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Meu artigo de ontem no diário Incentivo

DESCULPAS FALSAS E MÁ-VONTADE

No meu primeiro artigo deste ano para esta coluna, quando ainda nem se pensava na pandemia, escrevi “para o ano novo de 2020 que agora começou, insisto que a prioridade do Faial se mantém: é a questão do aeroporto. É verdade que existem outras necessidades menores nesta ilha, úteis para o Governo nos desviar do essencial, mas a que serve de demonstração de que quem está no poder vai atender ao maior anseio dos Faialenses: é a pista do aeroporto da Horta”.

A última visita do Governo dos Açores ao Faial veio dar razão aos meus receios de que o executivo regional fez tudo para desviar atenções do essencial, ofertou-nos com um conjunto de projetos mais ou menos importantes e deixou de fora o principal: a ampliação da pista do aeroporto da Horta. Tal como deixou atrás aquela que talvez seja a mais antiga e a mais importante das restantes reivindicação da ilha: a conclusão da variante à cidade da Horta.

Na questão do aeroporto, há políticos no poder regional que continuam a vender a mentira de que os Açores não investem na ampliação desta pista por este ser de uma empresa privada, quando é falso! Só a gestão está concessionada à Vinci. Mas a infraestrutura é nacional, localizada nesta ilha e daqui ninguém a tira para a levar para outro lugar como aconteceu já com outros investimentos.

Vasco Cordeiro pode dar as voltas que quiser, a única verdade é que não disponibiliza verbas do orçamento regional para esta obra apenas porque: Não Quer! Não se esconde em desculpas reais de mau pagador, inventa uma falsa para a sua má vontade! Sei que há um coro de gente local que o acompanha sabendo a verdade toda, mas propaga a mentira imposta e obedecendo espera um cargo para si em detrimento de defender o interesse geral dos Faialenses.

Quanto à variante, gostei de ler um artigo na passada semana no Incentivo, escrito por um jornalista da ilha não envolvido com partidos. Este denunciava a falácia vendida pelo Governo dos Açores de que não podia completar a variante à Horta por o executivo do anterior Primeiro-ministro ter acordado que o financiamento de estradas tinha uma “prioridade negativa”. Isto quando precisamente este governo regional, que usava tal desculpa, acabava de anunciar a construção de duas variantes na ilha de São Miguel. Aprendam: para nós a desculpa de que o tipo de projeto não cabe nos financiamentos comunitários mas ao mesmo tempo cabem dois se for para outra ilha.

Assim vemos que as duas obras em que os Faialenses mais se envolveram nas suas reivindicações são precisamente as que o Governo dos Açores não atende. Tal deve-se apenas à falta de vontade do Governo Regional em resolver as necessidades maiores do Faial. Má Vontade, insisto, e algumas pessoas aqui residentes e encostadas ao poder repetem os falsos argumentos mandados de cima para nos enganar. Só não vê quem não quer ver a verdade. Mas em democracia somos livres até de apoiar a mentira e de nos deixarmos enganar.

Apesar da recusa de Vasco Cordeiro em atender ao essencial desta ilha, reconheço que o Governo dos Açores deu-nos um conjunto de outras prendas interessantes e benéficas para o Faial de modo a nos entretermos com isto e não darmos atenção ao essencial e estou convencido que muitos até ficam imensamente agradecidos e deixam-se levar neste engodo.

Cortar fitas de uma obra que ainda não sabemos quando e como vai entrar em funcionamento, assinar protocolos de cooperação com instituições da ilha e anunciar projetos foi de facto uma mão cheia de prendas que o Governo dos Açores no legou. Só faltou mesmo o mais importante: assumir comparticipar na ampliação da pista do aeroporto da Horta de modo a facilitar e a desbloquear a execução desta pretensão; e assegurar a construção da segunda fase da Variante à Horta, uma infraestrutura fundamental para o bom desempenho do projeto do Município e já em implementação de arranjo e reordenamento da frente-mar da cidade.

