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Meu artigo de hoje no diário Incentivo

O EMBUSTE DA ESCOLA DO MAR

Alguns adultos para convencerem uma criança, sobre algo que ela não quer fazer, não gosta de comer ou para ela aceitar dar o que tem na sua posse e não quer entregar, aliciam-na com um rebuçado e todos sabemos que por vezes as crianças (e não só!) se deixam levar em troca de uma doce recompensa.

Só que também há gente que depois de conseguir o que queria não cumpre com aquilo que prometeu. Uns simplesmente não dão nada do que acordaram antes, mas outros são embusteiros manhosos, disfarçam a sua falta de palavra mudando a recompensa para outra coisa com menos sabor ou menor interesse. O embuste torna-se num rebuçado amargo para quem se sente enganado.

A Escola do Mar, em fase final de construção, foi usada desde o início como o rebuçado para os Faialenses aceitarem melhor a retirada do Faial da Rádio Naval e não, como querem dar a entender, um investimento limpinho, foi uma troca que para alguns até parecia vantajosa ao princípio e se não fosse a tática do embuste manhoso esta ilha talvez não ficasse a perder tanto assim.

Desde o início desta promessa os sinais de embuste começaram a vir ao de cima, em dezembro de 2014 eu escrevi um artigo na internet onde então dizia “Apesar de a Escola do Mar ainda não ter visto a luz do dia no Faial, por nunca se ter tornado realidade, já hoje surge noticiado no Incentivo que o Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia anunciou a criação de um núcleo desta escola em Rabo de Peixe, em São Miguel, uma ilha onde vive mais de metade da população dos Açores.” que intitulei “Antes de nascer: Governo esvazia mais de 50% da Escola do Mar no Faial”.

Cerca de um mês depois do artigo surgiu a polémica em torno da criação do curso em Ciências do Mar na Universidade dos Açores, que mais parecia uma tática para concorrer com a nova Escola do Mar e, apesar do então denominado Departamento de Oceanografia e Pescas estar na Horta, foi então decidido que este curso não poderia ser lecionado no Faial. Íamos ter uma escola do mar, tínhamos um polo universitário para o oceano só o que não podiam fazer é ensinar algo que fosse de nível superior ao de uma escola secundária. Contudo, apesar de um certo alvoroço de então, muitos Faialenses deixaram-se levar quando começaram a ver as obras e esqueceram-se dos sinais dados.

Nos últimos dias foi denunciado que a Escola do Mar apenas vai dar ensino equivalente ao 12.º ano em áreas marítimas, ou seja, uma outra escola profissional, e mesmo assim, alguns dos seus cursos podem ser dados noutras ilhas que não no Faial, um embuste manhoso para continuar a ludibriar os Faialenses que habitualmente se deixam enganar.

A Escola do Mar está a tornar-se cada vez mais numa obra que é mais fachada exterior para fazer uma festa inaugural para passar nos noticiários os discursos enganadores do momento, mas cuidadosamente esvaziada das principais mais-valias que poderia trazer para o Faial.

A ser assim, em resultado final: o Faial perdeu todas as valências da Rádio Naval que puderam ficar em São Miguel e não ganha quase nada em troca, pois a Escola do Mar será paredes com formação apenas de grau de ensino ao já dado por outros estabelecimentos existentes na Horta e ainda sem garantias de ser ministrado nesta ilha. Se não isto não mudar, será um embuste.

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Muitas vezes as boas iniciativas para o bem-estar e desenvolvimento socieconómico de uma comunidade não passa por executar obras públicas, mas sim por saber aproveitar oportunidades que surjam, ter imaginação para dinamizar o que já existe e criar condições que atraiam investimentos ou tirem partido de especificidades do território que uma dado local onde este se insere.

O protocolo celebrado entre a Universidade Aberta e a Câmara Municipal da Madalena do Pico para a instalação de um Centro de Aprendizagem naquele concelho é sem dúvida um desses bons exemplos. Não só melhora as condições de estudo de universitários desta instituição que vivam no Pico, como também residentes no Faial e em São Jorge, atrai esporadicamente àquela vila pessoas o que em paralelo dinamizam a economia local e, sobretudo, dá meios para aumentar o grau de formação das suas gentes o que é sempre um impulso social a médio e longo prazo para uma terra.

Assim, sem grande alarido, a Câmara da Madalena deu um sinal de dinamismo quando por exemplo na Horta há vários anos que se fala da Escola de Marítimos e cursos no Departamento de Oceanografia e Pescas que já cá está, mas sem que até hoje nenhum resultado seja visto.

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