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Posts Tagged ‘Câmara da Horta’

Meu artigo de opinião de hoje no diário Incentivo:

ENTRE A FRENTE DA ESTALAGEM E A SURDEZ DO PODER

Foram numerosos os comentários reprovadores que me chegaram sobre o feio resultado do rearranjo da frente-mar diante do Forte de Santa Cruz e muitos outros lamentos tenho lido nas redes sociais que fizeram com que eu deitasse uma olhadela em tal direção a partir do início da Cônsul Dabney e, embora sem ser de perto, o que já observei também não me agradou.

Contudo confesso que não é este arranjo junto à estalagem o essencial das minhas preocupações para o Faial. Preocupa-me muito mais o resultado, ainda por se ver, de como ficará a praça do Infante, a avenida marginal, a zona da Alagoa e o largo Manuel Arriaga que são de facto os principais espaços da frente-mar e a sala-de estar da cidade da Horta, não só para os visitantes, mas também para os Faialenses. Contudo aquilo que mais me aflige, já aqui o referi, continua a ser a questão da ampliação da pista do aeroporto e a política de acessibilidades aéreas à nossa ilha.

Todavia concordo que não podemos passar os dias todos a falar do aeroporto e dos transportes aéreos. Até porque o tema já leva muitos anos e o poder já fez anúncios e renúncias à obra, só não atendeu ao que os Faialenses exigem nesta matéria há tanto tempo. Mas o que se passou junto à Estalagem é mais um exemplo de como a Câmara se perde em pormenores a estragar o que não estava mal de todo, o mesmo já ocorrera no adro da igreja das Angústias para ir mostrando obra enquanto não faz o essencial: o projeto da frente-mar.

Isto acontece porque a Câmara Municipal sofre de surdez parcial: não atende ao essencial do que os Faialenses lhe dizem em momento oportuno se não pertencerem à sua máquina política, mas responde à crítica desfavorável generalizada de que não faz nada de importante e, para desviar a atenção, executa coisas acessórias propostas por projetistas ávidos por mais dinheiro da autarquia.

Sabemos que o projeto da frente-mar esteve à Consulta Pública, mas na verdade o cidadão-comum já viu que se criticar uma proposta do poder, da Câmara ou Governo, estes reagem mal e dizem: só sabem criticar! Então se for algo dito por alguém da oposição a desvalorização é total e arrogantemente não acatada. Uma sobranceria que é uma maleita de quem está há demasiado tempo no poder e se habituou e não dar ouvidos aos outros na altura certa. Assim, subsistem só alguns resistentes nestas consultas, mas a maioria do povo cala-se na hora de dizer, mas não prescinde de falar no convívio social e embora tarde a verdade incómoda do senso-comum vem ao de cima.

O município também já criou momentos de auscultação direta (uma forma de camuflar que não ouve a oposição é perguntar coisas acessórias ao Povo) é caso dos orçamentos participativos, mas até aqui atua com surdez parcial. Já houve iniciativas apresentadas por quem está habituado a estas ações, que sabe cativar votos para os seus projetos mas que enfermavam de problemas que a Câmara não escutou em devido tempo e depois de vencerem. Depois a Autarquia adiou a sua execução e fez ouvidos moucos aos que mais votaram nessas participações. A tal surdez parcial!

Eis uma causa da falta de beleza que diz existir na intervenção junto à Estalagem, já agora, aqui escrevi há semanas de crianças que vão para a escola com a iluminação pública já apagada, há poucos dias vi um quase acidente de um aluno na rua por falta de luz que persiste devida à surdez da Câmara nesta questão de segurança, algo mais importe que a feia obra em Santa Cruz.

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Meu artigo de hoje no diário Incentivo:

DE MERCADO A CENTRO EMPRESARIAL

Participei em décadas de debate na Assembleia Municipal sobre a necessidade da Câmara revitalizar o Mercado. Foram muitos anos de promessas da reformulação desta estrutura nas propostas dos manifestos eleitorais autárquicos e foi muito tempo a assistir-se ao declínio deste histórico Mercado.

