Nestes dias jornalistas e jornais açorianos têm-se lamentado pelo fato de já terem noticiado antes maus-tratos em serviços continuados e tal não ter tido a relevância que a denúncia da TVI teve. Há aspetos a justificar isso: o canal nacional juntou investigação sua, não se limitou a referir dados de terceiros com desmentidos dos acusados em direto que anulam a notícia. Depois o confronto duro feito ao poder face à normal subserviência nestas ilhas. Por fim a relevância dada a um OCS regional face a um órgão nacional, o primeiro cheira a uma discussão em família e segundo mostrou ao exterior a vergonha e mediocridade em que os Açores se acomodou.
Não sei também a audiência dos OCS regionais, ouço alguns dizerem que veem o telejornal dos Açores, mas também ouço muitos mais que dizem apenas ligar aos canais nacionais e os jornais todos dizem que são pouco lidos.
Não se refugiem os jornalistas regionais no sensacionalismo da TVI para esconder a falta de ousadia das reportagens que por cá se fazem. Este canal está vacinado contra essa acusação, foi o primeiro a denunciar o sistema de Sócrates e grande maioria dos restantes meios limitou-se a chamar de sensacionalismo aquilo que uma década depois se tornou quase consensual e depois de Portugal ter ido à falência de tanta corrupção não denunciada em voz alta.
Agora há outro aspeto que me preocupa, a passividade da oposição que deixou que isto continuasse e ninguém chamasse a si esta causa… talvez telhados de vidro a mais nos adversários ao poder instalado.
Agora ficou provado, pelo menos neste caso da não relevância da comunicação social açoriana e muito disso deve-se à falta de jornalismo de qualidade como deve ser que mereça o título de: o quarto poder.
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