O meu artigo de hoje no Incentivo
REFLEXÕES SOBRE O CASO COFACO
É muito triste assistir ao que está a acontecer ao trabalhadores da fábrica da COFACO na Madalena do Pico pela decisão unilateral da empresa de encerrar esta unidade fabril e despedir todos os seus trabalhadores, que até inclui operários que, à força da necessidade, foram deslocados há 8 anos das instalações do Pasteleiro no Faial para aquele estabelecimento da ilha em frente.
Contudo, verifico que neste caso há unidade de esforços em todos os políticos, autarcas ou deputados, independentemente da sua cor política, no sentido de assegurar que no futuro haja uma solução que reintegre os trabalhadores agora despedidos.
Saliento que até ouvi a um eleito pelo Pico de um partido mencionar um titular vencedor por outra força política como estando ambos a trabalhar em conjunto na busca de compromissos que garantissem condições de trabalho a médio prazo para os agora desempregados. Assim, apesar da situação negativa da decisão da COFACO, dá gosto ver tal unidade dos políticos na justa defesa das suas populações.
Confesso que também gostaria de ter visto tal unidade e intensidade de esforços em muitas situações que ocorreram nos últimos anos no Faial, mas por cá, talvez porque quem tomou unilateralmente várias decisões prejudiciais à ilha foi o próprio poder político, assisti, por norma, que os eleitos pela força partidária do executivo decisora a preferir defender esse governo em vez de lutarem do lado dos interesses do seu Povo.
Sei que é mais fácil criar unidade entre políticos de cores distintas quando quem toma uma decisão geradora de descontentamento é alguém exterior à classe política e a COFACO não pertence a este grupo, embora pense que muita da sua estratégia, como noutras empresas na Região, resulte de acordos com os governantes e dos subsídios aprovados por estes.
No Faial, quando a COFACO decidiu fechar a sua unidade fabril, porque o causador era exterior à classe política, também não vi desunião nas críticas à empresa, embora não tenha visto os eleitos por esta ilha do lado do Governo dos Açores mostrarem um empenhamento tão intenso como o bom exemplo que agora vejo em todos os eleitos do Pico no outro lado do Canal. Infelizmente, também não me recordo de a COFACO ter então sofrido penalizações em subsídios pela atitude unilateral que tomou contra os Faialenses, como agora já vi ser sugerido por políticos.
Isto leva-me a pensar que os eleitos, além de tenderem a ser mais unidos com as causas do Povo que os elegeu quando os decisores culpados não são políticos, mesmo nesta situação, o empenho demonstrado pelos eleitos não é igual em todas as ilhas e, neste último aspeto, o Faial não é o melhor exemplo de empenho em torno das causas dos Faialenses e, ainda por cima, temos o azar de que as principais causas de agora dependerem de decisões de governantes, como é o caso do aeroporto, da variante e do porto, confirmando-se o ditado de que um azar nunca vem só.
Votos para que no Pico todos assim unidos levem a bom porto esta luta no caso COFACO em defesa dos Picoenses e não só.