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Posts Tagged ‘brexit’

O Reino Unido votou no Brexit porque não estava disposto aos sacrifícios que a União Europeia necessita para coexistir, apesar das muitas críticas de falta de solidariedade dentro desta. A Primeira-ministra do RU convoca eleições para reforçar o poder negocial do país no Brexit, ela que fora contra, mas os britânicos curiosamente dão num voto que enfraquece a sua capacidade negocial e pode gerar uma crise económica na ilha. São mesmo estranhos estes ingleses que pensam como se fossem os maiores do mundo e começaram a dar tiros nos seus próprio pés sucessivamente.

Curiosamente, muitos dos que se congratularam com o Brexit do lado lusitano faziam-no porque queriam enfraquecer a UE, numa linguagem onde tanto querem a solidariedade europeia para nos ajudarem como querem colocar os pés fora da União, mas já comecei a ver congratulações nestes por o Reino Unido ficar mais fraco com o resultado eleitoral que as projeções estão a dar.

Não é o mundo que está louco, é apenas a visão eleitoralista dos partidos e das ideologias a curto-prazo que nesta continua contradição para ganhos imediatos envenena também a democracia a longo-prazo. Efetivamente votar no brexit e a seguir votar no enfraquecimento negocial deste é mesmo de uma incoerência a toda a prova.

Portugal, há muito, e o Reino Unido nos últimos tempos têm levado esta incoerência aos píncaros da democracia, as consequências veremos no futuro. Para já penso que esta noite a UE deve estar intrigada, mas a rir-se do comportamento dos lordes ingleses com este tiro no pé.

 

 

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Apesar do impacte socioeconómico e político negativo que o Brexit pode ter para a União Europeia e Reino Unido, talvez o maior problema que o Continente enfrentou tenha mesmo sido deixar o euroceticismo inglês minar a confiança do projeto europeu. A UE cometeu erros nas suas relações inter-Estados e nem sempre foi solidária, mas quem mais que a Inglaterra dificultou o comprometimento entre os Estados desta união em construção, quando ainda os valores da solidariedade dominavam sobre os meros interesses económicos?

Saber transformar o Brexit numa oportunidade de reforço da solidariedade entre os Países que optam por ficar na União é sem dúvida o maior desafio que presentemente a UE enfrenta.

Veremos assim se ainda é possível à União aproveitar o momento de saída do eurocético-mor, aquele mais dificultou a integração dos Estados, para reformular-se e ser capaz de levar para primeiro plano os valores políticos que estiveram na sua origem ou se vai deixar que os interesses rapaces de curto-prazo dos maiores detentores capital destruam definitivamente o projeto do tratado de Roma.

Um possível calendário dos próximos passos deste divórcio é exposto aqui no jornal Economia Online. Neste momento começou um jogo  crucial para o futuro da Europa, votos para uma vitória dos valores altruístas sobre o egoísmo separatista.

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O meu artigo de ontem publicado no diário Incentivo:

DAS VITÓRIAS DE PORTUGAL À DO EGOÍSMO

A seleção de Portugal, embora sem ainda ter jogado de forma a destacar-se convincentemente bem e sem nunca ter vencido ou perdido no período dos 90 minutos regulamentares de jogo, tem sobrevivido e já chegou aos quartos-de-final do Euro2016, para alegria dos Portugueses depois de muita ansiedade e receio em que a equipa alimentou no coração dos Lusitanos.

Na partida com a Islândia a nossa seleção dominou em campo e embora aquele país insular também se tenha esforçado teve sorte e lá veio o empate, com a Áustria foi um jogo sem história e glória para ninguém e um empate perante um adversário mais fraco. O confronto com a Hungria foi impróprio para cardíacos, com golos disputados taco a taco a justificarem que os dois países irem à fase seguinte em novo empate. A recente disputa com a Croácia foi quase ver o filme da primeira partida ao contrário e acabou empatado aos 90 minutos, só que depois a sorte visitou-nos para mal dos axadrezados que foram eliminados por atacarem em permanência quase sem rematarem.

Como tudo está bom enquanto vai acabando em bem, por agora parecemos os maiores sem ainda termos brilhado, mas futebol também é isto, e para já a nossa seleção ainda alimenta no coração de todos Portugueses amantes desta modalidade a esperança de uma grande prestação de Portugal e eu continuo a torcer para atingirmos o patamar mais alto da Europa que sempre nos fugiu.

Já a Europa está a passar por um período sombrio com a vitória do Brexit no Reino Unido que leva a que este Estado deva abandonar a União Europeia (EU) por opção ligeiramente maioritária dos seus Povos. Todavia, importa lembrar que os motivos da opção de saída dos britânicos são, sobretudo, egoístas, como: (1) não se sujeitarem a regras comunitárias para acolher imigrantes de outros países da mesma União, que não só que lhes prestam serviços básicos, como ainda muitas vezes são os próprios cidadãos de origem a recusarem fazer por um orgulho nacionalista presunçoso e doentio; (2) não acolher refugiados vítimas de guerras onde os próprios britânicos foram ou são parte beligerante, recordo o papel ativo do País nas invasões e conflitos no médio oriente; (3) não querer ser um contribuinte líquido do orçamento comunitário, apesar de serem um dos Estados de maior riqueza per capita da UE recusam ser solidários por imposição com os membros mais pobres; (4) não se limitarem a regras comuns dentro do mercado aberto da EU, pretenderem um tratamento de exceção com regalias próprias contra uma cooperação ativa na Europa.

