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Posts Tagged ‘bombeiros’

Meu artigo de de hoje no diário Incentivo:

UM VERÃO DIFERENTE E A QUESTÃO DO QUARTEL DE BOMBEIROS

Não haja dúvida que a realidade da pandemia está a tornar este verão diferente: os turistas são poucos, menos ainda que na época baixa, embora eles já andem por aí e cruzo-me com eles nos mais diversos pontos a visitar o Faial.

Mas a diferença é mais evidente por estarmos em ano de eleições legislativas e ver-se um pacífico confronto político, é como se o dia dos votos estivesse muito distante. Sem dúvida que a estratégia da oposição desaparecer durante o período de emergência não deu espaço à reentrada posterior de um debate de ideias sobre o que se pretende para os Açores no ciclo pós-pandemia, mesmo sem se saber quando este vá terminar já que tudo aponta para que o seu fim não esteja próximo.

É verdade que o Governo dos Açores, quer através de visitas estatutárias, quer por iniciativas das suas Secretarias Regionais, lá vai apresentando quase diariamente projetos em vias de arrancar no terreno ou iniciativas de projetos a passar a papel; sinal claro que está atento ao período pré-eleitoral que atravessa. Mas exposição e debate de ideias para o futuro dos Açores neste verão: nada!

Entre os projetos cujo papel está pronto para arrancar no terreno, felizmente, está o Novo Quartel de Bombeiros do Faial a construir em Santa Bárbara. Efetivamente o atual, talvez o mais bonito de todos os que já vi na Região, enferma de numerosos constrangimentos devido à sua longa idade, enquadramento urbano e o evoluir das exigências aos soldados da paz em termos de serviços operacionais de Proteção Civil.

Recordo-me de há vários anos ter sido pessoalmente auscultado sobre a localização em Santa Bárbara e lembro-me então, dado o troço da variante então em construção, o outro a pensar-se construir e as características geológicas do sítio de implantação, ter sido de opinião que o Novo Quartel de Bombeiros do Faial teria um enquadramento excelente para servir bem toda a ilha.

Depois disso, o segundo troço da variante à cidade da Horta caiu, apesar de quase concluído em papel não saiu dos gabinetes do Governo para o terreno e a realidade do magnífico enquadramento para servir bem toda a ilha mudou: o que também já denunciei há uns anos aqui neste jornal.

Fico contente se a obra for em frente, mas já não posso dizer que o enquadramento permite melhorar a rapidez de atendimento a todas as partes da ilha. Há zonas que ficarão com condições de prestação de serviço mais rápidas: as freguesias do lado sul. Mas, sem o segundo troço da variante ou sem uma alternativa de acesso livre e desimpedido que assegure uma circulação a grande velocidade em segurança para o norte da ilha, esta zona poderá sofrer maiores demoras de atendimento que urge pensar e compensar.

Não vale a pena negar a situação, o estado de negação só serve para não resolver o problema. Há sim que encontrar soluções. Se não for a variante, a que antes estava preconizada, então que seja outra. Passar a obrigar os veículos de socorro a circular ao longo de toda a cidade de sul a norte não torna mais rápido o trajeto para chegar às freguesias além Espalamaca. O percurso pela rua da Travessa no início parece desafogado, mas desemboca em afunilamentos na Volta ou em Santo Amaro que não estão resolvidos. Analisar a questão de forma séria e sem partidarismos é necessário.

Não usufrui ainda do novo Largo do Infante, mas já vi que está diferente. Uns gostarão mais, outros menos. Uns defenderão apenas por quem fez, outros criticarão por ser quem fez. Eu não me vou pronunciar num arranjo que tem virtudes e defeitos mas onde o essencial é todo o conjunto da Frente Mar da Horta ainda por concluir. Tal como acontece com o projeto de Saneamento Básico da cidade de que já não se fala. Apreciar bocados de projetos globais por concluir dificulta um juízo válido do todo e, tal como já demonstrei hoje no caso da variante, o não se fazer tudo o que estava convenientemente planeado no início pode dar depois resultados bem diferentes do idealizado. Espero para ver tudo um dia…

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Quando o ministro da Administração Interna apela aos outros para não haver aproveitamento político no caso do kit de proteção aos fogos, não estava precisamente o Governo a fazer aproveitamento político com essas prendas à custa dos nossos impostos?

Ao mesmo tempo o executivo não estava a favorecer uma empresa “amiga” com a seleção destas golas?

