Feeds:
Artigos
Comentários

Posts Tagged ‘França’

Não acredito na isenção de jornalistas mesmo com todas as éticas profissionais e foi interessante ver como no início em certos noticiários as emoções transmitidas pelas reportagens deixavam transparecer a solidariedade para com os coletes amarelos quando estes protestavam já com violência, agora a saturação desta gente também já contaminou os noticiários e usam a frase oficial do governo francês como reconhecimento e qualificação dos coletes amarelos: “profissionais do distúrbio”.

Quem os ouviu e os ouve agora…

Eu pelo menos nunca nutri simpatia por tais profissionais, por muitas razões que pudessem ter para protestar nada justificava a destruição que provocavam.

Eles falam em povo como se o Presidente não tivesse sido eleito pelo povo e como se não houvesse um período de mandato para validar ou não o eleito.

Há ainda aqueles trabalhadores que viram os seus locais de trabalho serem destruídos por incêndios e pilhagem e nunca tiveram solidariedade dos jornalistas ao longo destes meses tal como tiveram os profissionais do distúrbio ou pelo menos eu nunca vi.

Read Full Post »

Mudar tem custos, uma coisa é falar-se do ambiente elogiando a belezas das plantas, a importância dos animais, a exigência de ruas limpas e água pura, outra coisa diferente é ter de arcar com as consequências de ter de mudar. Foi isto que foi evidenciado com o aumento dos combustíveis em França para desincentivar o seu consumo, levar à alteração de comportamentos arreigados e pagar os custos dos objetivos dos Protocolos de Quioto e Acordo de Paris que Trump rasgou para escândalo de muitos.

Todos sabem que a principal preocupação ambiental que passa no momento exige a redução drástica das emissões provenientes da queima dos combustíveis que implica a mudança do parque automóvel, das frotas de pesca (ninguém fala mas é verdade), transportes coletivos e do tipo de muitas centrais elétricas.

Só que tudo isto tem encargos e o mundo moderno capitalista e democrático está de mãos atadas nesta situação, pois levar à sociedade a fatura da mudança tem custos políticos demolidores e é muito bonito falar de liberdade de expressão e da força do povo quando não há que impor medidas duras. Não é só a crise económica que desgasta governos, também os custos das estratégias ambientais que se consideram necessários presentemente são enormes e podem ter efeitos demolidores na popularidade dos políticos.

Claro que se ao nível da origem do mal da poluição e da diminuição da biodiversidade há consenso que a culpa é do estilo de sociedade humana moderna e consumista, ao nível das alterações climáticas existe uma minoria que não aceita esta causa como verdadeira e neste grupo, além de alguns cientistas, estão também envolvidos grandes poderes económicos como o das empresas petrolíferas e muitos interesses financeiros.

O mundo fora dos Estados Unidos que se escandaliza com a recusa ambiental de Trump não tem problema nenhum em protestar ao chegar-lhe ao bolso a fatura de se seguir as exigências ambientais que o atual Presidente dos EUA rejeita e os jornalistas e muitos políticos Europeus têm todo o descaramento de se alimentar desta situação para daí tirar dividendos a curto prazo e claro que alguns aspirantes ao poder vão observando os protestos em França e cobardemente vão-se silenciando e muito provavelmente recuando e dando o compromisso por não dito. É a vida!

Read Full Post »

Uma das fortes fontes de receitas do Governo em Portugal são as taxas sobre os combustíveis que os colocam neste País entre os mais caros da União Europeia e mais ainda se virmos a relação do seu preço com rendimento dos Portugueses.

Contudo é irónico ver a cobertura da RTP aos protestos pelas taxas e preço dos combustíveis em França, onde são entrevistados coletes amarelos que falam português e só passa a mensagem contra o Presidente, na realidade se a RTP fizesse uma comparação entre o que cá se passa e a França até poderia promover uma onda de protestos em Portugal com muito mais razão de ser, mas o que temos no canal é o desfile de autoelogios acríticos do Governo e a autodestruição da oposição.

Read Full Post »

Apesar do candidato mais votado na primeiro volta ser de centro, penso que, tal como eu, mais liberal na economia e mais de esquerda nos costumes, o chocante foi ver que as duas pessoas com discursos extremos, de esquerda ou direita, obterem mais 40% dos votos, partilhando a ideia de desconfiar do euro e da União Europeia. Pelo crescimento desta tendência, por um lado ou outro, num futuro mais ou menos próximos podemos assistir a um “frexit“.