Todavia, também é verdade que nos aspetos económicos certos Estados mais pobres da EU têm culpas no alimentar destes egoísmos. Como explicar a um Britânico que após 31 anos de integração europeia o Reino Unido continue ainda a pagar défices e dívidas de Portugal e este País, como outros, depois de tanto dinheiro vindo dos mais ricos continue pobre e incapaz de desenvolver a sua economia? A falta de crescimento nos membros fracos leva à saturação dos mais fortes. Até se olharmos para os Açores vemos quantos já se sentem revoltados que após 40 anos de ajudas a algumas bolsas de pobreza na Região estas continuem pobres e alvo de programas de solidariedade à custa dos impostos de muitos que sentem dificuldades são forçados a pagar sem ver os beneficiários desses sacrifícios impostos pelos Governos ao longo de tantos anos saírem da miséria.

A verdade é que levar anos a pedir solidariedade também cansa a quem a paga, pior se quem pede não demonstra sinal de vencer as suas dificuldades ou vontade de se libertar do que para os que contribuem são vícios do sistema. Não tenho dúvidas que apesar dos muitos egoísmos dos mais ricos, nada é pior para a solidariedade do que estes deixarem de acreditar que esta pode ajudar.

Infelizmente, temos visto que na Europa do norte e rica existe um crescimento da saturação dos pedidos de solidariedade. Vimos protestos na Finlândia, na Holanda, no Luxemburgo e na Alemanha face os continuados apelos dos Estados do sul em crise e o Brexit mais não é que uma manifestação de egoísmo de um povo já historicamente famoso por ser nacionalista, orgulhoso e pouco prestável a ser solidário por imposição de terceiros, mas o pior é que com isto Portugal e outros Estados verão quão mais difícil os seus apelos de solidariedade serão atendidos devido à saturação dos mais ricos de onde vieram os subsídios que não serviram para tornar a nossa economia forte e capaz de competir em pé de igualdade na União Europeia.

Não sei se o Brexit será o princípio do fim da União Europeia, mas suspeito, sejam quais forem as mudanças dele resultante, que Portugal e os Açores terão cada vez mais dificuldades em viver à sombra de subsídios à nossa economia num modelo que nos tem mantido numa pobreza relativa e doentiamente dependente dos fundos comunitários que serviu para preservar políticos no poder ou enriquecer alguns particulares, em vez de tornar o País e o Arquipélago competitivo e rico.

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Não acompanhei em pormenor a Convenção deste fim de semana do BE, exceto parte do discurso final da sua líder Catarina Martins e foi um pouco assustador ver o tom ameaçador e algo alienado desta, isto num momento em que não se sabe como a União Europeia se vai acomodar à situação do Brexit e sabendo que Portugal apresenta uma fragilidade económica que de um momento para o outro o pode fazer cair em nova bancarrota.

Falar nesta altura em tom ameaçador para a UE, no caso de eventuais sanções a Portugal por défice excessivo que nenhuma força política nacional concorda, dizer que é uma declaração de guerra, só demonstra que o BE é mesmo um partido anti União Europeia. Num momento de crise, em vez de saber apaziguar as hostes e diplomaticamente tirar proveito inteligente para o País, apenas soube atear fogo e animosidade, quando é o nosso Estado a parte mais fraca e débil, neste braço de ferro e conjuntura.

O Reino Unido votou Brexit porque está convicto que não precisa do dinheiro da Europa, pois tem uma economia forte. Portugal é um subsidiodependente dos fundos da União Europeia há mais de 3 décadas, super-endividado e não autossuficiente. Precisamos do dinheiro da Europa não apenas para fazer crescer a nossa economia, como até para financiar muito dos serviços do Estado e da produção nacional. Ameacem que saiem e Bruxelas fica com menos um País que mais do que ser um contribuinte líquido é um encargo de uma nação que depois de tantos subsídios nunca se soube desenvolver.

Por isto, foi evidente que após o discurso, nenhum partido português, nem o próprio PCP, nem o Presidente da República ficaram do lado do BE, este ficou isolado na sua ameaça e dando mais um tiro no pé.

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Na política a fama muitas vezes é ultrapassada pela realidade, a verdade nua e crua é que enquanto se acusa a Alemanha de egoísmo personificado na gestão de Merkel, é o Reino Unido quem pratica a política mais fortemente nacionalista  e financeiramente egoísta.

O acordo com o governo de Sua Majestade mais não é que a cedência a um País política e economicamente forte como o Reino Unido para que este possa ser menos solidário para com os outros Estados, para que este possa reduzir os direitos dos imigrantes europeus que aquele acolhe deixando estes mais desprotegidos e com maior risco de pobreza, apesar de contribuírem significativamente para a riqueza da Grã-Bretanha e a prestação de serviços básicos aos subditos.

Um suma, o acordo para evitar o brexit mais não é que uma vitória das chantagens dos egoísmos nacionalistas daquele povo ilhéu arrogante perante a solidariedade que esteve no início da construção da União Europeia, por outras palavras, está-se a celebrar a oferta aos europeus de um cavalo de Tróia inglês para uma tréguas de curto prazo e a destruição dos alicerces solidários que começou com a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço e ainda o Reino Unido pode levar a referendo a questão da permanência na União Europeia caso considere suficientemente atendidos os seus egoísmos nacionalistas…

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