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Posts Tagged ‘daesh’

Mesmo sem ter sido declarada de forma habitual oficialmente, a Europa está em guerra com um grupo de pessoas radicais que também retaliam de modo não tradicional nem convencional, mas sem dúvida é uma nova forma de fazer guerra cuja forma de atacar e de a combater um dia abrirá mais um capítulo na história da arte de fazer guerra.

Nice desta vez foi o local do ataque e novamente foram civis o alvo do atacante, característica inerente a esta nova forma de guerra e mais uma vez o atacante utilizou um novo modus operandi para surpreender a defesa do Ocidente, a inovação também tem sido uma característica nesta guerra.

Neste conflito uma das partes não é um Estado com território reconhecido por nenhum País ou uma pátria que se quer libertar de um ocupante, mas há uma área que serve de base que usurpou terrenos pertença de outros. DAESH. Não é uma Nação com identidade definida, nem é uma religião concreta, mas há uma crença distorcida radicada num credo que não forma um povo mas cria uma pertença de grupo: Radical Islâmico. Não há uma geografia onde uma das partes seja originária e encontram-se dispersos pelo mundo, preparando combates na sombra e no seio das pessoas: Células Terroristas. Não há uma ética de combate, mas há uma imaginação para encontrar em contínuo novos modus operandi de implementar o conflito com ataques surpresa fora de frentes específicas que é uma certeza e uma das marcas mais terríficas deste conflito cujos alvos não são militares, nem infraestruturas bélicas, mas sim cidadãos inocentes, mesmo pacíficos ou pacifistas cuja única acusação que se pode fazer a alguns é de terem deixado os líderes dos seus Países declararem guerras à distância, fora dos seus territórios nacionais e onde os seus cidadãos viviam em paz e alheios ao que se passavam lá longe como se nada fosse com eles e a beneficiar dos interesses financeiros e económicos das maiores forças da sua sociedade livre e democrática. Essa mesma parte que retalia de forma não convencional também não tem  um inimigo único, são todos os povos, crentes ou não crentes que simplesmente não façam parte do seu grupo restrito de radicais islâmicos disperso pelo mundo, por isso é uma guerra contra a Humanidade e a Diferença.

Agora há que reconhecer foi sobretudo o Ocidente rico, egoísta e indiferente às desgraças do resto do mundo que criou condições para o nascimento deste conflito original, pois além da injustiça e conflitos que alastravam pelo então denominado Terceiro Mundo, a Europa e a América do Norte não teve pudor e semeou mais discórdias, mais injustiças mais vítimas nesses territórios longínquos para tirar dividendos com os despojos dessa situação, permitindo a revolta de muitos oprimidos e na miséria face à ostentação do mundo rico ocidental.

Muitos dirão: Ah, mas muitos pertenças deste grupo já nasceram entre nós usufruem de muitas das nossas condições, só não quiseram integrar-se. Será que não quiseram ou foi o Ocidente que lhes abriu as portas e os acolheu-os servindo-se deles como mais um despojo de guerra? Recebeu-os para serem mão-de-obra fácil e barata nos trabalhos que não valorizavam os seus realizadores num racismo chauvinista tolerado mas que serviu de semente para germinarem na segunda geração a sensação de filhos de uma sociedade e cultura inferior.

Aviões como mísseis contra arranha-céus, pessoas como bombas em aeroportos e comboios, camiões que transformam ruas em valas comuns, tudo serve numa guerra cujo ocidente não perspetivou e não sabe como será o modus operandi do próximo ataque, a Europa tem sido mais fustigado que os Estados Unidos até agora, mas, infelizmente desconfio que este conflito estender-se-á por todos os territórios do Mundo Desenvolvido e este não sabe como enfrentar esta guerra.

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Não acredito que deste atentado em Bruxelas e reivindicado pelo Daesh alguém tire algum benefício: os refugiados enfrentarão maior hostilidade ao acolhimento; o Daesh enfrentará um ataque mais cerrado do Ocidente; os povos da Síria e Iraque continuarão a viver num caos cada vez mais instável; os Europeus viverão com mais medo e muitos apoiarão políticas extremistas e radicais que o passado tem mostrado nunca desembocam em nada de bom no futuro.