Para já há quem continue a tentar tapar-nos os olhos e a camuflar a verdade dos factos, enquanto outros conscientemente não querem ver a verdade, mas a democracia tem destas coisas.

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Segundo dados do Público de hoje, só em julho morreram em Portugal mais 2137 pessoas do que no mesmo mês do ano passado e o Covid-19 só justifica 1,5% deste excedente.

O Governo, sem a fiscalização da oposição, limita-se a dizer que foi do calor, a verdade é que o número de mortes anormalmente alto já vinha dos meses mais frios e durante os quais nunca a oposição apertou os calos ao Executivo para perceber porque os Portugueses sem Covid estavam a morrer tanto sem se perceber o porquê.

A verdade é que nos últimos tempos, mesmo se descontarmos as mortes por Covid-19, o número de mortos em Portugal subiu excessivamente, são mais do que as próprias mortes provocadas pelo SARS-Cov2 e ninguém da oposição cumpriu eficazmente o seu papel de fiscalizar o Governo nesta matéria.

Quantas pessoas desta mortandade em Portugal nos últimos meses estariam hoje vivas se Rui Rio tivesse cumprido o seu papel de fiscalizar o Governo como líder da oposição estando atento ao muito que havia para fiscalizar desde o início da da pandemia neste País? Nunca o saberemos penso eu, mas suspeito que muitas.

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Meu artigo de opinião publicado ontem no diário Incentivo.
 
SEM SEMANA DO MAR E POUCO CORREIO
Fosse este um Verão normal e esta semana, talvez estivesse a escrever sobre a Semana do Mar 2020, o seu programa lúdico, que por norma é mais debatido em público do que o náutico que está na raiz da festa, e a confessar, outra vez, que apesar da sua pequena inovação desde há décadas e de já não ter a projeção regional que teve no século passado, até pela atual concorrência das festas da Praia da Vitória, eu continuava a ser um assíduo participante desta, sobretudo, pelo convívio com os amigos.
Mas, infelizmente, devido à pandemia, este ano não há Semana do Mar. Um festival que apenas me lembro de ter sido interrompido na sequência do sismo de 9 de julho em 1998. Só espero que este vazio sirva para refletir sobre a possibilidade de se inovar e projetar este evento sem mais interrupções por motivos de calamidade local, regional, nacional ou global como a de este ano.
A verdade é que se neste Verão escasseiam festas na ilha, o mesmo acontece com o serviço de correio, pelo menos em várias freguesias do norte do Faial. Eu já me tinha apercebido de atrasos de correspondência vinda do Continente, mas eis que Faialenses residentes nesta área rural começaram a chamar-me à atenção para os atrasos nos jornais locais, um assunto de que ninguém denunciava publicamente. Após investigações, confirmei a razão dos lamentos, como se não bastasse já o isolamento social devido à pandemia e a paragem da Semana do Mar, veio agora juntar-se a redução da prestação de outro serviço de contacto das pessoas: o dos correios no Faial.
Teoricamente, o serviço de correios estaria a ser prestado nesta estação em dias alternados (o que não acontecia nem no tempo do famigerado Salazar!), mas depois e segundo testemunhos, nem isto! Curiosamente, o melhor meio de controlo desta realidade veio de assinantes do “Incentivo”, este como jornal diário é distribuído com esta periodicidade mas tem faltado nas caixas dias seguidos, sendo estas depois atafulhadas com esta publicação e outra correspondência acumulada.
Efetivamente, passar a receber nos alvores da terceira década do século XXI as notícias “frescas” dos jornais locais com um atraso de mais de 72 horas é um retrocesso civilizacional injustificável. Receber no início da semana de trabalho o semanário local feito para ser lido ao longo do fim de semana não lembra a ninguém com bom-senso.
Não é a privatização que justifica as queixas de tão mau serviço de que me fizeram chegar, mesmo reconhecendo que o economicismo privado não é pródigo a servir a população. Isto acontece ou por má gestão ou escassez de carteiros para as necessidades de assegurar um serviço mínimo que não comprometa a sua qualidade. Conheço muitos destes profissionais na ilha e sei que eles dão o seu melhor. Não se compreende que nem haja o cuidado para que a correspondência local para o fim de semana chegue a tempo neste serviço que é pago.
Não é admissível que num concelho urbano que até tem a sede do Parlamento Regional e órgãos do Governo dos Açores haja localidades a escassos quilómetros destes que estejam a ter um tão mau serviço de correios nesta época e nenhuma entidade política tenha a iniciativa de assumir publicamente que está a intervir no assunto. Num meio tão pequeno isto não pode estar a passar despercebido das autoridades que devem defender o Povo sem ser com um fechar de olhos destas.
Recebi há dias uma carta do Governo dos Açores a informar-me que vem esta semana visitar o Faial e está disponível para me receber como Faialense. Agradeço a amabilidade, mas deixo-lhe o tempo que estaria reservado para me ouvir na ilha para poder intervir no sentido de resolver o problema acima denunciado. Sei que apesar de muitas vezes os Governantes gostarem de descansar à sombra do argumento de que os Correios foram privatizados, recordo que o caderno de encargos tinha exigências de serviço público a assegurar pelo privado que os adquiriu, cujo incumprimento leva a penalizações, pelo que o Governo tem trunfos para agir e impor uma correção nesta matéria com as armas legais que dispõe. Se os Correios não estão a cumprir a sua parte, ao menos que o Governo dos Açores faça a sua: investigue, verifique e, em caso de incumprimento, faça cumprir ou penalize.
 

