O que mais me surpreendeu em 2016 foi mesmo a derrota em outubro dos políticos do Faial que desculpavam estratégias que prejudicavam esta ilha. Destaco o à vontade com que desde então deram a volta ao seu discurso, passando até a criticar a administração da SATA e a reconhecer a importância de ampliação da pista da Horta como se em setembro nem tivessem rejeitado votos de protesto sobre os mesmos assuntos. Mas assumo ainda bem que juntaram a sua voz aos que falavam alto em defesa desta ilha. Espero apenas que não seja fogo de vista e que esta viragem dê frutos até outubro próximo. Ao nível do Porto da Horta já estes derrotados tem tido um discurso ambíguo e estão a desresponsabilizar o Governo dos Açores dos atentados que por ali se podem ainda praticar
Não sei até que ponto e por quanto tempo é sustentável financeiramente a estratégia do governo de António Costa, mas que, em termos de imagem da crise, a situação social e económica no final de 2016 parece muito mais apaziguada e com melhores perspetivas de ultrapassar as dificuldades sentidas que o pensado em final de 2015, há que reconhecê-lo. É verdade que os aspetos negativos aparecem esbatidos: nunca o investimento público foi tão baixo, apesar de ser uma das alavancas antes defendida pelos atuais governantes para a retoma, o crescimento ficou muito aquém do anunciado e a dívida pública e juros desta crescem paulatinamente e parecem bombas relógios que temo, também assumo. Agora que o desemprego baixou e isto estava entre o fundamental dos Portugueses, foi um objetivo bem conseguido. A obsessão pela redução do défice que era alvo de críticas aos anteriores governantes passou a ser o maior trunfo dos que agora ocupam o poder, uma mudança substancial e uma bandeira de sucesso, tal como a coesão da esquerda que se mostrou capaz de engolir sapos perante as dificuldades da realidade foi uma surpresa que garantiu uma estabilidade que se duvidava ser conseguida com os acordos da denominada geringonça. Assim, Costa está em alta e surpreendeu pela positiva.
Desportivamente a vitória de Portugal no euro 2016 foi sem dúvida a maior conquista do País e praticamente poucos acreditavam ser possível. A seleção nacional não brilhou nos vários jogos da corrida para a sua meta, mas no momento final arrancou e alcançou um feito que parecia impossível.
Internacionalmente a guerra na Síria e os refugiados pareciam ser os acontecimentos que maiores marcas deixariam em 2016, até que a vitória do Brexit fez mudar os holofotes da Europa para a necessidade de coesão entre os Estados da União e sem dúvida que Merkel e Bruxelas passaram a ser mais tolerantes com os países em dificuldades económicas, mas o que parece mesmo ser o maior fenómeno do ano foi a vitória eleitoral de Trump e, provavelmente, será este o evento que mais irá condicionar a política internacional do futuro próximo ou mesmo distante da Terra, tudo depende de como ele irá mudar a estratégia de enfrentar os problemas internos e externos dos Estados Unidos.
Claro, há outros acontecimentos marcantes, refiro aqui apenas: a chegada a Secretário-Geral das Nações Unidas de Guterres, mas sem dúvida que o prestígio é maior que a eficácia do cargo para este conseguir com eficácia que o mundo rume para uma política global mais justa e humana. Embora de outra índole, não me esqueço da destituição de Dilma Rousseff num Brasil que se afunda na fossa da corrupção que tudo suja, mas lamento que Lula tenha aceite entrar para o Executivo de molde a deixar a ideia que era para fugir à justiça, mesmo que esta não pareça neste processo mais limpa que os restantes políticos, mas os heróis também devem saber marcar a diferença e ele neste ano não soube, mas este parece-me que é um fenómeno com maior efeitos apenas dentro do Brasil do que a nível Internacional.
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