Longe, mesmo muito longe, o tempo das memórias do Mercado Municipal cheio de vida, azáfama de fregueses entre as lojas com vendedores residentes no Faial e a complementar, mais do que a competir, os vendedores vindos do Pico que enchiam todas as bancas ali existentes e onde se comprava, sobretudo, produtos destas duas ilhas.

Ainda me lembro da anterior grande reformulação do Mercado Municipal da Horta, onde a madeira deu lugar ao cimento e as condições ficaram modernas à luz daqueles anos do século XX e a atividade dentro daquele espaço manteve-se viva e dinâmica.

Lembro-me dos partidos agendarem quase em simultâneo ações de campanha para o Mercado Municipal, seguros que ali encontrariam sempre numerosos eleitores a cativar e, apesar dos adversários se encontrarem no mesmo espaço, o espírito democrático e a exposição pública criava a oportunidade de um são convívio entre opositores, população e comerciantes, por vezes temperadas com alguns jargões e ironias para vincar as posições de cada um, as diferenças entre eles e as acusações de falhas de quem estava no poder.

Depois o Mercado Municipal transformou-se num espaço triste, praticamente vazio de clientes, quase sem produtos locais, várias lojas fechadas e bancas vazias. Lembro-me da última campanha eleitoral em que lá estive praticamente só havia a possibilidade dos candidatos dos vários partidos trocarem manifestos entre si, pois clientes eleitores eram mesmo muito escassos.

Foram muitos anos de declínio e inoperância, mas a partir de hoje surge a oportunidade de assistir à segunda grande reformulação do Mercado Municipal da Horta que começa a ser inaugurada neste dia e que espaço passará a ostentar o nome de Centro de Acolhimento Empresarial da Horta. Após tantos anos, a promessa eleitoral de reformulação de Mercado Municipal inúmeras vezes repetida em manifestos eleitorais finalmente se concretiza e congratulo-me por isso.

Não conheço ainda o interior novo espaço, o que sei são as imagens divulgadas e o que se observa do exterior, tenho recebido informação de empresas que ali se instalarão, tenho ouvido dificuldades de outros e já me comunicaram o desinteresse de alguns em passar a sua atividade do antigo mercado para as estruturas reformuladas. É normal, o declínio arrastou-se por muito tempo e seguramente fez vítimas inocentes que agora já não conseguem ultrapassar o pesado fardo apesar da renovação e da esperança daquele espaço.

Agora o que mais desejo, depois de tanto esperar, é que o Mercado Municipal após esta reformulação, independentemente do nome de Centro de Acolhimento Empresarial da Horta, fique mesmo revigorado, seja um sucesso, contribua para a revitalização daquela zona do centro histórico da Horta e dinamize a produção e o comércio local para bem das pessoas e da economia do Faial.

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Meu artigo de hoje no diário Incentivo

ANORMALIDADES E MEMÓRIAS DE LUTA

  1. Durante os últimos tempos habituei-me às anormais declarações do anterior Presidente de Administração da SATA e pensei que com a sua substituição, mesmo que a estratégia desfavorável ao Faial daquela empresa não mudasse muito, deixaria de haver por uns tempos alguém que se prestasse a tal tipo de figura. É verdade que a primeira entrevista do seu sucessor na SATA não foi feliz, antes pelo contrário,deu tiros nos pés, mas não chegaram ao calibre do substituído.

Diz-se que a natureza tem horror ao vazio, pelo que quando um lugar fica disponível logo aparece algo ou alguém para ocupar esse espaço, mesmo assim, com a saída de Paulo Menezes da SATA não esperava que de imediato alguém se disponibilizasse a dar entrevistas tão surrealistas como as dele, mas enganei-me. Só que o lugar não foi ocupado pelo novo Presidente da SATA, mas sim pelo Diretor Clínico do Hospital da Horta. Quem ler o artigo de como decorreu a sua entrevista ao Incentivo sobre o problema de refrigeração no bloco operatório, que já levou a cancelamentos de cirurgias, fica pasmado com o relato absurdo da mesma dado por quem ocupa um tão importante cargo. Modo de agir que pode comprometer a confiança sobre as reais condições que aquela infraestrutura de saúde oferece aos Faialenses e outros Açorianos que recorram à mesma.