Não estava ao governo a colocar pessoas em risco em possíveis campos de incêndio se não se tivesse denunciado que as golas eram inflamáveis?

Quem fez nisto maior aproveitamento? Quem estava a aumentar a vulnerabilidade das pessoas com golas que não se sabia serem inflamáveis com dinheiros públicos ou quem critica tais comportamentos de governantes oportunistas feitos com o dinheiro dos outros?

Irrita-me profundamente a hipocrisia dos que se aproveitam do dinheiro das populações para fazer propaganda mas acusam quem os denunciam como se não fossem os culpados.

 

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Meu artigo de hoje no diário Incentivo:

MELHOR QUARTEL PARA PIORES ACESSOS AO NORTE DO FAIAL

É uma sina que amaldiçoa o Faial há demasiados anos: os projetos apresentados para esta ilha ou não se fazem ou, quando se fazem, são faseados ou encolhem ou então são programados considerando infraestruturas da envolvente a construir que depois não se concretizam. Assim, por cá temos ano novo, mas continuam as maldições velhas!

Deste modo, como já não é de estranhar, associado ao último anúncio de um projeto para esta ilha, temos a estragar a boa-nova a constatação de uma situação negativa que leva a novas preocupações.

Assim, depois de uma discussão em dezembro de 2017, ainda sem uma solução consensual à vista, para as obras na baía da Horta, pelas preocupações que o projeto levantou; logo em janeiro de 2018 já temos a notícia de o novo Quartel de Bombeiros, cuja localização antes escolhida tinha em conta a proximidade da variante ficar completa para permitir fáceis acessos das operações de socorro ao sul, ao norte e ao centro da ilha, bem como à cidade, só que como esta estrada não foi totalmente construída, há já que lamentar que o novo quartel piore a acessibilidade ao norte da ilha.

Deste modo, enquanto os Faialenses se podem congratular pelo facto de aos bombeiros locais lhes ter sido apresentado um projeto de novas instalações modernas e melhores condições operacionais, os habitantes da Praia do Almoxarife aos Cedros já têm uma preocupação com as prováveis maiores demoras de socorro em resultado da não construção da segunda fase da variante. O costume: nesta ilha não há bela sem senão!

Estava a esquematizar este artigo e fui surpreendido pela notícia de que o ainda jovem navio Mestre Simão encalhara no porto da Madalena, um novo acidente da Atlanticoline, felizmente, com eficácia no socorro, sem danos pessoais, sendo a tripulação digna de elogios. Este acontecimento levou-me a nova evolução do texto, embora mantendo a temática: obras que trouxeram novas preocupações.

O número tão elevado de incidentes e acidentes que têm afetado as ligações entre o Faial, Pico e São Jorge desde que foram efetuadas obras nos principais portos destas ilhas não pode ser mera coincidência, mesmo considerando o estado agitação marítima em que este caso e alguns dos anteriores aconteceram. São demasiados problemas para não haver outras causas que não estão a ser devidamente estudadas, ou então, as conclusões não estão a ser divulgadas devidamente.

Há anos que gente fora do poder faz alertas de aspetos a se corrigir após o anúncio de muitos projetos nestas ilhas. Avisos que a seguir são ridicularizados ou desacreditados por quem governa: acusando quem os fez de ser do contra; e as obras avançam sem atender às recomendações. O quartel que piora acessos a uma parte da ilha, porque contou com uma variante por acabar, não é uma situação original. Erros a molhes que se dizia não resolver problemas de agitação marítima foram denunciados até por homens do Povo. Venceu a teimosia de quem pode e manda.

Assim, temos aerogares modernas em pistas insuficientes com penalizações e quem pode não resolve. Há bons terminais marítimos no Triângulo que enchem o olho em portos cujas intervenções se dizia criar problemas operacionais nunca assumidos pelo dono das obras. O Faial deverá ter um quartel desejado, mas que piora o tempo de socorro a grande parte da ilha porque as autoridades não concluem a estrada que corrigiria isso. Torna-se evidente que os investimentos privilegiam o que dá nas vistas em detrimento da operacionalidade. Os Governantes fazem anúncios e autoelogios à sua obra sem corrigir os defeitos que a tempo foram denunciados, comprometendo a segurança e o futuro desta terra com os próprios projetos, mancos à nascença, que inauguram. Bom Ano Novo!

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