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Posts Tagged ‘Reino Unido’

A bomba de hoje em Londres terá mais imagens e reportagens nos noticiários do que o míssil da noite passada da Coreia do Norte, mas mesmo sem desprezar o risco do atentado, este tipo de terrorismo pode ser uma brincadeira se comparado com o forçar da corda por Kim Jong-un. Este coloca em risco toda a civilização à escala global. Uns atacam localmente com bombas artesanais, carros e facas, mas Pyongyang Kim tenta com ogivas nucleares levar à loucura a maior potência nuclear do planeta e nem sempre o que mais enche os telejornais é o mais importante do que está acontecer no presente.

Confesso são os acontecimentos do outro lado do mundo que apesar de tão longe e de ainda não terem matado ou ferido alguém nos últimos tempos que me está a pôr os cabelos em pé…

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O Reino Unido votou no Brexit porque não estava disposto aos sacrifícios que a União Europeia necessita para coexistir, apesar das muitas críticas de falta de solidariedade dentro desta. A Primeira-ministra do RU convoca eleições para reforçar o poder negocial do país no Brexit, ela que fora contra, mas os britânicos curiosamente dão num voto que enfraquece a sua capacidade negocial e pode gerar uma crise económica na ilha. São mesmo estranhos estes ingleses que pensam como se fossem os maiores do mundo e começaram a dar tiros nos seus próprio pés sucessivamente.

Curiosamente, muitos dos que se congratularam com o Brexit do lado lusitano faziam-no porque queriam enfraquecer a UE, numa linguagem onde tanto querem a solidariedade europeia para nos ajudarem como querem colocar os pés fora da União, mas já comecei a ver congratulações nestes por o Reino Unido ficar mais fraco com o resultado eleitoral que as projeções estão a dar.

Não é o mundo que está louco, é apenas a visão eleitoralista dos partidos e das ideologias a curto-prazo que nesta continua contradição para ganhos imediatos envenena também a democracia a longo-prazo. Efetivamente votar no brexit e a seguir votar no enfraquecimento negocial deste é mesmo de uma incoerência a toda a prova.

Portugal, há muito, e o Reino Unido nos últimos tempos têm levado esta incoerência aos píncaros da democracia, as consequências veremos no futuro. Para já penso que esta noite a UE deve estar intrigada, mas a rir-se do comportamento dos lordes ingleses com este tiro no pé.

 

 

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Não defendo a desunião do Reino Unido, mas a verdade é que a União Europeia fez tudo ao seu alcance para dividir de facto a Jugoslávia e dentro de portas faz tudo para impedir desagregações de Países heterogéneos.

No caso da Escócia, mesmo que ganhe o não, o sim já alcançou importantes vitórias emocionais e políticas que são incentivo ao alastrar dos movimentos separatistas pelos mais diversos Estados da União Europeia. Efetivamente, não se compreende que só perante a elevada possibilidade da vitória dos independentistas é que os líderes e governantes de Londres estejam disponíveis para ceder um conjunto de regalias financeiras e políticas a Edimburgo, quando nunca o aceitaram em tempos onde o risco de divisão eram fracos.

Pior ainda, se eu que não defendo a separação me sinto chocado com as ameaças Londrinas e de alguns bancos, transformando os seus argumentos unionistas numa campanha do medo, suspeito que alguns escoceses se forem como eu, até são capazes de votar Sim só para mostrarem que não têm medo.

Esta atitude não só incentiva a que catalães, bascos, corsos, “padaneses” e talvez até alguns açorianos, para além de quebequenses no Canada, a aumentarem as suas reivindicações separatistas para alcançarem mais conquistas políticas aos governos centrais, como também leva ao risco de alguns destes movimentos nacionalistas tomarem proporções tais que leve mesmo à desagregação de alguns Estados como os conhecemos atualmente.

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declinio

“O Declínio do Ocidente” de Niall Ferguson, editado pela Dom Quixote, é sobretudo uma análise da evolução de quatro campos que estruturam os Estados e o torna mais ou menos aptos em termos concorrenciais com outros e permitem dar melhores condições aos respetivos povos: a democracia ou a política, o capitalismo ou a economia, o estado de direito ou a justiça e a sociedade civil ou a participação cívica. Ao longo da obra e através da evolução destes pilares nos últimos tempos o autor demonstra e justifica porque a Europa e os Estados Unidos estão globalmente menos competitivos e se degrada o nível de vida da classe média dos seus cidadãos.

Não posso dizer que concordo com tudo o que Ferguson conclui, mas é interessante ele basear-se na comparação de um Estado a uma colmeia humana onde o alargamento da administração é equiparado ao aumento de zangãos à sombra das obreiras e considerar as enormes dívidas soberanas como uma rutura de um contrato social intergeracional, aspetos que constrangem a competitividade do ocidente. Contudo o autor, ao contrário do que o título sugere, não considera assegurado um futuro brilhante para a China pois a falta de democracia compromete a transparência necessária para um continuado progresso económico e social.

Uma aspeto interessante trabalhado no livro é a evidenciação de que pior que a desregulação financeira é uma má regulação, burocrática e ineficaz que em si é uma doença a assumir o papel de cura e tem sido a via adotada no ocidente, sendo o autor um adepto do capitalismo e do liberalismo a receita estaria num sistema onde a simplicidade, a prudência e a responsabilidade criminal dos banqueiros e gestores seriam o motor da economia.

Ao nível da justiça Ferguson usa e abusa do orgulho britânico para defender o direito comum inglês que considera mais apto na busca de resolução de conflitos que dinamizam os investimentos face aos herdados do Velho Continente que são mais complexos e defensores dos interesses do Estado que trava a economia, alerta para a tendência da burocracia excessiva, para o primado dos advogados e a onerosidade da justiça como restrições à liberdade necessária à evolução da sociedade e competitividade.

O autor não é menos complacente com os cidadãos do que é com políticos e agentes económicos e da justiça. A exigência do Estado democrático satisfazer todas as necessidades das pessoas, sem dar lugar à concorrência público privado, cria povos acomodados e hiper-protegidos que deixam de intervir coletivamente, o que degrada a vitalidade dessas sociedades, condenando o País ao endividamento e perda de dinâmica competitiva económica e social.

Mesmo discordando em vários aspetos com Ferguson, muito dos problemas que aponta no livro e soluções que propõe devem ser conhecidos e refletidos por todos antes que seja demasiado tarde para o ocidente…

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Confesso que quanto mais leio sobre problemas económicos, soluções e previsões, mais contradições encontro: os defensores da austeridade veem milagres futuros que dificilmente se concretizam e abafam os problemas das vítimas no presente; os keynesianos só veem vantagens no despesismo e benefícios no presente e nunca mencionam as crises em que os Países super-endividados têm vindo a cair no futuro.

Os amigos do euro veem a pujança da moeda e da Europa devido ao euro, os adversários da moeda falam das amarras que esta coloca aos Países que a integram exceto para os mais ricos, com destaque para a Alemanha.

Não sei a que grupo pertence este Centro Económico Empresarial, mas este estudo aponta para uma visão contrária ao que mais se tem ouvido nos últimos anos e seguramente dá uma machadada no Euro. Só não sei se honesta ou intencionalmente.

Eu apenas queria um mundo mais justo, onde crescimento económico não fosse sinónimo de insustentabilidade no futuro nem miséria para os mais desprotegidos, mas penso que sou eu o sonhador utópico.

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