O problema da refrigeração não é novo, esta situação já teve denúncias públicas há meses vindas da oposição ao poder no Faial; mas, mesmo a acreditar que casos urgentes nunca foram afetados, a qualidade de vida de vários doentes já foi prejudicada pela impossibilidade de prestação de devidos cuidados a tempo naquele bloco operatório por esta causa, sendo que o direito a esse serviço está constitucionalmente protegido e tem de ser garantido sempre, no Continente pelo Estado e nos Açores pela Região. Já assisti à atenção e ao cuidado que os trabalhadores do Hospital da Horta colocam na prestação do seu serviço aos doentes que ali se deslocam não mereciam que alguém de topo se mostrasse tão ligeiro, comprometendo a imagem daquela casa, nem merecem os Faialenses e Açorianos comportamentos e desculpas tão inconsistentes.

  1. Agora outro assunto. Após tantos anos quase sem obras municipais (também do Governo Regional) no Faial, bastaram os maus resultados eleitorais das últimas legislativas regionais e a recente vitória pelos mínimos para a Câmara para logo se ver a mudança de postura da Presidência da Câmara. Agora felizmente há obras no mercado, passou a haver um envolvimento do Presidente com a População Faialense nos protestos à SATA e na reivindicação das obras na pista do aeroporto da Horta e no primeiro ano deste mandato autárquico foi consignada a frente mar da cidade .

É verdade que quem deu a cara em público a reivindicar tais obras em vários lugares, muitos em nome do Povo que os elegera na oposição, foram anos e anos a lutar contra a inoperância dos políticos no poder da ilha e sem estes fazerem o reivindicado e sem serem penalizados por isso. Foram décadas a ouvir desculpas esfarrapadas pela não concretização da frente mar: porque dependia da conclusão da variante, ou da segunda fase do porto ou do saneamento básico, etc. Bastou uma derrota e um susto eleitoral e logo essas desculpas caem por terra e as obras arrancam. Pena os Faialenses terem levado tantos anos sem penalizar os que tantos anos pouco ou nada fizeram, nem defenderam bem esta ilha. Demorou, mas já alguns dos frutos de anos de esforço começam a nascer, só que outras obras perderam, talvez para sempre, a oportunidade de nascer.

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erososO IMAR, instituto de investigação do mar, vive em parceria com o DOP da Universidade dos Açores e ameaça fechar no Faial e a mesma Universidade vai criar o centro de investigação dos oceanos: Okeanus. Não sei que funções os distingue, talvez os sócios públicos. O Presidente da Câmara da Horta não sabe os objetivos do Okeanus e defende que a sede seja na Horta. Não percebo estas mudanças, mas desde que seja para ficar no Faial: concordo.

No romance Leopardo do escritor Lampedusa o protagonista dizia que era preciso mudar para que tudo ficasse na mesma, deduzia-se que os poderosos continuassem a dominar e o povo fosse ludibriado, penso que se está numa situação semelhante de guerra entre instituições públicas que se digladiam para chamar a si fundos europeus e os investigadores são o povo carne para canhão nesta guerra.

Já sei que vivemos num País rico em saber atrair dinheiro de Bruxelas e desperdiçá-lo a seguir de forma a não criarmos um Estado ou uma Região exemplar em boa gestão. Por norma quem está por baixo lixa-se, neste caso investigadores. Resta-me por agora desejar que o Faial também não saia prejudicado com esta guerrilha.

Por isso, mesmo sem perceber bem o que é o Okeanus, algo semelhante ao IMAR, mas se é para atrair fundos comunitários e investigadores sobre o mar, estou ao lado do Presidente da Câmara: que se instale o Okeanus na Horta cidade mar.

O resto deixo para os entendidos interesseiros e, já agora, tenham em atenção em não deitar fora quem já cá investigava no IMAR, um património de saber a proteger, pois não há proteção da Terra que valha a pena se não tiver também imbuída da precaução de proteger as pessoas.

