Não tenho complexo em assumir que sou por todo e qualquer programa de simplificação e diminuição da burocracia, pelo que em princípio sou a favor das 255 medidas do novo Simplex agora apresentado por Costa para tornar a vida dos Portugueses mais fácil, embora tenha verificado que este tem mais propaganda que conteúdo inovador.
Embora não tenha ainda lido tudo o que está no documento do Governo, para já, algumas parecem-me de facto serem boas e novas medidas, como a dispensa de apresentação da declaração do IRS a quem trabalha por conta de outrem e não tem abatimentos diferentes dos já validados no portal da Autoridade Tributária. Outras são de mera propaganda, como a do direito ao simplex. Algumas resultam do normal evoluir das novas tecnologias e já vinham a tornar-se prática, agora só surgem arrumadas para fins propagandísticos e até há aquelas, como o Título Único Ambiental, que já vinha do tempo de Passos e apenas a paternidade é agora omitida por questões de propaganda.
Em resumo, pelo que já li, há mais propaganda do que desburocratização e simplificação na administração pública, mas também há medidas inovadoras e congratulo-me com isso, como o livro de reclamações on-line que desinibe as pessoas do seu uso e outras simplificações.
Mas quanto menos burocracia, menos funcionários públicos são necessários e como a máquina do Estado tem tradicionalmente servido para camuflar desemprego e colocar amigos, não me admirava que à sorrelfa se criassem outros mecanismos a burocratizar o sistema e em particular a aumentar a fiscalização dos cidadãos, até porque os meios eletrónicos propiciam a devassa da vida das pessoas: o célebre big brohter de George Orwell.
Agora que o atual Governo é muito bom na propaganda e tirar proveito maior do que de bom faz há que reconhecer…