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Meu artigo de hoje no diário da ilha do Faial: Incentivo

REALIDADES CHEIAS DE CONTRADIÇÕES E UMA CONGRATULAÇÃO

Olhando para o que se passa neste País e Região parece-me que a sociedade ficou apática às contradições de quem nos Governa, estamos a viver uma pasmaceira que só se explica por estarmos a sofrer de um choque pós-traumático devido à pandemia. Os Açores por agora são uma terra sem casos de COVID-19 ativos, mas, por precaução, com a qual concordo, cancelou-se tudo o que eram festas do Espírito Santo e Santos Populares, mas enquanto o coronavírus está a alastrar em Lisboa, o nosso Presidente da República e Primeiro-Ministro participam em dois espetáculos à porta fechada com milhares de pessoas.

O mesmo Presidente, não se contentando com estar com milhares de pessoas numa zona coberta numa terra em plena expansão do SARS-Cov2, logo a seguir vem visitar os Açores por já não termos o vírus a circular, não sei se apresentou algum exame negativo como é exigido ao comum dos açorianos que queiram regressar à sua terra ou a quem vem prestar serviços a estas ilhas, a verdade é que tudo isto aconteceu como se fosse uma coisa natural, onde imperou a cordialidade diplomática e como se tal visita fosse desejada pelos Açorianos numa altura destas e depois da afronta da continuidade territorial com os aviões como se a proteção da nossa saúde fosse um movimento separatista. Dá para entender? Eu não entendo.

A economia dos Açores passou a ter, por opção política, uma forte dependência do Turismo e apesar de o projeto “Viver Açores” do Governo Regional pretender dinamizar o setor através duma procura interna que compense a redução externa, a verdade é que em paralelo está-se a usar o trunfo do Arquipélago ser uma região livre de Covid-19, sem dúvida um bom argumento para apelar à vinda de turistas de fora. A verdade é que essa limpeza é ameaçada por esses mesmos turistas terem de passar pelo aeroporto em Lisboa, onde a situação não parece de todo segura, onde o próprio passageiro se pode contaminar a seguir a obter um teste negativo e trazer a doença para esta ilhas.

