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Archive for 22 de Dezembro, 2015

Quando o BPN faliu, o Governo de Sócrates simplesmente nacionalizou o banco e passou as dívidas privadas da instituição para o Estado, de modo que estas passaram a ser suportadas pelo contribuinte.

Quando o BES faliu, o Governo de Passos separou os créditos mal parados dos bons investimentos e criou o banco mau e o Novo Banco. O primeiro a cargo dos acionistas que assim ficaram a perder e alguns dos pequenos investidores invocaram ter sido enganados e autointitulam-se de lesados do BES. O Estado emprestou dinheiro à instituição boa, conjuntamente com outros bancos nacionais (fundo de resolução) para garantir o seu funcionamento, e colocou a nova instituição financeira à venda para com o dinheiro a receber do comprador amortizar a dívida e não fazer recair em força a situação sobre o contribuintes. Sempre se gritou que havia riscos para o contribuinte, na realidade devia haver e a oposição gritou que haveria danos para o contribuinte. Apenas se viu o esforço para evitar danos ao contribuinte mas foi o contribuinte que ficou em jogo.

O Governo de Costa queixa-se que herdou com o BANIF uma situação de inação do tempo de Passos, só que este foi o ganhador das últimas eleições e poderia estar agora com a responsabilidade da situação de que criara, mas como o líder do PS tomou por opção pessoal e estratégica o lugar de quem vencera, Costa agora não tem de se lamentar, foi ele que se colocou lá e por isso, mesmo que haja algumas culpas do passado, cabe ao atual Primeiro-ministro a obrigação de gerir o problema e não de se lamuriar. Este passa culpas aos primeiros grandes problemas é um vício frequente nos políticos recém-empossados.

Para já, Costa assume que a resolução do BANIF tem custos para o contribuinte, nem é evidente nenhum esforço para minimizar esta assunção, assim volta a dividir o banco numa parte má, vende outra boa a baixo preço ao Santander, enquanto o Estado avaliza o que é mau e se torna proprietário daquilo que não é mau mas que o comprador não quis. No fim ficam os encargos novamente para o contribuinte! Ou seja: nada de novo!

Efetivamente, desde o BPN, passando pelo BES a chegando agora ao BANIF, a resolução do problema tem passado sempre por colocar os custos da má gestão privada dos bancos a ser paga essencialmente pelo contribuinte e em Costa não vislumbrei um esforço para mudar esta situação… mesmo que nos últimos 3 anos o banco fosse maioritariamente público, a verdade é que o buraco vinha dantes. Temos soluções com efeitos sempre iguais sobre o contribuinte.

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