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Foi com a mensagem em título para se aproveitar as eleições do próximo domingo como a grande oportunidade para haver uma mudança de atitude da Câmara Municipal da Horta em prol dos Faialenses que Carlos Ferreira deu o mote ao seu discurso na freguesia das Angústias perante uma enorme multidão de gente desta ilha. A partir de agora é consigo, mas eu quero Acreditar no Faial.

Carlos Ferreira, com um currículo profissional de excelência, já agraciado pelo bom desempenho nas suas funções com medalhas de mérito atribuídas pela Câmara Municipal da Horta, passando pelo Governo da República e até à Presidência da República é de facto a esperança para que um cidadão independente nascido de gente humilde na Horta possa reunir as condições para mudar o Faial e a ilha sair deste marasmo em que caiu ao longo das últimas décadas.

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Meu artigo de ontem no diário Incentivo:

MILAGRES DAS DERROTAS DO PODER

Há quem diga: “todos os anos deveria haver eleições”, mas eu vi anos seguidos de eleições com a Horta sempre a ficar mais para trás. Aliás, a cada vitória do PS-Faial para os Açores, os vencedores logo diziam que os Faialenses tinham validado a sua estratégia e com este argumento nunca se corrigiram e o Faial foi sempre caindo mais depressa. As vitórias socialistas regionais e municipais na Horta só fizeram esta ilha perder importância nos Açores, até já há dados que nos comparam ao Corvo e foi este o resultado de anos de eleições com os mesmos no poder do Faial.

Só no ano passado quando pela primeira vez o PS local perdeu ao nível dos Açores algo mudou. A inesperada derrota do PS-Faial em outubro trouxe mais mudanças de atitude nos eleitos socialistas da Horta do que as suas anteriores vitórias municipais e regionais consecutivas. Uma derrota que causou autênticos milagres.

Na Assembleia Municipal até há um ano a norma era rejeitar qualquer protesto da oposição, desde então o entendimento do PS com os outros partidos aumentou e foram então possíveis mais consensos em torno do aeroporto e unanimidades a expressar descontentamentos pelos maus serviços da SATA. Um milagre claro para todos os que acompanham o trabalho deste órgão.

Em setembro de 2016, antes das últimas eleições, os Faialenses movidos por um grupo independente protestaram com uma afluência nunca vista em frente do Parlamento dos Açores pelo péssimo serviço que a SATA prestava ao Faial, reivindicaram a ampliação da pista do aeroporto e questionaram a continuidade do projeto RISE na Horta. Havia a união dos Faialenses em torno destas causas, mas olhando à volta faltava a generalidade dos eleitos socialistas desta ilha. Eles não se juntaram à gente desta terra, não estavam ali, não tinham nada a apresentar, nada para se associarem a nós Faialenses. Eles foram um grupo à parte dos Faialenses.

Mas logo a seguir à derrota: milagre! Acabou a timidez inicial de participar no abaixo-assinado sobre o aeroporto e felizmente começaram a aderir à causa dos Faialenses e até o Presidente da Câmara teve a iniciativa pública de criar o grupo de trabalho para se estudar a ampliação da pista.

Em novembro até elogiei esta mudança de atitude, mas escrevi sobre o estudo “Assim, só vendo a tempo resultados práticos consequentes e que tornem irreversível o atendimento da pretensão dos Faialenses, este anúncio se prova credível e para isso o Presidente da Câmara tem menos de um ano para mostrar…”. A seguir a conduta do Presidente não foi sempre de louvar. Por medo, em vez de unir todo o elenco camarário à sua volta para ter mais força reivindicativa conjunta com a oposição, preferiu ir sozinho levar as conclusões do estudo ao Governo da República, ao dos Açores e à ANA. Assim só se enfraqueceu e como não expôs quem tinha poder aos olhos das restantes forças políticas deu azo para que o Governo, o Presidente dos Açores e a ANA não se comprometeram com nada. Estes remeteram-se ao silêncio o que, tacitamente, é um não-compromisso e isto é por culpa de José Leonardo. Um verdadeiro líder não agia sozinho, sabe levar os seus adversários seguros a si. Infelizmente o Presidente nem nisto soube agir como líder, teve medo e falhou. Agora nem pode repartir as culpas pois desprezou os aliados que o reforçariam nesta causa e quem saiu prejudicado foi a ampliação do aeroporto e os Faialenses.