Temos de facto de abrir mais cedo ou tarde as nossas ligações ao exterior, mas esta realidade é também uma das nossas fragilidades para enfrentar esta pandemia e a situação de os resultados dos testes serem de 12 horas na Terceira e S. Miguel e mais de um dia nas outras ilhas é um meio de tratamento desigual dos Açorianos das ilhas mais pequenas. Contudo não deixa de ser uma contradição criarmos cautelas que dificultam os nossos conterrâneos e a quem vem cá em trabalho enquanto se promove esta Terra para que venham cá passear: o que, assumo, é importante para a nossa economia. Como se concilia isto de forma segura? Como continuaremos a proteger os idosos que coabitam com quem trabalha e contacta com tantos colegas e se cruza com visitantes? Confesso: o recurso de apenas lavar-se as mãos e usar máscaras deixa-me muitas dúvidas como modo de manter protegidos estes anciãos não institucionalizados sem os ostracizar em casa, até porque vejo gente a usar sem cuidado máscaras diante de quem se protege por ter idosos em casa.

O festival gastronómico “Juntos à Mesa” do Faial é um bom exemplo de como as dificuldades agudizam o engenho. A minha participação foi bafejada pela sorte do restaurante escolhido ter um serviço de take-away que levava a refeição ao meio rural: uma evidência de que sem gente de fora se olha para os clientes potenciais em toda a ilha e é possível estender este modo de servir sem o limitar à zona da cidade. Talvez não haja grande rentabilidade nisto, mas fideliza gente e com imaginação dever ser possível criar no futuro um sistema que compatibilize a concorrência com cooperação do setor da restauração local com uma solução para estas situações que junte mais residentes da ilha numa mesa na dimensão do Faial. Parabéns pela iniciativa!

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Meu artigo de hoje publicado no diário da Horta “Incentivo”:

CELEBRAR ABRIL EM EMERGÊNCIA E TODA VERDADE

Pela primeira vez, desde 1974, Portugal vai celebrar o 25 de Abril com restrições à Liberdade devido à declaração do Estado de Emergência em virtude da pandemia Covid-19. Parece uma contradição celebrar a Liberdade retido pela imposição de ficar em casa e quando é interdito aos Portugueses de circularem como lhes apetece ao ar livre. Mas a vida está cheia de contradições.

Um dos compromissos do Presidente da República quando da declaração do Estado de Emergência foi com a verdade, mas parece que tal não obriga a que se diga toda a verdade. Assim, bastam verdades selecionadas à medida que, sem se mentir, se faz um retrato da realidade aos Portugueses diferente da verdade, mas o meu patriotismo exige que se diga toda a verdade. Ao percorrer-se os dados desta pandemia referente aos vários países europeus descobre-se uma realidade distinta da comunicada pelas autoridades nacionais e telejornais.

No combate à pandemia, até ao momento, Portugal felizmente não atingiu os números negros de mortes por milhão de habitantes como os que se têm verificado em França, Itália, Espanha e, sobretudo, o pior índice de todos e não falado da Bélgica. Assim, os nossos políticos escudam-se nas manchetes destes países para falarem de milagre e ficarem bem na foto. Mas manda a verdade que se diga, Portugal, infelizmente, apresenta números de mortos por milhão de habitantes bem piores que os da Alemanha, Áustria, República Checa e, sobretudo, os da endividada e empobrecida Grécia, esta mesmo com dimensão populacional semelhante, tem cerca de seis vezes menos mortos que nós, e existem muitos mais Estados Europeus perante quem fazemos pior figura, com quem há muito a aprender, pois fizeram bem melhor que Portugal e isto não é dito aos Portugueses.

Um Estado de Emergência comprometido com a verdade não se fica pela meia verdade conveniente ao Presidente e ao Primeiro-Ministro. Tal como é verdade que, apesar da continuidade territorial imposta por estes e de um certo descontrolo em S. Miguel, os Açores apresentam números bem melhores que os do Continente e até excelentes em 8 das 9 ilhas: tão bons como os de Macau!

