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Archive for 6 de Junho, 2012

O dia 6 de junho de 1975 será sempre um dia histórico para os Açores na sequência da grande manifestação de descontentamento sobre o modo como Lisboa estava a tratar a gestão futura deste Arquipélago e a condicionar os seus líderes e ativistas políticos Regionais que, tal como a maioria destes ilhéus, era pró Estados Unidos e contra o modelo soviético que parecia ameaçar instalar-se em definitivo por Lisboa e interessada num regime semelhante para esta Região.

Aquele dia foi um marco contra o centralismo de Lisboa e a manifestação, mais forte em Ponta Delgada, juntou todos os opositores ao comunismo: separatistas de momento face à ameaça vermelha, independentistas convictos e autonomistas condicionados à necessidade da democracia vingar em Portugal. Foram estes últimos a quem o tempo deu a vitória, so primeiros juntaram-se-lhe com a derrota da estratégia pró soviética e assim nasceu a Autonomia no molde atual.

Alguns independentistas convictos nunca baixaram em definitivo o seu sonho, outros foram-se acomodando à autonomia cujos poderes iam sendo conquistados em braços de ferro com Lisboa. O povo, à medida que ia recebendo apoios económicos e via obras públicas a surgir nas ilhas, deixou de olhar o Continente como um colonizador, até por compartilhar os genes e a cultura lusitana, e passou a comportar-se como um adolescente que tenta sempre mais uns trocos e autorizações para levar a vida que de momento pretende levar e sem preparar verdadeiramente um futuro a só.

A crise e a bancarrota ao ameçar Lisboa fez esta fechar os cordões à bolsa e logo deu oportunidade para a chama separatista se revigorar e a figura de colono ressuscitar. A estratégia é sempre a mesma: sobrevaloriza-se as nossas riquezas e potencialidades para declarar que estamos a ser explorados (aqui a base das Lajes é sempre uma tábua de salvação para cobrir as nossas necessidades), como se os Açores já não recebessem todos os impostos aqui cobrados e ainda o Continente não adicionasse mais verbas para exercer na Região funções de defesa, segurança, justiça, cobranças e ainda uma parcela muito significativa na comunicação social e ensino superior, além do que pedinchamos à Europa se continuarmos na UE.

Infelizmente, o modo como a República tem reduzido os seus encargos com as funções que exerce na Região alimenta a ideia de que é possível melhorar a qualidade de vida com os Açorianos a cortar os laços de dependência económica e política com Lisboa, mas, na verdade, não conheço nenhum povo que se tenha libertado de Portugal após o 25 de Abril que na generalidade tenha passado a viver melhor que o dos Açores, alem destes serem geneticamente essencialmente Lusitanos.

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