Infelizmente, neste confronto entre Ocidente e luta islâmica radical não vejo ninguém aprender com os erros cometidos, procurar mudar de atitude e tentar construir um mundo melhor; nem que fosse de forma indireta, dando condições de vida aos povos dos países desestruturados no médio oriente para que pudessem ser felizes na sua terra e as razões que alimentam os ódios escasseassem e estes mirrassem na construção de um mundo mais justo e Humano. Há culpados do lado de cá, mas do outro lado também há culpados que não se podem considerar coitadinhos.

Assim, infelizmente, só vejo ódio a continuar a ser alimentado pela desumanidade da nossa civilização global, por muita banda desenhada que a partir de Bruxelas nos faça sorrir. É Pena!

Um lamento pelas vítimas inocentes ou apenas culpadas pela indiferença e ingenuidade com que assistem a este conflito que mina a Civilização.

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Uma coisa é estar convicto que o mundo deve tomar medidas para evitar o terrorismo incluindo o que é alimentado ao abrigo do autodenominado Estado Islâmico, o DAESH, outra coisa e reagir a quente e retaliar contra este último como parece a França ter feito na sequência dos atentados em Paris no passado dia 13 de novembro.

Digo parece pois não tenho dados suficientes para afirmar que não foi uma ação já preparada previamente e apenas se deu a coincidência temporal de dar um aspeto de uma mera retalição.

Neste último caso seria um mau prenúncio agir de cabeça quente, pois mais não é que correr o risco de se cometer mais erros no problema da guerra na Síria, do terrorismo islâmico dos muitos que o ocidente já tem cometido, mas que o mundo precisa de pensar numa estratégia inteligente, eficaz e o mais justa possível, precisa; e isto faz-se com cabeça fria e com uma boa concertação internacional, inclusive envolvendo povos islâmicos e sem egoísmo nacionais a dominar o global

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o_islao_e_o_ocidente

O Islão e o Ocidente, a grande discórdia” de Jaime Nogueira Pinto é um síntese da história das relações diplomáticas, guerras e tensões entre o mundo ocidental dito cristão e os povos do oriente na sua maioria convertidos ao islamismo desde o aparecimento desta religião até à atualidade.

Apesar de muitas vezes se atribuir este tipo de tensões como fruto da intolerância destes dois credos religiosos, o livro demonstra que se a fé pode ter fomentado guerras entre as partes, não foram menos importantes os interesses políticos e geostratégicos, muitas vezes dentro do mesmo bloco, dos países envolvidos no envenenamento das relações entre os mundos ditos cristão e muçulmano e, presentemente, até o laicismo e ateísmo militante que grassa nalguns Estados do ocidente é um fator que fomenta discórdia e terrorismo dito religioso.

O autor denuncia acontecimentos como as cruzadas e os interesses paralelos não religiosos dos interveniente que comprometeram negativamente estas relações, bem como outros momentos que alimentaram a desconfiança e o ódio, como o surgir e a expansão do império otomano, a evangelização nas descobertas em paralelo com motivações económicas e coloniais, a coligação estratégica da Europa para desmantelar o domínio turco, a descoberta do petróleo e sua importância na industrialização, as rivalidades entre xiismo e sunismo, o colonialismo, a guerra fria, o laicismo agressivo, a primavera árabe e o sionismo. Tudo pesa e mistura aspetos de crença, orgulhos nacionais, visões fanáticas, sedes de justiça e de liberdade.

No fim fica claro que neste relacionamento não há soluções fáceis nem verdades racionais absolutas pois tantas são as variáveis e complexas onde em ambos os lados há culpados e inocentes, interesses ocultos e aproveitamentos demagógicos.

Um excelente livro de fácil e rico de informação, onde o papel de Portugal na história não é omitido, que recomendo para melhor se compreender o que está na origem e distingue a Al-Qaeda do DAESH, as motivações, os erros do ocidente e as suas sequelas, a revolução do Irão, as guerras do Afeganistão, do Golfo e da Síria, a primavera árabe, os refugiados e o terrorismo jihadista e os equilíbrios precários que ligam tudo isto e inclusive os posicionamentos atuais que do lado de cá e de lá continuam a inflamar esta discórdia.