Os partidos da oposição, e muito bem, assumiram, na generalidade, ser cooperantes com o governo nesta luta e não entrar em conflitos que enfraquecessem o objetivo de vencer o SARS-Cov-2. Mas na verdade isto não pode ser complacente com aproveitamentos políticos do partido no poder e é patriótico exigir pudor nos abusos. Em janeiro viu-se bem o que estava a acontecer na China, mas só em março Portugal tentou comprar mais ventiladores e até recomendou o não uso de máscaras: nem havia o suficiente para todos e a linha da frente de combate! Logo, não é correto agora fazer cartazes de aquisições tarde e a más horas de equipamento já em plena batalha, pois deveriam ter sido adquiridos quando se via o que acontecia em Wuhan, até porque as verbas são pagas pelos Portugueses para serem coladas depois ao símbolo do partido no poder e a fotos de propaganda.

É verdade que um dos objetivos nesta luta era evitar a rotura do Serviço Nacional (Regional) de Saúde e com o esforço da maioria dos Portugueses e as medidas que estão a ser impostas isto tem sido conseguido sem falhas evidentes. Pelo menos não tão graves de modo a alguém ter sido rejeitado numa Unidade de Cuidados Intensivos por falta de capacidade ou de equipamentos, por isso, mesmo em estado de emergência, festejemos algumas vitórias e celebremos, como possível a cada um, a festa da Democracia, com toda a verdade e sem censura: Viva a Liberdade de Abril!

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Meu artigo de hoje no diário Incentivo:

O BULLYING DA SATA AO FAIAL

O atual Presidente do Conselho de Administração do Grupo SATA, Luís Rodrigues, bem avisou no fim de 2019 que a reestruturação da empresa iria doer. Isto para corrigir a sua situação financeira fruto de descalabros de gestão nos últimos anos devido às opções estratégicas erradas do Governo dos Açores implementadas por servis figuras obedientes dos seus presidentes nomeados pelo executivo regional. Só não disse onde doeria, mas logo suspeitei que o Faial apanharia por tabela.

Desde há já muitos anos que quando se tomam medidas estratégicas para alargar os serviços da SATA, o Faial, por norma, não beneficia dessa expansão: foi assim ao se compraram os últimos aviões e se escolheram aparelhos que não tinha condições para aterrar no aeroporto da Horta e onde já se sentia a falta de equipamentos; foi assim quando se aumentou o número de ligações para concorrer com outras empresas devido à liberalização do destino Ponta Delgada; e até foi assim ao se anunciar o alargamento da rota do Pico que se fez à custa do encolhimento das ligações ao Faial, mantendo o Triângulo o número insuficiente que a procura já exigia. Por outro lado, sempre que existem ações de reduções dos serviços da SATA o Faial volta a ser vítima direta dessas medidas.

Paralelamente, nos últimos anos, enquanto o aeroporto da Horta tem aumentado no número de passageiros e na procura, a quantidade de ligações desta infraestrutura ao exterior dos Açores tem vindo tendencialmente a diminuir. Pelo que não só já se perderam pessoas que pretendiam voar diretamente entre o Continente e o Faial que recusaram toques noutras ilhas e demoras de viagem daí resultantes, como se atrofiou a taxa de crescimento da circulação de passageiros nesta ilha pela falta de oferta disponível por parte da SATA.

Agora, com a falta de aviões que a SATA tem na sua frota para aterrar no Faial e a reestruturação da empresa anunciada, aonde é que havia especialmente de doer mais? No Faial, logicamente!

Descobriu-se isto apesar da SATA ter disfarçado o novo ataque ao Faial, anunciou em voz alta o mesmo número de ligações enquanto, por falta de aviões adequados a este aeroporto por opção anterior do Governo, em voz baixa, contratou o serviço a uma outra empresa: a Hifly, e esta assegura-o com um aparelho que leva menos passageiros. O que, na prática, corresponde à redução da oferta de lugares equivalente a menos uma ligação por semana.