Tristemente os motivos da extrema esquerda ou direita são nacionalistas de não solidariedade, pois tanto um diz que se é contra a UE por não querer submeter-se a diretivas de integração dos estados europeus como o outro porque não quer gastar dinheiro para ajudar povos estrangeiros: o resultado é o mesmo – egoísmo nacionalista.

Se o centro não for capaz de procurar um caminho mais justo para os povos que governa abre-se de facto a porta a alternativas ainda mais sombrias em termos humanitários.

Read Full Post »

Enquanto em França estala a polémica da proibição legal do uso de burquinis em praias daquele país por mulheres muçulmanas com direito a multas, no Canada e na Escócia legislam e criam fardas para mulheres-polícia muçulmanas com o uso do hijab. Tanto num caso, como no outro, estamos perante situações excessivas de intolerância ou de cedência a culturas estrangeiras.

No primeiro caso é sem dúvida um abuso um Estado laico impor ou proibir o uso de roupas a mulheres ou multar mulheres pelo uso do burquini, limitando a forma como a mulher considera adequado a exibição do seu corpo segundo a sua consciência individual ou social.

No segundo caso, tratando-se de um estado laico e ocidental, é sem dúvida uma cedência exagerada a uma cultura estrangeira imigrante e não fundadora do País legislar sobre sobre trajes exóticos oficiais, porque, neste caso, deve permitir também o nudismo a polícias filhos de imigrantes da amazónia, o turbante do hindu e um nunca mais parar de trajes tradicionais e costumes exóticos, ou a tolerância é enviesada e merece ser diferente apenas quando se está perante muçulmanos?

Assim, em França proíbe-se o uso ostensivo de um traje que indicia uma cultura e uma religião provável, no Canada acata-se a vontade de uma cultura e religião provável se ostentar num traje oficial de uma força do Estado.

Nem tanto ao mar nem tanto à terra.

ADENDA

Felizmente o bom senso no Conselho de Estado de França põe travão a esta onda de interdição do burquini.

Read Full Post »

É demasiado evidente que a Comissão Europeia e o BCE não tratam os seus membros todos por igual, tem uma opção, muito pouco cristã, de proteção especial dos mais poderosos e ricos.

Claude Juncker ao não promover sanções por défice excessivo à França, justificando que esta era a França, quando interrogado sobre a situação, apenas teve um lapso ao fugir-lhe a boca para esta realidade. Portugal, pobre, pequeno e  fraco, tem de se vergar a sanções por não cumprir a carga de exigência descomunal que a UE impõe aos Portugueses.

Agora sendo a França um contribuinte líquido da UE, pois dá à Europa mais dinheiro do que o País recebe daquela pelo que a UE precisa da França, enquanto Portugal com sanções ou não é teoricamente um Estado que tem recebido mais dinheiro do que dado, pelo que somos nós quem precisamos da UE, embora também, indiretamente, através dos juros das dívidas, vivemos num Estado que paga muito mais do que aquilo que oficialmente são os contributos do País para esta União…

Read Full Post »

Choca, mas choca mesmo, ver que depois de décadas a se falar na Europa do que foi o nazismo, o fascismo e a II Guerra Mundial, se volte a ver um partido de extrema-direita ser o mais votado numa das maiores potências económicas, militares e demográficas do velho continente: a França, um país que esteve envolvido e foi ocupado pela ditadura de Hitler.

É verdade que décadas de ditaduras e genocídios comunistas na Europa oriental não fizeram cair os aliados deste regime em muitos Estados da Europa ocidental, mas é verdade que estes nunca estiveram sujeitos ao regime vivido na União Soviética, mas a França esteve ocupada pelos nazistas.

Também é verdade que o ideal marxista assenta numa revolta pela justiça na economia, que é em princípio um valor positivo atraente, enquanto o ideal da extrema-direita vai contra o cidadão que é diferente em cor, cultura ou religião que leva a uma revolta pela segurança, que é o princípio do medo, algo negativo que pode levar a juízos menos claros.

