Isto só serve para fortalecer os vícios instalados, à perpetuação de incompetentes oportunistas ambiciosos, à desresponsabilizações das autoridades culpadas, à não resolução dos problemas e à vitória dos inimigos do Triângulo.

A todos votos de uma boa Semana do Mar e divirtam-se! Mas não se deixem deslumbrar com o brilho da festa de modo a ficarem ofuscados e cegos que impeça de ver e de defender o Triângulo e cada uma das suas três ilhas e no respeito das várias diferenças e particularidades de cada um.

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Meu artigo de hoje no diário Incentivo:

PUBLICIDADE ENGANOSA

Chegado aos meados de julho do corrente ano e a três meses das próximas eleições legislativas está haver cada vez mais sinais de que a divulgação no final de 2018 da notícia da inclusão no Orçamento de Estado de 2019, aceite pelo Governo da República, de uma referência às obras de ampliação na pista do aeroporto da Horta foi mera publicidade enganosa, feita para manter em lume-brando as perspetivas de execução desta pretensão enquanto se acalmava as hostes de Faialenses mais reivindicativos e ativos. Infelizmente estas obras inscritas com tanta divulgação não serão feitas. Ficaram-se pelas notícias no papel, mas não nascem no terreno.

Esta estratégia não é nova e tem funcionado bem para quem está no poder, embora me pareça que haja cada vez menos Faialenses que se vão deixando enganar com esta publicidade enganosa. Mas como tem corrido bem para o Governo Regional e empresas públicas por ele tuteladas, estes insistem no mesmo género. Não são “fake news” mas enganam à mesma as pessoas.

Na passada semana a Azores Airlines recebeu o primeiro de três aviões A321LR em regime de “leasing”, estrategicamente escolhidos por não poderem operar nos aeroportos do Faial e Pico, para onde, há anos, é evidente a carência de pessoal e de equipamento na SATA de modo a conseguir assegurar as reais necessidades na prestação de serviço para estas infraestruturas do Triângulo.

Curiosamente, li em órgãos de comunicação social que a Azores Airlines, descaradamente, justificara esta opção com o “continuar a sua estratégia de crescimento e de expansão da rede” para destinos europeus”. Isto depois de ser do conhecimento geral que foram estes os destinos mais responsáveis pelo grande descalabro financeiro que tem colocado em risco a sobrevivência económica o grupo SATA.

A insistência no crescimento desta estratégia deficitária e suicida para destinos abertos a rotas comerciais sem serem de serviço público, que só não atraem transportadoras privadas por não serem rentáveis, é publicidade enganosa de benefícios, pois já se sabe que sempre resultam em prejuízos. O que traz sim, a curto prazo, são vantagens de votos para o Governo dos Açores no maior círculo eleitoral da Região. O mesmo que nesta mesma semana também assumiu a sua total confiança no Conselho de Administração desta empresa pública regional de transportes aéreos, evidenciando como estão concertados nestas escolhas que ignoram intencionalmente as prioridades do Triângulo.

Reconheço que o mercado da saudade no continente americano não deve ser esquecido pela Azores Airlines, mas não tenho dúvida que ao existirem “gateways” nos Açores dependentes exclusivamente da empresa regional, incluídas no serviço público e sem alternativas de outras empresas, como são as do Faial e do Pico, para onde já existem carências de aviões e de pessoal na SATA, estas têm de ter prioridade sobre a outras rotas exteriores abertas à concorrência, ao contrário da opção feita no Grupo SATA em articulação com o Governo dos Açores.

Aquilo que é lógico e evidente não é a opção do Governo dos Açores e da SATA, por isso colmata o erro com publicidade enganosa, é verdade que há gente nestas ilhas que gosta de ser enganada… mas eu não.

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Meu artigo de hoje no diário da Horta “Incentivo”:

O TRIÂNGULO PODE VOAR… DESDE QUE SEJA BAIXINHO!

Existe uma ideia filosófica que diz que mais importante do que dar um peixe a uma pessoa é ensiná-la a pescar para esta se libertar pelos seus meios da caridade alheia em matéria de fome e pobreza. Só que o Governo dos Açores não quer que o Triângulo tenha condições de crescer livremente. Quer o Faial, o Pico, São Jorge e quiçá alguma outra ilha reféns da “solidariedade” oficial e interesseira que importa para preservar quem está no poder. Se não vejamos:

O Governo dos Açores na passada semana visitou oficialmente o Faial e programou um conjunto de eventos que, apesar de mostrarem investimentos positivos e socialmente bons, tendem a ser rebuçados para calar as vozes dos que alertam para a falta de investimentos cruciais para esta ilha de modo a assegurar o crescimento económico ambicionado pelos Faialenses.

Ninguém contesta os benefícios da inauguração e construção de instalações de apoio social, agora quanto a questões estratégicas essenciais como o aeroporto e as acessibilidades, logo o Governo dos Açores começa com discursos redondos sem se comprometer com nada de consistente e substancial.

O Executivo não tem problema em falar da concessão a privados fora da Região da sala de desmancha do Matadouro feita com dinheiro regional e na verdade percebo a via seguida dado que era preciso desbloquear o problema. Contudo, em contradição absoluta a este discurso, o mesmo Governo em simultâneo recusa investir a sério na ampliação da pista do aeroporto da Horta porque esta foi concessionada a privados exteriores aos Açores.

Ao Governo não importa que esta ampliação seja fundamental para garantir o crescimento económico do concelho da Horta sem constrangimentos nas acessibilidades aéreas. Aliás, suspeito mesmo que é isto que preocupa o Executivo regional, como é crucial para que esta ilha possa crescer sem amarras, então há que pôr travão! Não vá o Triângulo unido e o Faial em concreto crescer demais. Esta zona do Arquipélago pode voar… mas baixinho! Pode avançar… mas com trela curta, para o Governo dos Açores ter controlo nesta Gente!

O Governo dos Açores publicita reuniões com órgãos como o Conselho de Ilha para responder a questões que lhe sejam colocadas e mostrar a sua transparência na preocupação das causas dos Faialenses. Só está indisponível para responder diretamente aos cidadãos que estejam desvinculados de instituições, pois podem fazer perguntas inconvenientes. Transparência sim, mas com a dose, com uma certa de opacidade para não ficar tudo muito claro e o Executivo manter o controlo.

O Governo dos Açores está disposto a ir disponibilizando investimentos para nos mantermos vivos, se refilarmos muito, com ar de sacrifício até aumenta a dose e a seguir publicita isso como boa-vontade e iniciativa sua. Contudo nada de dar condições para pescarmos por conta própria, pois isso seria dar-nos rédea solta e liberdade para ter nas nossas mãos as ferramentas para o desenvolvimento das potencialidades do Triângulo onde o Faial se inclui.

Daí a opção de compra de aviões que não podiam voar para o Triângulo. Daí a falta de pilotos habilitados a aterrar no Faial e Pico, mas abundantes para destinos nos Açores onde existem outras alternativas. Daí falar de obras nas pistas destas ilhas, mas sem nunca se comprometer de facto. O Executivo quer dar a entender que nos deixa a voar, mas vê-se que só se for baixinho e na rédea curta deste Governo que não é do todo Regional. Este modo de agir connosco é uma estratégia castradora do nosso desenvolvimento e conta com colaboracionistas de cá.

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Meu artigo de hoje no diário Incentivo

O BOM É GARANTIR QUE AVANCEM OS DOIS RAPIDAMENTE

Após a saída do anúncio de que Vasco Cordeiro pedira um estudo para avaliar a ampliação da pista do aeroporto do Pico e as condições de operacionalidade daquela infraestrutura logo houve pessoas que me disseram o seguinte: Viste?… para o Pico o Presidente do Governo dos Açores já mandou fazer um estudo! Eu, repetidamente, fui respondendo: Ainda bem! O bom é que o aumento nos dois aeroportos avance rápido! E a garantia de execução destes projetos tem de vir antes das legislativas.

Efetivamente, depois do consenso e união que se viu a 11 de fevereiro no programa da RTP-Açores “Sem meias palavras”, entre gente do Faial e do Pico relativamente à complementaridade dos aeroportos situados em cada uma destas duas ilhas, o mau era logo a seguir recomeçarmos uma guerrilha bairrista. Pois tal só enfraqueceria cada uma destas reivindicações.

Contudo, não sou ingénuo que não exclua que nesta medida até possam coexistir duas maldades políticas ocultas: o eleitoralismo pelas eleições que se aproximam e sementes intencionais de preocupações no Faial e regozijo no Pico para acender rivalidades, dividir as duas ilhas e enfraquecer o conjunto.

Não seria a primeira vez que palavras vindas de ilhas maiores transportavam argumentos para alimentar bairrismos por estas bandas e logo a seguir serviram para prejudicar os povos do Canal e beneficiar interesses das mais populosas, fortalecendo ainda mais o centralismo que há muito se tornou na marca dominante da Autonomia, disfarçado por cedências estratégicas à Terceira.

É verdade que logo a seguir à notícia quem viu certos comentários nas redes sociais apercebeu-se do aparecimento de arautos da desunião a despejarem argumentos de rivalidade. Confesso que não me deixo levar por marionetas que em nome da sua ilha a enfraquecem face a quem tira proveito dessa discórdia à distância do nosso Canal. Mantenho o desejo que avancem os dois rapidamente!

Só que este “ainda bem não ingénuo” preocupa-se com o facto de neste momento termos apenas notícias que em si não garantem qualquer concretização da ampliação de nenhuma das pistas destes dois aeroportos. No Pico temos um estudo, não é uma deliberação de obra e há muito que me habituei que quando não se quer fazer algo encomenda-se um estudo.

No Faial há referências no orçamento sem um projeto concreto, nem indicação de quem executa o quê, nem de quem paga. Não me esqueço que para a Horta já vi obras orçamentadas e apresentadas durante anos seguidos que não se executaram e até saíram depois dos orçamentos e quem disse e desdisse continua impune no exercício do pôr e dispor à sua vontade contra esta ilha. Por isso estejam atentos, se nada se tornar efetivo antes das eleições é porque foi um fogacho eleitoralista.

Assim, bom seria que Faialenses e Picoenses se mantivessem unidos e pressionassem os poderes executivos em conjunto para que se conseguir fazer com que os políticos não tivessem hipótese de recuo em nenhum dos dois aeroportos e unidos conquistássemos aquilo a que temos direito. Pois já há muitos anos que por manigâncias politiqueiras vemos as nossas justas reivindicações serem transformadas em instrumentos para enganar as gentes deste Canal que unidas têm um potencial social e económico que assusta a quem nos divide por fora. Prazo de certificação desta promessa: as eleições legislativas. Se até lá nada ficar de concreto, é indício de nos estarem a enganar novamente.

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Face ao que disse ontem à noite, quase tudo igual: trajetória a definir-se cada vez mais para perto das Flores e Corvo, sobre as ilhas ou um pouco a NW, o que melhora o cenário para o Faial face aos dias anteriores, mas retarda o momento da passagem dos ventos mais fortes no Grupo Central, ou seja o rabo do furacão como o povo lhe chama, que agora poderá ser mais pelo noite dentro ou madrugada fora.

Assim tudo aponta para termos algo típico de um dia de inverno ventoso, embora possam ocorrer chuvas por vezes intensas e risco de trovoada, tudo isto a desenvolver-se entre sábado e a manhã de domingo. Mantenho que devem acompanhar os comunicados da proteção civil ou NHC

Quanto à Joyce, os  modelos apontam agora que deverá passar a sul dos Açores sem afetar os Grupos Central e Ocidental. Menos uma preocupação.

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A partir de agora não se justifica novas atualizações sobre este tema, a não ser que haja mudanças de surpresa de última hora, é esperar, cumprir as medidas de segurança e manter a esperança que de facto nada de grave aconteça.

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Como já não nos bastasse as preocupações com Helene que deverá atravessar os Açores no sábado de manhã, já como tempestade tropical e cada vez a confirmar-se como alvo o Grupo Ocidental, temos agora que olhar também para outra tempestade gerada aqui perto: a Joyce ainda como sub-tropical; a passar por estas ilhas na noite de domingo, também como tempestade tropical e talvez novamente a apontar as Flores e Corvo. Em nenhum dos casos o Faial está fora da rotas de probabilidade de ser afetado e atravessado.

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Área de influência de Helene na região dos Açores

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Previsão de área de influência de Joyce, por estar ainda muito no início a margem de erro da trajetória deverá ser maior

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Continuo a recomendar o site do IPMA com maior atenção para os Açores e em Português ou o do NHC em inglês por norma mais atualizado e mais técnico.

Atualização manhã de 13 de setembro

Apesar do enfraquecimento de Helene como a rota está agora prevista entre o Faial e as Flores a situação para estes grupos pouco mudou, Joyce em teoria deverá atrasar-se para segunda-feira e assim tudo aponta para um avizinhar de dias de vento forte, mas talvez sem atingir a fúria de furacão, dois dias de inverno com muita chuva e vento.

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Atualização dia 13 início da noite

Helene cada vez mais fraco e em direção ao canal Faial-Flores, devendo atravessar perto da ilha azul na madrugada ou manhã de sábado, por agora os ventos rondam os 100 km/h, mas provavelmente deverão ser mais fracos e com rajadas no fim de semana a que se associa chuva que pode ser muito intensa. Joyce continua com um percurso desorganizado mas poderá afetar os Açores com chuva forte e ventos bem abaixo dos 100 km/hora e apenas como depressão tropical.

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Joyce

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Atualização 14 setembro meio dia

A pedido de várias pessoas por messenger, telemóvel e outras vias, segue então a atualização desta manhã relativamente ao Helene.
Em termos do que escrevi ontem à noite, a situação é a praticamente mesma e por isso não atualizara, ou seja, cada vez mais fraco logo prevê-se menos vento, mas muita chuva, existe já um alerta vermelho da Proteção Civil devido à chuva (recordo que desde o sismo de 1998 há menos casas junto a ribeiras no Faial e por isso nesta ilha temos tido menos inundações, mas pode sempre ocorrer alguma surpresa). É normal quando uma tempestade enfraquece ela como que se desfaça em chuva.
Relativamente a horas, continua previsto que o pior seja sábado… mas estamos no domínio das previsões.
O Joyce anda a vaguear e neste momento não se sabe quando nos decide visitar, mas deverá ser para mais tarde, para a semana, e talvez bem mais longe do Faial.

Continuo a recomendar que sigam a proteção civil no seguinte endereço: https://www.prociv.azores.gov.pt/noticias/avisos/

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Atualização dia 14 noite

Trajetória a definir-se cada vez mais para NW das Flores e Corvo, o que melhora o cenário para o Faial em termos de vento, que tende a ser algo típico de um dia de inverno ventoso, embora possam ocorrer chuvas por vezes intensas e risco de trovoada, tudo isto a desenvolver-se da tarde de sábado para a manhã de domingo. Mantenho que devem acompanhar os comunicados da proteção cilvil ou NHC
https://www.prociv.azores.gov.pt/noticias/avisos/

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A partir de agora que o furacão Helene se prevê poder atingir o Faial e outras ilhas do grupo Central e Ocidental dos Açores, provavelmente no próximo domingo e já como tempestade tropical, Mente Livre começará a fazer o acompanhamento possível das previsões, sem deixar de recomendar a atenção a ter com as indicações que a Proteção Civil der aos Açorianos. Resta desejar que sejam as piores previsões a falharem e que nada nos aconteça.

Hoje de manhã está assim: Post sujeito a atualizações periódicas.

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1.ª atualização: 21h dos Açores de 11 de setembro

Como se pode ver na imagem abaixo, no início da noite o risco para o Helene atingir o Arquipélago como tempestade tropical no fim de semana mantém-se, a probabilidade desta atravessar o Grupo Central permanece entre os 20 e os 30%, todavia dá-se um acréscimo significativo para Flores e Corvo que salta para o intervalo de 40-50%, indiciando uma tendência de passagem mais a ocidente do Faial do que de manhã, mas estamos sempre no campo das probabilidades.

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Para quem sabe inglês o local que considero mais atualizado é o oficial dos EUA National Hurricane Center e podem seguir o Helene por aqui, para quem não domina esta língua tanto o site do IPMA , como o da Proteção Civil dos Açores poderão ser os locais mais indicados, sendo que este emitirá comunicados oficiais para as nossas ilhas, apesar das páginas serem mais caóticas por sobreporem vários assuntos de interesse para além dos furacões.

2.ª atualização 7h45 de 12 de setembro

Se em termos de Grupo Central nesta manhã nada de novo e até para as Flores e Corvo, só que aqui cada vez mais se torna nítido o alinhamento das previsões de passagem sobre estas duas ilhas, sem aumento de probabilidade.

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Paralelamente outra tempestade está a formar-se junto aos Açores, mas ainda é cedo para saber a sua evolução em relação ao Arquipélago.

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Nestes dias jornalistas e jornais açorianos têm-se lamentado pelo fato de já terem noticiado antes maus-tratos em serviços continuados e tal não ter tido a relevância que a denúncia da TVI teve. Há aspetos a justificar isso: o canal nacional juntou investigação sua, não se limitou a referir dados de terceiros com desmentidos dos acusados em direto que anulam a notícia. Depois o confronto duro feito ao poder face à normal subserviência nestas ilhas. Por fim a relevância dada a um OCS regional face a um órgão nacional, o primeiro cheira a uma discussão em família e segundo mostrou ao exterior a vergonha e mediocridade em que os Açores se acomodou.

Não sei também a audiência dos OCS regionais, ouço alguns dizerem que veem o telejornal dos Açores, mas também ouço muitos mais que dizem apenas ligar aos canais nacionais e os jornais todos dizem que são pouco lidos.

Não se refugiem os jornalistas regionais no sensacionalismo da TVI para esconder a falta de ousadia das reportagens que por cá se fazem. Este canal está vacinado contra essa acusação, foi o primeiro a denunciar o sistema de Sócrates e grande maioria dos restantes meios limitou-se a chamar de sensacionalismo aquilo que uma década depois se tornou quase consensual e depois de Portugal ter ido à falência de tanta corrupção não denunciada em voz alta.

Agora há outro aspeto que me preocupa, a passividade da oposição que deixou que isto continuasse e ninguém chamasse a si esta causa… talvez telhados de vidro a mais nos adversários ao poder instalado.

Agora ficou provado, pelo menos neste caso da não relevância da comunicação social açoriana e muito disso deve-se à falta de jornalismo de qualidade como deve ser que mereça o título de: o quarto poder.

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