Assim, independentemente do tipo de estratégia levada a cabo no grupo SATA: expansão, contração ou reestruturação; o Faial leva sempre pancada a doer. Deste modo e durante anos a fio, o Governo dos Açores, não só, mas sobretudo através do seu braço SATA, tem vindo constantemente a agredir o Faial. Uma espécie de bullying, palavra inglesa para a pratica de tirania e valentia contra os mais fracos indefesos, o que o poder político tem exercido continuamente contra os Faialenses.

Tal como nas escolas; onde o bullying tende a ser exercido pelos mais fortes com a ajuda de outros aliados oportunistas sobre alunos fragilizados, submissos que se calam e sofrem sem se revoltarem de forma eficaz que penalize o agressor; também no Faial se tem assistido a um tipo de passividade que nunca doeu ao prevaricador que nos agride e que se mantém poderoso à custa de alguns aliados que beneficiam de migalhas, enquanto a generalidade do Povo Faialense vai sofrendo sem uma revolta verdadeiramente eficaz. Até quando este bullying vai continuar?

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É chocante ver a falta de humanismo com que o Japão trata as pessoas retidas por quarentena no navio Diamond Princess devido ao coronavírus associado à COVID-19

Uma coisa é ter as cautelas de colocar as pessoas de quarentena, disponibilizando espaços devidamente preparados para o efeito de modo a evitar não só o contágio para a população exterior, mas também e sobretudo evitar a propagação do vírus dentro da comunidade sob quarentena. Outra coisa é deixar uma comunidade isolada, sem as condições adequadas para o tratamento dos doentes e, sobretudo, sem criar o essencial cuidado para evitar a propagação do mal dentre desse grupo.

O Japão no caso do Diamond Princess está a comportar-se com a desumanidade do isolamento típica da luta contra a peste na Idade Média e sem o aproveitamento do conhecimento científico e humanismo que caracteriza o tempo presente.

Um retrocesso civilizacional!

Uma falta de ética e moral absurda.

Nem tanto ao mar, como o humanismo sem precaução adequada de Portugal que se deixa ficar refém de leis que colocam o voluntarismo dos potenciais afetados para se colocarem em quarentena (felizmente as pessoas em causa foram conscientes), nem o desumanismo puro e duro do Japão. Bom-senso e equilíbrio precisava-se neste controlo ao vírus, mas é em crise que se conhecem verdadeiramente as pessoas e também as civilizações ou países.

Entretanto, o Português canalizador do navio está sem tratamento, contaminado com o SARS-CoV-2 e ainda sem sintomas graves da doença no Diamond Princess.

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Li todos os projetos que estão em vias de discussão na AR sobre a eutanásia. Todos têm em comum o facto desta só poder ser feita a pedido da pessoa sobre que pretende morrer e a solicitação só é válida se o doente estiver plenamente consciente e em caso de dúvida após verificação por médico de psiquiatria. Todos eles consideram que o processo pára se o requerente da eutanásia até há hora da morte assistida mudar de opinião e ainda consideram que o ato pode ter testemunhas de pessoas próximas e dos técnicos envolvidos.

Por estes projetos não há eutanásia para pessoas incapazes de decidir, nem a pedidos de terceiros, nem por decisão de terceiros por compaixão ou desistência.

Deste modo a eutanásia só recai sobre quem decide conscientemente sobre si mesmo.

Assim, imagino-me no futuro numa situação extrema em que eu decida sobre mim que quero morrer e estou incapaz de realizar tal ato, eu não aceito que outra pessoa em referendo me retire o direito de eu vir a poder decidir sobre mim e de me impedir que outro concordando comigo me ajude na execução minha decisão que recairia apenas sobre mim.