Contudo, estranho que num Continente onde tanto se fala dos malefícios do neoliberalismo e da injustiça do capitalismo a desilusão ou o medo vá mais no sentido de ir para o extremismo da direita num dos Estados mais ricos da União Europeia, algo vai mal nesta Europa, mesmo muito mal…

Read Full Post »

Uma coisa é estar convicto que o mundo deve tomar medidas para evitar o terrorismo incluindo o que é alimentado ao abrigo do autodenominado Estado Islâmico, o DAESH, outra coisa e reagir a quente e retaliar contra este último como parece a França ter feito na sequência dos atentados em Paris no passado dia 13 de novembro.

Digo parece pois não tenho dados suficientes para afirmar que não foi uma ação já preparada previamente e apenas se deu a coincidência temporal de dar um aspeto de uma mera retalição.

Neste último caso seria um mau prenúncio agir de cabeça quente, pois mais não é que correr o risco de se cometer mais erros no problema da guerra na Síria, do terrorismo islâmico dos muitos que o ocidente já tem cometido, mas que o mundo precisa de pensar numa estratégia inteligente, eficaz e o mais justa possível, precisa; e isto faz-se com cabeça fria e com uma boa concertação internacional, inclusive envolvendo povos islâmicos e sem egoísmo nacionais a dominar o global

Read Full Post »

É difícil compreender como existem bestas da espécie Homo sapiens capazes de atacar cidadãos comuns como retaliação de guerras que também não deixam de ser absurdas.

Pode-se discordar do modo como o Ocidente, a Rússia e outros países têm intervido na Síria e outras ações no Médio Oriente, pode-se lamentar que nos ataques entre as partes haja vítimas inocentes, mas não se pode ter o mínimo de compreensão para dementes que atacam simplesmente cidadãos inocentes desarmados e sem estarem a preparar nada para um conflito.

Estes atentados em nada corrigem os erros dos Ocidente nas últimas décadas, apenas obrigam a pensar em como a Humanidade deve fazer face a estes terroristas para segurança dos Seres Humanos dignos desse nome, pois quem ataca do modo como se viu ontem em Paris e noutros locais no passado, mais ou menos recente, não merece sequer um tratamento acima de bestas antropomórficas.

A minha solidariedade para com estas vítimas inocentes fica aqui expressa.

Read Full Post »

Há uma diferença entre tentar limitar a liberdade de expressão na comunicação social por motivos políticos da mesma tentativa por motivos religiosos, é que a primeira é egoísta e interesseira, mas racional. A segunda não, funde-se em crenças que obscurecem ou eliminam a razão.

Contra a primeira tentativa podem-se usar valores e a compreensão humana que procuram beneficiar e respeitar todos independentemente do seu modo de pensar, já contra a segunda, o recurso à razão esbarra na intolerância de uma parte que não compreende que se pense diferente. Neste caso, muitas vezes quem age contra as outras pessoas não o faz por egoísmo, maldade ou vingança individual, mas por acreditar que está a colaborar com uma justiça superior e para a qual está mandatado de uma forma que aos seus olhos é altruísta, no sentido que a sua própria vida nada vale para satisfazer a vontade desse ser acima dos homens.

Aquilo que para nós foi um ato de terrorismo contra o jornal parisiense hoje atacado que custou a vida a 10 jornalistas e nos deixa em estado de choque, pode ser para os atacantes apenas uma obediência cega numa crença em que os atiradores se sentem mandatados superiormente e tem ainda o amargo de o ocidente laico, agnóstico ou ateu não saber como pode controlar uma crença que não se funda na razão.

O terrorista não se sente intolerante, pensa é que os outros estão errados e trabalha para construir um mundo mais correto, ele não discorda dos outros, ele apenas se sente dono da verdade. Se na política há confronto de ideias e perspetivas diferentes para a sociedade, no fanatismo só há a certeza do fanático. Infelizmente, muita comunicação social nos seus esforços de defender a liberdade de expressão não sabe trabalhar com os crentes de nenhuma religião mais ou menos secularizados e abertos aos outros.

Que descansem em paz as vítimas de Paris neste dia, mas que o mundo saiba como agir para que novos casos não se repitam sem impedir a liberdade expressão, nem ferir a fé religiosa, é que esta também não se pode proibir de existir.

Read Full Post »

Older Posts »

%d bloggers gostam disto: