Na generalidade o que a pandemia trouxe foi mau, a economia, vida em sociedade e saúde tudo sofreu negativamente, mas se tentarmos ver algo que pode ser aproveitado de positivo foi a oportunidade de muitos poderem fazer a sua vida profissional por conta de outrém em teletrabalho.
Pelo que tenho lido, havia uma grande desconfiança e receio no início do confinamento em muitos trabalhadores sobre o teletrabalho, contudo, no período de desconfinamento verificou-se uma alteração nas pessoas com um aumento significativo de confiança e de preferência na parte de muitos trabalhadores por este regime de trabalho desde que o pudessem realizar à distância do gabinete da empresa ou do serviço. Não tenho complexo em assumir, fui um dos que ficou mesmo agradado com esta possibilidade.
Talvez porque esta mudança também tem vantagens para a entidade patronal, inclusive o Estado, eis que o Governo começou por apresentar uma meta para aumentar o número de funcionários em regime de teletrabalho e logo a seguir sindicatos do setor começaram a fazer exigências salariais para dificultar esta oportunidade.
Um erro estúpido e preconceituoso dos sindicalistas? ou medo de este regime vir a dificultar a congregação de funcionários para a lutas que dão razão à criação de tantos lugares para dirigentes sindicais? Não sei.
É verdade que em teletrabalho tive maiores custos de energia e água e até porque não estava preparado para tal mudança brusca usei consumíveis meus em prol do serviço que me esquecera de trazer. Mas também poupei em combustível e no preço do almoço, este até aumentou em qualidade, além de ter melhorado em muito a minha qualidade de vida pessoal e atenção à família, benefícios que compensaram largamente aquele aumento de despesas.
São estes benefícios que os sindicatos me querem tirar em nome de compensações financeiras por falta de imaginação ou preconceito dos sindicalistas?
Sim, para alguns o teletrabalho não foi fácil nem um ganho ou satisfação pessoal e como tal a adoção deste regime deve-se fazer por acordo individual, caso a caso e na defesa dos interesses mútuos, nunca por imposição de uma parte e servir para a entidade patronal chutar custos e responsabilidades com a implementação de um modelo em que só o patrão ganha. Equilíbrio, precisa-se e isto não é uma questão de salário que discrimine quem não pode ter teletrabalho ou prejudique quem o possa ter e era esta a via que os sindicatos deveriam seguir.
Infelizmente os sindicatos da função pública não começaram por adotar a melhor postura em defesa de quem anseia por este regime, um opção de luta que em nada beneficia os trabalhadores em funções públicas.