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Posts Tagged ‘lideranças’

Não tenho complexo em assumir que, na generalidade, estou de acordo com as ideias defendidas e os desafios de Portugal identificados por Pedro Passos Coelho no seu discurso no final do congresso de PSD.

Sim, goste-se ou não, o PSD está na oposição e o Governo atual tem a legitimidade resultante do quadro da Assembleia da República, independentemente de o PS ter perdido as eleições. Levou tempo a que este discurso fosse assimilado pelo partido com maior número de deputados no parlamento. Finalmente este quadro foi aceite e assumido publicamente por Passos Coelho.

Sim, Portugal tem um problema demográfico grave que tem de resolver, a natalidade não repõe as gerações que entram para a velhice e isto tem um custo na segurança social que urge resolver com justiça e sustentabilidade, assim há que reformar esta última e levar a que os Portugueses consigam resolver a questão da pirâmide etária do País.

Sim, Portugal tem uma “avaria” no sistema redistributivo da riqueza nacional, na desigualdade da distribuição de rendimentos e apesar da concentração de capital numa pequena pequena percentagem da população ser uma questão global, o nosso País tem de pensar o problema, não só de modo a se tornar mais equitativo, mas também de forma a que os beneficiários da ação social não fiquem eternamente retidos e dependentes da solidariedade pública.

Sim, Portugal tem um problema de sobreendividamento público e privado e apesar de discordâncias de muitos, concordo que não é gastando que se pagam dívidas, nem é pedindo perdão e mantendo os erros que se resolve este problema, é sem dúvida esta a minha grande divergência com o atual Governo e o grande teste da sua política. Espero para ver. Mantenho que sou um defensor de que sairemos da crise pelo crescimento da economia com investimento sobretudo das empresas.

Sim, o atual regime eleitoral privilegia a eleição de gente incógnita o que favorece os oportunistas e os anónimos das máquinas partidárias em detrimento das escolhas daqueles que o cidadão comum considera serem as pessoas a eleger e por isso defendo a reforma do sistema eleitoral e uma menor quantidade de deputados.

Sim, dou o benefício da dúvida que Passos Coelho não conseguiu governar em conformidade com estas ideias porque encontrou um Portugal totalmente falido e onde as medidas urgentes para estancar a hemorragia financeira que nos colocou sob a ameaça da bancarrota nacional se sobrepuseram ao projeto que hoje defendeu, mas não escondo que também por me vezes pareceu no passado mais convicto numa estratégia liberal do que um defensor da socialdemocracia e nisto divergirmos em muito. Se não era assim, parecia; mas se apenas agora se converteu a esta, mais vale tarde que nunca, pois não me revejo num modelo de governação que valoriza mais a finança do que as pessoas.

Se em relação ao Governo atual dou o benefício da dúvida para o qual também divirjo na estratégia, com muito mais razão aguardo que Passos Coelho esteja convicto com o que defendeu no seu discurso que é próximo do que eu defendo e espero que doravante seja coerente com esta linha.

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Há cerca de um mês manifestei o meu descontentamento pelo facto de uma fação do PSD, que tem criticado nos últimos anos através da comunicação social a deriva do partido para um liberalismo que consideram excessivo, no momento em que fechavam as candidaturas à liderança dos sociais-democratas e em que Passos Coelho já não era Primeiro-ministro, não ter aproveitado para se organizar e apresentar uma alternativa laranja na eleições internas e para o congresso que arranca no dia 1 de abril.

Curiosamente, se há um mês estiveram silenciosos e sem manifestação de candidatura para lutarem pelas rédeas do PSD, agora, que ainda nem se chegou ao Congresso, que as eleições para Presidente do partido já passaram, Morais Sarmento e outros em voz mais baixa, começam já a posicionar-se no terreno e a configurarem uma oposição à reeleição da liderança e da única estratégia que foi a votos.

Classifico esta uma atitude vergonhosa: calaram-se e esconderam-se no momento de proporem uma liderança e um estratégia para o seu partido, depois, logo de seguida começam ao ataque. Assim não! Deste modo não se corrige atempadamente as potenciais derivas liberais do PSD e cheira a oportunismo e taticismo doentio para tomarem o partido sem um confronto de ideias, apenas por desgaste do grupo que o tem liderado.

Há dois anos compreendia-se, não tinha lógica um partido que era governo tem uma liderança que se opunha ao seu Primeiro-ministro. Agora não, era o momento de criar condições para que todos os que se desiludiram ou nunca aderiram a este desvio liberal terem possibilidade de optarem por uma alternativa onde se revissem, mas quem tinha condições optou pela cobardia e taticismo de confronto fora dos locais próprios do PSD. Passos Coelho ainda vai iniciar uma nova liderança e já os potenciais futuros líderes me estão a desiludir no presente.

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Esta semana termina o prazo para a apresentação de candidaturas à liderança do PSD que vai a eleições no próximo dia 14 de março e elege a sua estratégia política e os restantes dirigentes em congresso de 1 a 3 de abril.

Apesar de numerosos militantes com projeção nacional e responsabilidades históricas no PSD, pelos cargos políticos que já desempenharam, terem sido fortes críticos de Passos Coelho nos últimos anos, a verdade é que este agora já não é Primeiro-ministro e era a altura dessa fação ou fações discordantes apresentar(em) projeto(s) alternativo(s) para o partido enquadrado na realidade atual. Só que esses críticos com as suas ideias diferentes encolheram-se, acobardaram-se e parece que vão contentar-se em ser meros comentadores na comunicação social e por isso passam a meter-me nojo pela sua falta de comparência.

Com a cobardia de todos que tinham agora a oportunidade para assumir a diferença de Passos Coelho, este vai ser o único candidato à liderança do PSD, mas suspeito que a partir de 3 de abril os seus opositores voltarão sem dúvida a criticá-lo como se não tivessem responsabilidades por ele se manter líder do partido, pois os seus adversários internos fogem ao desafio de se proporem condutores de uma estratégia futura diferente para o PSD.

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Independentemente do que se perspetiva para esta ou aquela autarquia, ironicamente o estranho ao nível nacional é que após o Governo de coligação PSD-CDS ter exercido as suas funções debaixo de um plano de grande austeridade imposto pelos credores nas vésperas de Portugal ter estado quase  em bancarrota, devido ao acumular de erros no passado, e de o executivo ser impopular e ter politicamente cometido erros graves, é o líder da oposição quem está sob maior pressão e em risco de cair após as eleições.

A incapacidade de José Seguro gerar confiança política, os sinais de incompetência que deixa e o facto do seu populismo não estar integrado num projeto credível, leva a que o seu partido anseie por um líder diferente e capaz de contrariar todos estes defeitos. Assim é lógico os resultados da estratégia autárquica de Seguro e os seus defeitos possam ter reflexos nestas eleições, mas pior ainda, é a sensação de que alguns socialistas anseiam por um mau resultado para haver a oportunidade do partido mudar para uma melhor liderança.

O Passos Coelho ao ter retirado a carga de julgamento do governo através das autárquicas, assumindo que não governava para estas eleições, deixou o PSD a lutar por si em muitas frentes sem contar com o líder nacional e foram à luta muitos a discordar com ele. Assim, estas eleições não deixaram de ser um teste pessoal ao líder.

A CDU tem alguns interesses em jogo, mas pouco tem a perder, pelo que o mais provável é ganhar alguma coisa e as lideranças aqui não tremem com a força do voto popular. Enquanto o BE nada tem a perder e talvez nada a ganhar.

O CDS é sempre uma incógnita em termos de posicionamento, mas sendo um partido demasiado personalizado no líder, nada tem a temer.

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