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Continuam a ser chocantes as imagens do que insistentemente se tende a chamar imigrantes ilegais que entram pelo sul da Europa, eles que mais não são do que refugiados do desastre humanitário que reina na Síria, Afeganistão, Iraque, Somália, Etiópia e outros países cujo Ocidente colocou em estado de catástrofe devido à sua má política internacional.

Não é justo fechar os olhos a esta gente vítima das asneiras e interesses do Ocidente, incluindo Europa, barrando-lhes simplesmente a entrada e retendo-os em campos de refugiados. Tal como a União Europeia não pode olhar para eles apenas como concorrentes do mercado de trabalho cujos seus cidadãos temem e por isso os deixa desumanamente em condições infra-humanas. Também é certo que estes refugiados não podem olhar apenas para a Alemanha como refúgio e o paraíso terrestre.

Certo que não é de excluir que mais cedo ou tarde se infiltrem nestes refugiados guerrilheiros do Estado Islâmico (daesh), da al Qaeda, etc. Mas a segurança interna não pode fechar os olhos à humanidade que definha nas fronteiras da Europa.

Mas o mais difícil que a Europa tem de começar a pensar é: como dar condições humanas de vida aceitáveis nas terras de origem destes povos? Já que foi o Ocidente um dos principais obreiros da destruição dessas condições que estão na origem da fuga desta gente. Só resolvendo o problema na origem esta questão pode ter um fim condigno para todos.

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Não sei o que se passará no futuro próximo e mais distante na Grécia, sei que o problema grego por si só conseguiu que desaparecessem da comunicação social casos ainda mais perigosos para o futuro da humanidade e da Europa.

No primeiro caso está a situação do Estado Islâmico (daesh), a sua expansão na Síria e o recrutamento de jovens por todo o mundo, incluindo o ocidental. A verdade é que parece que esta guerra está cada vez mais pujante e em paralelo com a Al Qaeda pode ser o início de um próximo conflito civilizacional global… mas apesar das últimas vitórias e conquistas deste EI, infelizmente, na comunicação social só dava Grécia.

No segundo caso está a situação cada vez mais degradada da Ucrânia, talvez nalguns espaços nem haja multibancos para as pessoas poderem fazer fila, há apenas refugiados de guerrra, mas este País que confiou no ocidente está deixado à sua sorte perante o desnorte da União Europeia, aqui nem é o sistema financeiro e as amarras da eurozona, é mesmo o abandono de um povo mártir que pelos vistos tem um futuro muito mais negro que o dos cidadãos gregos que abafaram a sua causa.

A questão do terrorismo também silenciosamente deve estar a crescer como indiciou o caso da Tunísia imediatamente antes, a Palestina nada deve ter melhorado nestes tempos, mas tudo a Grécia abafou, é assim o mundo atual cujo pensamento é dominado mais pelo melhor vendável a curto prazo na comunicação social do que pela realidade dos factos complexos e mais significativos para o futuro da civilização.

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Nos períodos de guerra, pior do que as lutas entres as partes em conflito, são os atos de extrema violência irracional e desnecessários para uma vitória bélica e apenas fruto do ódio e da intolerância.

No final do império otomano, pouco antes da primeira guerra mundial, assistiu-se ao genocídio arménio na zona do iraque/arménia/turquia e na segunda guerra a Europa viu os horrores da solução final contra os judeus e ambos os caos não foram atos justificáveis à luz das necessidades da guerra, mas sim estratégias colaterais que se aproveitaram do momento para exterminar povos e a suas culturas e crenças.

Esta notícia de que no Estado Islâmico se sequestram crianças das minorias étnicas e religiosas para as tornar escravas sexuais e que ainda as crucificam, decapitam ou as enterram vivas está ao nível daquelas atrocidades que eu julgava erradicadas da face da Terra desde do século XX, infelizmente parece que não.

Ninguém, independentemente do credo ou cultura, pode arranjar desculpas para gente assim e a humanidade tem é de se unir ao nível global para erradicar estas práticas, o que é diferente de exterminar as pessoas que potencialmente as poderiam praticar ou as praticaram estas atrocidades, para não se cair no erro de os fins justificarem os meios. Mas que estou chocado, desejava mesmo que fosse uma notícia falsa… o que infelizmente parece que não.

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