É chocante ver a falta de humanismo com que o Japão trata as pessoas retidas por quarentena no navio Diamond Princess devido ao coronavírus associado à COVID-19
Uma coisa é ter as cautelas de colocar as pessoas de quarentena, disponibilizando espaços devidamente preparados para o efeito de modo a evitar não só o contágio para a população exterior, mas também e sobretudo evitar a propagação do vírus dentro da comunidade sob quarentena. Outra coisa é deixar uma comunidade isolada, sem as condições adequadas para o tratamento dos doentes e, sobretudo, sem criar o essencial cuidado para evitar a propagação do mal dentre desse grupo.
O Japão no caso do Diamond Princess está a comportar-se com a desumanidade do isolamento típica da luta contra a peste na Idade Média e sem o aproveitamento do conhecimento científico e humanismo que caracteriza o tempo presente.
Um retrocesso civilizacional!
Uma falta de ética e moral absurda.
Nem tanto ao mar, como o humanismo sem precaução adequada de Portugal que se deixa ficar refém de leis que colocam o voluntarismo dos potenciais afetados para se colocarem em quarentena (felizmente as pessoas em causa foram conscientes), nem o desumanismo puro e duro do Japão. Bom-senso e equilíbrio precisava-se neste controlo ao vírus, mas é em crise que se conhecem verdadeiramente as pessoas e também as civilizações ou países.
Entretanto, o Português canalizador do navio está sem tratamento, contaminado com o SARS-CoV-2 e ainda sem sintomas graves da doença no Diamond Princess.