Não considero os professores uma classe privilegiada ou prejudicada face às novas regras de horário laboral ou de disponíveis dentro dos funcionários públicos, a lei é dura para todos os trabalhadores do Estado e eu também não gosto dela e sou diretamente tocado por ela.
Não considero que os professores têm direito a um tratamento diferenciado, nem de proteção diferente da dos outros setores que exercem funções públicas, uma coisas são mais desagradáveis para esta classe, outras melhores e num País onde tanto se fala de tratamento equitativo é lógico que as coisas duras também sejam extensivas a quem leciona.
Sei que se o governo não se tivesse deixado arrastar para a sua descredibilização política e capacidade técnica e tivesse implementado as reformas no início do seu mandato a sua margem de manobra seria bem diferente.
Agora reconheço o direito à contestação, às tentativas de negociação e aos esforços dos professores em tentarem minimizar a dureza das medidas impostas pelo governo, tal como reconheço que o executivo é refém da necessidade de conter despesas num Portugal falido na sequência da insustentabilidade do modelo económico que vem do passado.
Nesta luta e na greve aos exames os alunos são as grandes vítimas desta guerrilha e compreendo que os pais estejam indigandos por verem os seus filhos prejudicados neste confronto, mas reconheço que o governo e os professores estão ambos a usar os estudantes como escudos para a sua estratégia.
Como na maioria das guerrilhas, nenhuma das duas partes em confronto está isenta de todas as culpas, há aproveitamento de professores e do governo neste braço de ferro e embora ambos mostrem hipocritamente preocupações com os alunos, estes de facto são as únicas vítimas totalmente inocentes.
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