O medo não é bom conselheiro e foi o medo de nova derrota do PS que forçou a outros pretensos milagres feitos à pressa. Pressa que impediu eliminar defeitos graves que com bom senso e coragem seriam evitados. Assim, a obra acelerada e mal pensada junto à torre do Relógio ficaria bem feita e não teria tido tantas críticas técnicas e sem o medo a Câmara não teria censurado um cidadão por falar dela. Os líderes não mostram receio nem censuram, só os fracos usam esta estratégia.

Foi a ânsia que levou a Câmara a dizer que havia Faialenses que já se poderiam ligar à rede de esgotos, isto apesar das obras de saneamento já terem décadas de atraso e a Horta ter perdido milhões em fundos comunitários para isso. Mesmo assim é ainda tecnicamente inviável a ligação anunciada por falta de construção da estação de tratamento de águas residuais. Bons líderes não caem nas suas próprias armadilhas e expõem-se assim às suas inverdades.

Gostaria de ver a Horta governada por gente diferente, com capacidade de liderança, sem medo, sem censurar jovens ou criticar jornais e sem as fragilidades da Câmara dos últimos anos. Queria um Presidente que pensasse bem os seus investimentos. Um líder capaz de pôr ao seu lado os adversários para reforçar o poder reivindicativo do Faial, alguém que recuperasse do tempo já perdido e fizesse avançar o Faial no conjunto dos Açores. Desejaria ver gente não comprometida com a subserviência a S. Miguel, com coragem de estar ao pé dos Faialenses sem faltar como na manifestação de 2016. Gente que não precisasse de perder eleições para só a seguir mostrar obra feita à pressa. Mas respeitarei qualquer resultado das próximas autárquicas mas aposto na mudança.

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Em artigos, o Vice-presidente da Câmara da Horta desacreditou jornais do Concelho, acusou-os de estarem ao serviço de alguns partidos (deduzo que não o da Câmara, embora estes tenham notícias feitas por esta). Agora novo escândalo quando na página oficial do Município da Horta no facebook o seu gestor não só censurou com o seu “lápis azul” comentários opinativos de fundo técnico de um Faialense, como bloqueou o acesso deste à mesma. Ele um cidadão de pleno direito em Portugal e um Munícipe da Horta. É demais! Isto num Portugal que se orgulha justamente do 25 de Abril que pôs fim não só à ditadura, como à censura e ao delito de opinião!

Nenhuma Autarquia ou outra entidade institucional tem necessidade de ter uma página na internet onde expõe as suas atividades aberta à opinião pública, mas a partir da opção de criar este modo de interagir com os cidadãos tem de tratar todos estes em pé de igualdade, pode aceitar elogios e gostos, regozijando-se eles, mas também tem de aceitar críticas com as quais está de acordo ou não.

A partir do momento em que devido ao seu carácter público e oficial esta entidade opta por moderar comentários que não tenham carácter ofensivo ou ataque ao bom-nome das pessoas no seu direito individual, essa entidade está uma exercer censura, tal como a exerceu uma entidade eliminada com o 25 de Abril.

Não importa qual o partido ou credo dos comentadores de uma entidade oficial pública e se estes refletem ou não o seu modo ideológico: a democracia só existe quando as pessoas não têm de inibir as suas ideias base, políticas, religiosas ou outras legais quando se pronunciam sobre situações públicas.

Numa entidade particular esta pode limitar e condicionar acessos aos seus espaços publicitários, essa é uma grande diferença das outras entidades sujeitas ao escrutínio público

Assim, sempre que uma entidade oficial de carácter político corta a voz e o acesso de uma página oficial ou assumida como tal, nem que seja por omissão de não se desvincular dela, e começa a moderar comentários que não lhe são agradáveis, entramos então no domínio do fim da liberdade de expressão das pessoas: uma forma de Censura e, pelos vistos, e de acordo com o escrito pelo visado, a Câmara Municipal da Horta unilateralmente cortou direitos de liberdade e garantias a cidadãos que estão protegidos constitucionalmente em Portugal e ainda por cima seus Munícipes.

Quem diria que a Câmara Municipal da Horta 43 anos após o 25 de Abril deixasse de cumprir a Constituição quando esta não lhe convém ao nível da livre expressão dos seus Munícipes.

O problema é que depois de cortar os direitos a um primeiro cidadão nunca mais se sabe até onde isto poderá ir. Hoje o Tiago Silva, amanhã o Carlos Faria e depois quem sabe tu que leste este artigo.

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Alagoa

Fizeram-me chegar protestos e fotos de que após a Semana do Mar o parque da Alagoa nunca mais foi o mesmo em termos de limpeza. O lixo não recolhido na primeira leva ficou lá plantado até agora, algum de usos íntimos que agora se expõem despudoradamente às pessoas que gostam de correr e passear com os perigos que tal implica.

Não sou utente do espaço, nem fui lá testemunhar, mas fica acima uma das fotos recebidas e não deixa de ser uma vergonha tal realidade numa cidade que no passado o seu Edil Municipal se orgulhava de ser uma das mais asseadas de Portugal.

Sim, eu sei que são sequelas da Semana do Mar por onde passaram muitos jovens e foram alguns deles que não tiveram cuidado, mas a Câmara Municipal ao promover momentos hedonistas como aqueles ali nas suas maiores festas da ilha também tem de obrigar-se a limpar a seguir um dos poucos espaços verdes dignos desse nome a seu cargo na Horta e com valências para outras atividades lúdicas, desporto e balneares.

ADENDA

Comunicaram-me que após este post o local foi limpo. Sinal que Mente Livre é uma voz ouvida e põe alguns a mexer. Ainda bem que foi limpo!

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Meu artigo de hoje no diário Incentivo:

REFLEXÕES SOBRE O BAIXO CRESCIMENTO TURÍSTICO DO FAIAL

Não basta querer fazer, é preciso saber fazer e sem a sabedoria os resultados podem ser ainda piores do que se não tivesse feito nada. O Presidente da Câmara da Horta foi à Bolsa de Turismo de Lisboa no início deste ano promover o Concelho no contexto dos Açores e do Triângulo, o que em princípio seria uma boa iniciativa, só que o resultado foi que no primeiro semestre de 2017 o Faial passou a ser a ilha açoriana com pior crescimento em todo o Arquipélago, como noticiou na passada semana o Incentivo. Pelos frutos da promoção se prova a qualidade da campanha da nossa ilha!

Há muito que me apercebo que os responsáveis no poder do Faial anunciam com grandes autoelogios os seus feitos pela ilha, tentam convencer os Faialenses que os seus atos são um sucesso donde virão grandes benefícios. Só que passados uns tempos verifica-se que os frutos foram nulos, fiasco atrás de fiasco, campanhas falaciosas para autopromoção para os olhos dos seus eleitores.

Um outro bom exemplo já com algum tempo é o do clube das “Baías Mais Belas do Mundo”. É verdade, fomos aceites no clube, mas para entrar pagam-se cotas mesmo com uma bela baía. Mas, mesmo pagando para se ser louvado em beleza, isto encheu de orgulho os Faialenses, apesar de a beleza da nossa baía ter séculos e ter sido feita pela Natureza há muito e não pela Câmara. Contudo, a entrada para este clube trouxe algum acréscimo significativo de dormidas no Faial? Os dados estatísticos nunca disseram isso. Então porquê?

O porquê reside no facto de não se ver a história toda. É que se fizermos uma pesquisa no “Google”, em português ou inglês, sobre as mais belas baías do mundo, infelizmente, a Horta não aparece nesse conjunto. Nas várias listas abertas que a internet divulga mostram-se imagens daquelas que têm reconhecimento público como as mais belas do mundo de forma gratuita, tanto em grandes cidades como o Rio de Janeiro, Sidney ou São Francisco, como em pequenas terras: Fundy no Canada, Bay of Islands na Nova Zelândia ou Kotor no Montenegro, etc. e são estas, que não precisam de pagar para serem chamadas de belas, que aparecem em primeiro lugar e por isso os benefícios da nossa cota para o clube pouco efeito tem no turismo do Faial.

Se entrarmos na página oficial do clube, que até parece algo privado, lá estão as dezenas de baías pagantes para serem chamadas de belas e lá consta a Horta, mas não basta pagar e ser membro de um clube de elite para se ser reconhecido pela generalidade das outras pessoas. Deste modo, o clube pouco nos promove e tal explica porque o crescimento de dormidas no Faial desde essa entrada e agora no primeiro semestre é tão fraco. Afinal, são “bluffs” sucessivos que não nos trazem os turistas que merecemos. É preciso saber promover a ilha e ter o devido retorno desses encargos.

Na Bolsa de Turismo o Presidente da Câmara frisou o “Azores Trail Run” como meio de crescer o turismo no Faial, este foi em maio e não se refletiu em crescimento de dormidas. Até acredito que este pode promover o Faial, mas as coisas não têm funcionado para além de se trazer atletas nos quais investimos na receção. Assim, esta aposta municipal num bom evento é mal-feita porque resulta num falhanço de benefícios, apesar do Presidente nunca assumir os maus resultados.

Infelizmente, nem na onda do turismo a bela Horta parece ir pelo bom caminho. Acredito que em 2017 a Semana do Mar, pelo cartaz melhorado em ano de eleições, possa ter trazido mais gente ao Faial, mas se mantivermos a estratégia desta Câmara de só investir em ano de eleições, corre-se o risco do que se recuperou agora se perca nos próximos 3 anos. É muito tempo a andar para trás! Por isso vemos festas de verão bem mais recentes noutros pequenos concelhos dos Açores já a projetar os seus municípios bem mais do que nossa Semana que fora tão famosa a nível Regional.

Mas pior do que não saber fazer é ainda este atirar areia para esconder os fiascos e não corrigir os erros devido ao interesse partidário cor de rosa há tanto tempo instalado na Horta. Autopromovem-se com dinheiro público, o Faial não tira dividendos e ainda vai perdendo terreno.

Por isso o Faial está cada vez mais para trás nos Açores. Isto não é só por termos um Governo Regional que não desenvolve esta ilha como deve ser, não é apenas porque os eleitos executivos da Horta se intimidam diante das orientações do partido que nos prejudicam saídas de São Miguel, também ficamos para trás porque os nosso eleitos perderam a capacidade de melhorar a sua governação após tantos anos de poder mergulhados em tantos erros acumulados, pois o saber fazer que havia há décadas atrás foi esquecido, longe vai a época em que o Faial crescia em importância e economicamente, pois havia gente que não se viciara no poder e sabia governar bem esta terra.

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 Na terminologia do concurso “Município do Ano”, nomeado quer dizer uma candidatura apresentada pela Autarquia e aceite pelo júri a ir à final. A Câmara da Horta candidatou-se e bem divulgou a aceitação, só que, à semelhança do que já aconteceu antes, o galardão das regiões autónomas fugiu à Horta, infelizmente. Este ano foi para o Funchal.

Claro que numa autarquia transparente, após a intensa divulgação da nomeação como fez ficava bem agora comunicar quem fora o principal vencedor, mesmo que fosse outro município.

Como Faialense e autarca, mesmo que na oposição, até gostaria de ouvir que fora o da Horta o grande vencedor para as regiões autónomas, é uma questão de brio face à nossa terra… só que a propaganda política que reina na Câmara só assume vitórias e não tem a coragem de assumir o que poderia ter sido melhor. Por isso tive de ir visitar o site do concurso para saber quem vencera no fim.

Esta é uma estratégia da Câmara que conheço bem, quando, por norma, não aceita as críticas que poderiam melhorar os seus serviços se vindas de fora, por isso não estranho a atitude de silêncio do elenco executivo municipal agora.

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