Tal quer dizer que a eutanásia é uma alternativa aos cuidados paliativos, estes devem ser implementados sempre no máximo possível, mas não são um substituto à minha livre decisão e quem não quer ser “eutanasiado” nunca o deve optar por esta via por falta de tratamentos paliativos.

Se há religiões e consciências que não aceitam a eutanásia, não têm o direito de impor a sua crença ou consciência a quem não crê ou tenha uma opinião diferente.

Já me custa bastante que neste momento eu esteja refém da vontade da maioria de deputados sobre uma possível decisão futura que me diz respeito apenas a mim mesmo e sobre mim mesmo sem vitimar terceiros.

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Meu artigo de hoje no diário da Horta: Incentivo

SILÊNCIO E SUBSERVIÊNCIA QUE CUSTAM CARO

Lembrei-me que num encontro acidental e a sós com uma pessoa que depois veio a ser primeiro-ministro falei do medo que muitos cidadãos tinham em denunciar em público o que estava mal num caso concreto da ação do poder executivo. Ele foi da opinião que, em democracia, “medo” nos cidadãos era uma palavra muito forte, pois era suposto tal não existir neste tipo de regime.

Em teoria eu concordei com ele, pois o medo não deveria existir num sistema onde o Povo tem a última palavra, mas mantive a discordância de que “o medo de falar” existia de facto por possíveis retaliações ao se denunciar ou se protestar pelo que estava mal e muitas pessoas sentiam isto. A conversa ocorreu há décadas, mas desde então eu recebi confidências de não poucos Faialenses que me falaram de situações que gostariam de denunciar ou de protestar mas tinham receio. A frase mais forte foi: diz isto pois eu tenho filhos que precisam de emprego pelo que não posso falar!

Contudo, a culpa de vivermos numa sociedade onde o poder político é quase o único empregador também é do Povo, muitos acreditam sem reservas na premissa de que o poder público age só no interesse coletivo das Pessoas. É verdade que o privados agem com perspetivas de lucro e a ganância muitas vezes sobrepõe-se à lei. Mas um sistema económico que permite um poder, público ou privado, ir-se instalando sem concorrência torna a maioria refém desse domínio quase absoluto.

Na verdade, têm sido muitos os Faialenses que ao longo de décadas têm permitido que um partido tivesse poder dominante sobre toda a economia e política da ilha e este aos poucos estendeu os seus tentáculos a todos os setores, inclusive aos privados: ora ocupando lugares de topo administrativos de algumas unidades industriais privadas coletivas, ora forçando ou permitindo que outras se transferissem para fora da ilha, ora fazendo mesmo concorrência as estas de molde a dificultar o seu crescimento, as atrofiar ou até as tornar inviáveis. Assim, não admira que hoje muitos digam que não falam por causa de terem filhos, mas este é um legado para o futuro montado pelo Povo atual.

Esta reflexão nasceu devido a um troço com 1 Km de estrada, a Reta de Pedro Miguel, uma obra sem dúvida necessária e pertinente, ter sido fechado para se executar um novo tapete de asfalto e uma pequena obra hidráulica por um prazo de 23 dias consecutivos mas só reaberto 50 dias depois. Um atraso de mais de 200% sem uma nota justificativa devidamente divulgada às pessoas. Houve muitos Faialenses do lado norte que em conversas particulares se lamentaram, se queixaram, mas protestos e questões em voz alta: nada!

Não sei se o atraso foi culpa da administração regional ou da empresa que fez a obra. Do tempo e época não foi: todos já sabiam que dezembro é chuvoso e tem o Natal, logo o período invernoso e a festa não justificam mais de 200% de dias de atraso ao prazo anunciado. Desconfio que a culpa morrerá solteira, o poder dominante põe e dispõe sem explicações e não assume culpas. Se for do empreiteiro este poderia ser multado mas desconfio que por autoproteção não haverá nada.

