Li todos os projetos que estão em vias de discussão na AR sobre a eutanásia. Todos têm em comum o facto desta só poder ser feita a pedido da pessoa sobre que pretende morrer e a solicitação só é válida se o doente estiver plenamente consciente e em caso de dúvida após verificação por médico de psiquiatria. Todos eles consideram que o processo pára se o requerente da eutanásia até há hora da morte assistida mudar de opinião e ainda consideram que o ato pode ter testemunhas de pessoas próximas e dos técnicos envolvidos.
Por estes projetos não há eutanásia para pessoas incapazes de decidir, nem a pedidos de terceiros, nem por decisão de terceiros por compaixão ou desistência.
Deste modo a eutanásia só recai sobre quem decide conscientemente sobre si mesmo.
Assim, imagino-me no futuro numa situação extrema em que eu decida sobre mim que quero morrer e estou incapaz de realizar tal ato, eu não aceito que outra pessoa em referendo me retire o direito de eu vir a poder decidir sobre mim e de me impedir que outro concordando comigo me ajude na execução minha decisão que recairia apenas sobre mim.
Tal quer dizer que a eutanásia é uma alternativa aos cuidados paliativos, estes devem ser implementados sempre no máximo possível, mas não são um substituto à minha livre decisão e quem não quer ser “eutanasiado” nunca o deve optar por esta via por falta de tratamentos paliativos.
Se há religiões e consciências que não aceitam a eutanásia, não têm o direito de impor a sua crença ou consciência a quem não crê ou tenha uma opinião diferente.
Já me custa bastante que neste momento eu esteja refém da vontade da maioria de deputados sobre uma possível decisão futura que me diz respeito apenas a mim mesmo e sobre mim mesmo sem vitimar terceiros.
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