Os jogadores que ontem alinharam pelo União de Leiria ontem demonstraram o que é lutar pelo jogo,pelas cores do seu clube e pela dignidade da atividade ou profissão de desportista.
Reconheço que depois de anos perdidos Luís Filipe Vieira trouxe novamente ao Benfica uma esperança e tem sido responsável por uma subida de resultados desportivos face aos mandatos anteriores e nisso Jorge Jesus é responsável por uma cota parte. O atual treinador de facto fez subir a qualidade do futebol encarnado quando entrou: trouxe um campeonato, conseguiu todas as taças da liga (mesmo que haja outros grandes adversários que nunca desdenhem deste troféu, presumo que é sobretudo por nunca o terem conquistado ao contrário das Águias) e ainda é responsável por magnificas participações do Benfica nas provas Europeias, além de ter acendido a chama Benfiquista.
Infelizmente, Jorge de Jesus também trouxe a falta de bom-senso para o futubol encarnado, uma teimosia excessiva contra jogadores pagos pelo Benfica e uma inversão da lógica entre a proteção de outros jogadores face aos interesses do clube e da equipa. O primeiro caso flagrante foi Roberto, o que levou à péssima entrada no campeonato do ano passado que resultou na perda do campeonato. Jorge Jesus assumiu que o Benfica, a entidade patronal e pagadora, estava ao serviço da recuperação da imagem e da confiança do guarda-redes e não ao contrário como deveria ser.
Este ano assistiu-se a algo do mesmo género, Jorge Jesus, novamente decidiu que Cardoso estava ali para ganhar o troféu de melhor marcador e esqueceu-se que era o jogador quem tinha em primeiro lugar de lutar por isso e não o clube. Consequentemente, o ponta de lança mais protegido do campeonato português, com uma percentagem incrível de perdidas flagrantes de golo em jogo, deve grande parte das suas concretizações a lanços de bola parada e esta estratégia é responsável pela reduzida taxa de eficácia dos jogos do Benfica nos últimos meses e de uma nova perda de campeonato.
Jogar pelas Águias é uma responsabilidade do jogador e não cabe ao clube ter de subjugar os interesses coletivos e do grande Benfica à demonstração das capacidades e conquistas de um desportista individual, mas Jorge Jesus inverteu esta lógica, o Glorioso já perdeu dois campeonatos por isso e a minha alma é Benfiquista acima de qualquer interesse de alguém em particular.
Mente Livre 