Assim, veremos uma notícia do Poder a se louvar pela conclusão da obra que já deveria estar concluída há 50 dias, sem qualquer pedido desculpa que lhe estragaria a propaganda. Na verdade, há muito que o desrespeito pelo Povo do Faial não prejudica os governantes. Por isso abusam, só que este silêncio e subserviência sai caro em liberdade, qualidade de vida e dá espaço para o Povo ficar mais refém do poder instalado e ter medo pois esta democracia está minada por quem manda.

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Meu artigo de opinião de hoje no diário Incentivo:

ENTRE A FRENTE DA ESTALAGEM E A SURDEZ DO PODER

Foram numerosos os comentários reprovadores que me chegaram sobre o feio resultado do rearranjo da frente-mar diante do Forte de Santa Cruz e muitos outros lamentos tenho lido nas redes sociais que fizeram com que eu deitasse uma olhadela em tal direção a partir do início da Cônsul Dabney e, embora sem ser de perto, o que já observei também não me agradou.

Contudo confesso que não é este arranjo junto à estalagem o essencial das minhas preocupações para o Faial. Preocupa-me muito mais o resultado, ainda por se ver, de como ficará a praça do Infante, a avenida marginal, a zona da Alagoa e o largo Manuel Arriaga que são de facto os principais espaços da frente-mar e a sala-de estar da cidade da Horta, não só para os visitantes, mas também para os Faialenses. Contudo aquilo que mais me aflige, já aqui o referi, continua a ser a questão da ampliação da pista do aeroporto e a política de acessibilidades aéreas à nossa ilha.

Todavia concordo que não podemos passar os dias todos a falar do aeroporto e dos transportes aéreos. Até porque o tema já leva muitos anos e o poder já fez anúncios e renúncias à obra, só não atendeu ao que os Faialenses exigem nesta matéria há tanto tempo. Mas o que se passou junto à Estalagem é mais um exemplo de como a Câmara se perde em pormenores a estragar o que não estava mal de todo, o mesmo já ocorrera no adro da igreja das Angústias para ir mostrando obra enquanto não faz o essencial: o projeto da frente-mar.

Isto acontece porque a Câmara Municipal sofre de surdez parcial: não atende ao essencial do que os Faialenses lhe dizem em momento oportuno se não pertencerem à sua máquina política, mas responde à crítica desfavorável generalizada de que não faz nada de importante e, para desviar a atenção, executa coisas acessórias propostas por projetistas ávidos por mais dinheiro da autarquia.

Sabemos que o projeto da frente-mar esteve à Consulta Pública, mas na verdade o cidadão-comum já viu que se criticar uma proposta do poder, da Câmara ou Governo, estes reagem mal e dizem: só sabem criticar! Então se for algo dito por alguém da oposição a desvalorização é total e arrogantemente não acatada. Uma sobranceria que é uma maleita de quem está há demasiado tempo no poder e se habituou e não dar ouvidos aos outros na altura certa. Assim, subsistem só alguns resistentes nestas consultas, mas a maioria do povo cala-se na hora de dizer, mas não prescinde de falar no convívio social e embora tarde a verdade incómoda do senso-comum vem ao de cima.

O município também já criou momentos de auscultação direta (uma forma de camuflar que não ouve a oposição é perguntar coisas acessórias ao Povo) é caso dos orçamentos participativos, mas até aqui atua com surdez parcial. Já houve iniciativas apresentadas por quem está habituado a estas ações, que sabe cativar votos para os seus projetos mas que enfermavam de problemas que a Câmara não escutou em devido tempo e depois de vencerem. Depois a Autarquia adiou a sua execução e fez ouvidos moucos aos que mais votaram nessas participações. A tal surdez parcial!

Eis uma causa da falta de beleza que diz existir na intervenção junto à Estalagem, já agora, aqui escrevi há semanas de crianças que vão para a escola com a iluminação pública já apagada, há poucos dias vi um quase acidente de um aluno na rua por falta de luz que persiste devida à surdez da Câmara nesta questão de segurança, algo mais importe que a feia obra em Santa Cruz.

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