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Posts Tagged ‘Merkel’

Pois, enquanto estamos de olhos na crise financeira da Grécia, a Hungria, perante um mundo muito mais desatento, constrói um muro para impedir a entrada de refugiados no seu território através da Sérvia…

Veja o vídeo

http://expresso.sapo.pt/internacional/2015-07-17-Imagine-um-muro-a-separa-lo-dos-outros-o-mundo-continua-a-faze-lo

Ironicamente, o país europeu que mais recebe involuntariamente entradas de refugiados à espera de ajuda europeia é a Grécia.

Continuando a ironia, muitos destes refugiados estão a contar com a solidariedade da Alemanha para se instalar neste Estado que lidera presentemente a política europeia.

Em para não terminar a triste ironia estes refugiados são provenientes da Síria, onde o ocidente não sabe como controlar a guerra com o Estado Islâmico que inicialmente apoiou contra o governo sírio; do norte de África, onde fruto da primavera árabe incentivada pelo ocidente esta se transformou num inverno de instabilidade social para os seus povos; e do Corno de África, onde o ocidente nunca foi capaz de resolver o problema humanitário daqueles países.

Por último, na generalidade os países Europeus não pretendem acolher a maioria desta gente vítima dos conflitos que a Europa espoletou e a Alemanha é um desses Estados que está assume ter de expulsar quem nela procurou refúgio como se viu esta semana do encontro de Merkel com jovens a pedir asilo naquele Estado por ela liderado

Assim vão as contradições desta Europa dos valores humanitários do início do século XXI

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No primeiro debate Seguro surpreendeu (mais pela sua combatividade ao adversário pois está habituado aos debates na AR) e eficácia no modo da passar o seu discurso (pois prepara a sua intervenção), enquanto  Costa surgiu com  uma pose de senador incapaz de enfrentar o atual secretário-geral (ter boa imprensa e uma quadratura do círculo sem o combater amolece a capacidade de luta) e não tinha nenhuma mensagem além desta: “eu sou o melhor e pronto! nem preciso de o provar, os outros dizem isso de mim!”, com esta postura, num debate sem ideias e de lavagem de roupa suja, logicamente Costa estatelou-se para surpresa do País e até mesmo de alguns que não assumem isso por serem tendenciosos e apoiantes do ainda presidente da Câmara de Lisboa.

No segundo  confronto Costa meteu a passividade na gaveta e foi ao contra-ataque, obrigando Seguro também a justificar-se na defensiva e como o efeito surpresa já não deu e não tinha argumentos desconhecidos este teve mais dificuldades em se defender e caiu na asneira de fazer o seu conhecido papel de Calimero que transmite a imagem de insegurança e o impediu de captar a confiança do eleitorado, sendo mesmo infeliz nalgumas das suas acusações como a da janela. Este debate foi mais político, mas não houve de facto qualquer ideia nova, viu-se que os dois candidatos assumem estar contra a impopular austeridade, só que nenhum tem qualquer solução alternativa na sua mão para arrancar o crescimento económico, estão ambos amarrados ao tratado orçamental, reféns de uma dívida monstruosa num país falido e com um estado-social insustentável. Assim, apenas lhes restam dizer banalidades e assumir que os argumentos de um quando ditos pelas palavras do outro não são originais, para disfarçar o seu vazio. Ambos esperam que a Europa tenha piedade de nós e nos dê uns “jeitos” antes que Portugal colapse mesmo.

Assim, ficou evidente que Costa não é tão bom como o vendiam antes, mas deverá ganhar no somatório de alguns milhares de militantes e simpatizantes do PS, estas primárias foram uma guerra interna que não deu esperança ao resto do País como os debates puseram a nu, só que o ganhador já estava garantido à partida.

No saldo destes dois debates ficou evidente que à desilusão do Governo de Passos Coelho não há um líder opositor europeísta com soluções alternativas credíveis para as mostrar ao Portugueses, eu até desejava que surgisse um político bom nesta crise. Mas é confrangedora a falta de ideias e continua assustadora a malha de interesses nos partidos com responsabilidades governativas que impedem a cooperação entre eles para se encontrar soluções adequadas para Portugal.

Depois de tudo isto, suspeito que praticamente ninguém ficou convencido a sair da abstenção para vir votar PS. As franjas populistas e extremistas vão continuar a atrair ainda mais os descontentes que se dignam votar, os únicos que dizem coisas diferentes mesmo que utópicas ou revoltantes. O centro-direita descontente e flexível ver-se-á indeciso entre a abstenção ou ser fiel aos seu partido mais tradicional, quer seja o PSD ou o CDS, coligados ou não e a direita liberal e os militantes manter-se-ão tendencialmente fieis às suas famílias. No fim teremos uma legislativas com os votos repartidos por numerosas forças, dificultando entendimentos e onde a solução para o País apenas poderá vir da boa vontade dos credores de Portugal, do BCE, da União Europeia ou até da Sra. Merkel..

Infeliz Pátria que não é capaz de resolver dentro de portas os seus problemas de forma sustentável e tem de viver de mão estendida!

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Não é fácil num único artigo falar de tudo o que representou a noite das eleições europeias ao nível nacional, regional e europeu.

Em primeiro lugar em termos nacionais o dado assustador é o da abstenção de 66%, 2 em cada 3 portugueses ficaram em casa. Entre os que votaram, o Partido Socialista é o mais votado mas nem chega a 31,5% e os partidos do Governo coligados ficam a apenas 3,74 pontos de distância com 27,71%. Muito mau para o conjunto dos denominados partidos do arco da governação e a não descolagem do PS não augura nada de fácil interna e externamente do seu líder no caminho para as legislativas. Seguro não consegue cativar os descontentes por mais que diga que é neste que está a alternativa e se PSD e PP tendem a ter mais votos quando concorrem separados as facas longas dentro da coligação e no partido que recolheu mais votos vão começar a sair da escuridão para sobrevivência de cada um dos dois partidos.

A CDU, o partido conhecido por melhor mobilizar os seus eleitores, sobe significativamente na percentagem, mas em termos de votos expressos não aumenta a sua base tradicional de modo significativo, não sai da casa dos 400 a 450 mil. O MPT é sem dúvida a surpresa da noite sobe em votos e decuplica em percentagem face a anteriores europeias e mesmo significativamente em termos de legislativas e o BE por este caminho deixará de ter expressão política popular, apenas muita parra pela facilidade de acesso à comunicação social, mas agora com a sombra do Livre, a esquerda caviar de Lisboa se não adaptar, caso contrário pode ser uma ponte ou um pilar na esquerda para uniões entre partidos.

Com os dados disponíveis até ao momento tudo aponta para que a distribuição de mandatos sejam 8 para o PS, 7 para a Aliança Portugal, 3 para a CDU, 2 para o MPT e 1 à rasquinha para o BE.

eleitoseuro

foto sapo

A partir daqui temos uma vitória anémica do PS que cheira a derrota parcial  face à dimensão do trambolhão do PSD-PP e Seguro está cada vez mais inseguro e fragilizado para o futuro. Passos e Portas terão muito a refletir, mas nestas eleições não verão que estejam definitivamente condenados a sair da cena política, estes resultados até podem ser uma prancha para se salvarem dado terem uma rosa murcha pela frente. A CDU sentir-se-á reforçada de legitimidade, mas todas as vezes que se vir o número de votos da sua base eleitoral, que não estica, saberemos que não é por ali a alternativa. Marinho e Pinto poderá vir a ser alguém na política nacional e o BE nem sei como será o seu futuro se não mudar de discurso.

Chocando agora todos, um dos vencedores da noite é Cavaco Silva, que sempre apelou ao entendimento dos partidos do arco da governação e de facto a manterem-se as tendências destas eleições em futuras legislativas o PS-PSD e quiçá PP sentir-se-ão mesmo obrigados pelo voto popular a chegarem a um acordo que Seguro recusou vindo da Presidência e talvez fique condenado em posição mais frágil a obedecer por imposição popular.

O PS de Seguro perde ainda o seus maior aliado e figura de referência na Europa: o PS de Hollande, assim, quanto mais em termos nacionais dizem que os socialistas alcançaram uma das vitórias mais expressivas da União, mais realçam o isolamento e a fraqueza dos aliados socialistas europeus, pois é sinal que no resto da União eles ainda estão mais fracos, logo com maior dependência do PPE com Merkel que mesmo assim resistiu e venceu e dos partidos que não são solidários com os povos dos sul e com políticas eurocéticas e extremadas.

Na noite das Europeias pouco se falou da Europa, mas esta de facto com desgaste continuou a votar à direita democrática e infelizmente a reforçar fortemente a extrema direita, por isso a esquerda nacional está cada vez mais isolada e terão de ser os Portugueses, sem votar ou votando, que terão de encontrar as soluções para se salvarem da crise em que estão mergulhados… a solidariedade com Portugal continuará adormecida para os projetos que têm como argumento estender a mão à ajuda da Europa como tem discursado Seguro, o homem que parecendo que não, foi o que mais saiu fragilizado da noite…

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Hoje ao abrir um canal noticioso da TV o pivot informava das ações de encerramento de campanha para o Parlamento Europeu para vários partidos ou coligações: pois hoje era o último dia de Campanha Eleitoral.

Último dia de campanha para o Parlamento Europeu!?

Como pode ter fim o que nem sequer começou?

Não ouvi discutir em campanha a Europa e as questões de relação de Portugal com a União Europeia, nem como se pretende moldar esta estrutura multinacional. Apenas assisti a acusações sobre erros de políticas internas: muitos a dizer mal do atual governo, poucos a defender o atual governo e alguns mais a acusar a herança das decisões dos anteriores governos, sobretudo de Sócrates. Parece-me que tirando demagogia todos tinham uma parte de razão mas nada disso era assunto para o Parlamento Europeu.

Confesso que desta vez nem me atrevi a ler programas, alguém apresentou 101 medidas e em política tal quer dizer zero, outros apresentaram algo de dimensão próxima, o que em política quer dizer também zero. Os pequenos partidos já mostraram que quando crescem ficam iguais, veja-se o estilo BE há uma década atrás e agora: mais um partido com muita parra e pouca uva ou se limitam a ser apenas anti-regime como o PND na Madeira.

A única dúvida que eu esclareci sobre a Europa é que o Partido Popular Europeu (PPE), o grupo que engloba o partido de Merkel, propõe para próximo presidente da Comissão Europeia o antigo Primeiro-ministro do Luxemburgo Jean-Claude Juncker. Enquanto o Partido Socialista Europeu (PSE) propõe Martin Schulz, o atual presidente da Parlamento Europeu e membro do partido que está coligado no governo de Merkel.

Portanto, Angela Merkel parece que já ganhou as eleições e não admira que já esteja a preparar o futuro da Comissão Europeia… de resto já sabemos o que espera aos Portugueses: a continuação da austeridade em tons salmão e um Portugal cada vez menos importante na Europa e no mundo.

Mesmo assim vou votar… por convicção, dever e para justificar termos Eurodeputados eleitos pelos e dos Açores.

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Mantenho a minha posição de não acreditar na recuperação sustentável de um País já super-endividado através de uma política despesista e deficitária do Estado como muita esquerda dá a entender, tal como discordo da correção do problema da dívida pública através de uma austeridade cega que se baseie em cortes sobre os salários e pensões e no aumento de impostos. A minha ideia sempre foi de que Portugal deveria ter feito uma reforma racional da administração pública que poupasse despesas e em paralelo fizesse uma correção dura dos erros de má gestão que passaram a assegurar rendas injustas a grupos económicos privados.

Assim, não me revejo no discurso fácil de Seguro, nem na prática injusta de Passos Coelho, mas reconheço que as medidas que defendo implicavam também austeridade e, sobretudo, correção das injustiças financeiras e económicas vindas da promiscuidade entre os recursos do Estado e os interesses dos grandes grupos económicos e financeiros nacionais e mesmo internacionais.

Apesar de tudo, é interessante ver que aqueles que foram liminarmente contra a austeridade, que sempre assumiram que a mesma levava a uma espiral recessiva interminável, perante os sinais positivos resultantes de uma redução das despesas do Estado e diminuição do défice orçamental em Portugal tentem esvaziar qualquer efeito favorável desta política não despesista  e deem a entender que estes resultado provêm apenas de uma contaminação favorável das descidas dos juros na Irlanda, Espanha, Itália e Grécia, como se em todos estes Países não tivessem também sido aplicadas essencialmente medidas de austeridade que os desmentem.

Pelo contrário os mesmos críticos estão silenciosos perante o seu estandarte Hollande que era o arauto da diferença despesista e que perante o descalabro que persistia em França se converteu à austeridade, próxima da defendida por Merkel e odiada da esquerda.

Contudo, assumo, a austeridade que eu defendida teria de ser justa e corrigir injustiças. Infelizmente, não foi esta a via imposta pela troika, nem a praticada pelo atual Governo e considero Portugal hoje mais desigual, como fruto de uma política económica injusta e este sentimento leva-me à desilusão e ao sentimento de que neste combate se perdeu uma oportunidade para se ter criado um Portugal mais justo e sustentável.

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Vitória de Merkel

Neste momento já se tornou realidade que os alemães optaram por Angela Merkel com uma vitória esmagadora e não tenho dúvida que o seu posicionamento político é menos favorável à via facilitista que desejam muitos Portugueses do que o do discurso do seu adversário derrotado e líder do SPD.

Confesso que gostaria de mais compreensão da parte da chanceler alemã para com as dificuldades dos Portugueses. Mas se fosse alemão e acompanhasse o que se passa em Portugal – a resistência deste País à correção dos defeitos da sua economia, ao facto da Alemanha que com a ajuda do plano Marshall se ter tornado no Estado mais desenvolvido da Europa enquanto que por cá com as ajudas financeiras e económicas da União Europeia se foi à falência e ainda continua com uma das economias mais fracas do velho continente e mesmo assim ouvisse que a principal alternativa representada por José Seguro só vende medidas despesistas fáceis – não acham normal que como germânico votasse em quem melhor defende o seu País contra a imagem de países que insistem em estender a mão para pedir sem se reformarem a sério de modo a manterem o regime em que sobreviveram à custa de dívidas do Estado e das famílias?

É que para mim faz mais mal à economia de Portugal o facto do nosso País teimar (teimosia que veio do governo e das oposições) em não se corrigir dos defeitos do passado do que  a dose excessiva de egoísmo germânico.

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Goste-se ou não de Passos, queira-se eleições ou não, alguém que quer ser Primeiro-ministro não pode, enquanto líder da oposição, dizer preto no branco “Quem arranjou o problema que o resolva“.

Não pode pois nestas frase fica implícito que à frente do Portugal  está ou a agenda pessoal do líder ou a agenda do Partido, é a demonstração de um candidato a Primeiro-ministro sem sentido de Estado.

O líder da oposição pode não chegar a acordo com o Primeiro-ministro, pode pôr bitolas de exigência muito elevadas, pode até apresentar moções de censura ao Governo, mas não pode assumir que não é capaz de dar as mãos para salvar o País por não ser ele o principal culpado… isso é reconhecer publicamente que o interesse de acusar ou a ambição de poder está em primeiro lugar que a salvação de Portugal, pior ainda quando não se tem uma ideia concreta de como sair da situação em que caímos.

Pode parecer que dizer que se quer negociar com os credores, troika ou sejam lá quem for que tenha poder e esteja a impor a sua vontade a Portugal é uma via alternativa, mas até hoje não existe nenhuma garantia ou sinal de que estes queiram negociar e dar melhores condições a Portugal e, se não quiserem, como fica Seguro que já disse que os compromissos assumidos são para cumprir?

Aliás, a estratégia de Seguro em relação ao Governo é igual à de Merkel e outros líderes do norte da Europa, esta e seus companheiros na prática assumem que os Estados que erraram antes que paguem as consequências agora para se “corrigirem” e com esta estratégia toda a Europa tem vindo a perder, só que Merkel está na mó de cima e Seguro na de baixo e refém dos outros.

Com isto a única coisa que é certa é que em Portugal não se vê solução à vista com as lideranças do arco da governação que temos e apesar de acusarmos as lideranças europeias de falta de solidariedade e de ideias, nada as distingue em mediocridade e egoísmo das que por cá existem.

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Enquanto nas últimas semanas muito depositavam esperanças na mudança de estratégia da Europa face à vitória de Hollande, nos últimos dias verificou-se que nos preparativos da cimeira, o eixo franco-germânico, como norma, já tinha acordado a sua estratégia

Foram Rajoy e Monti os que perturbaram o arranjinho: Afinal foram os Espanhóis e os Italianos que forçaram Merkel a ceder em toda a linha e não apenas no futebol, mas também na cimeira. Claro que se fossem pequenos países nada teria acontecido, mas como geralmente acontece, os problemas não se vencem com dons Sebastiões (que até reza a história levaram tudo à ruína) mas por que tem força e capacidade para fazer frente e a força não se conquista com medidas populistas e agradáveis.

Já agora, Portugal ganha alguma coisa com este sismo na cimeira europeia?

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