Assumo, sem complexo que sou militante do PSD desde a sua derrota em 1995, tenho feito a minha intervenção política, sobretudo, no campo da oposição e, por princípio, faço questão em não me render às eventuais benesses concedidas pelo lado do poder. A democracia só é saudável se houver quem aceite trabalhar em projetos alternativos que vitalizem a política e permitam levar a eleições soluções concorrenciais.
Embora sem ser membro, vi no passado um PSD-Açores pujante e talvez date desse período o número de aproximadamente 9 mil militantes neste partido.
Foi com tristeza que ouvi que tal número, bem menos de 10 por cento possuem as cotas em dia e estão em condições de votar. Um sinal de falta de vitalidade e de escassez de colaboradores neste projeto alternativo.
Sei que estar com o poder é tentador. É de lá que mais provavelmente caem migalhas que suavizem esta dura vida ou que garantam emprego a um parente.
Contudo, suspeito que não sejam raridades aqueles que, tal como eu, discordam do modo como os Açores estão a ser governados, onde não se cria uma economia autossustentada que garanta um futuro menos subserviente a vontades externa. Assim, este baixo número de militantes contributivos é um sintoma de que algo vai menos bem no PSD-Açores, um assunto que deve ser refletido dentro de portas.
Sei que alguns advogam que a cota é acessória para se ser militante, mas, para mim, ser-se contributivo é uma forma de assumir a vontade de cooperar com o projeto alternativo e este não amadurece apenas quando os ventos são de feição, mesmo que um dia venha a vencer pelo apodrecimento do poder.
Mente Livre 