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Archive for Outubro, 2019

Meu artigo publicado a 22 de outubro 2019 no diário Incentivo, que por ausente em férias só agora é transposto para o presente blogue:

SEGURANÇA DAS CRIANÇAS E RESAS NO AEROPORTO

Já não é a primeira vez que denuncio publicamente que no outono e inverno aqui no Faial, precisamente quando os estudantes se dirigem a pé para os autocarros escolares ou diretamente para estabelecimentos de ensino e apesar de ainda estar de noite a iluminação pública se apaga e deixa os nossos caminhos dentro das zonas urbanas, sobretudo das freguesias rurais, mas também citadinas, às escuras.

É muito estranho que ainda de madrugada escura e na hora de maior movimento de peões de pouca idade pelas ruas, nas estações que sobrepõem o ano letivo e as piores condições meteorológicas para a visibilidade dos condutores de viaturas, a que acresce os faróis acesos dos carros que ofuscam e escondem as pessoas que andam pelos caminhos a pé e ficam na sombra ou em contraluz, a iluminação vinda de cima, que tornaria as nossas crianças visíveis, seja apagada.

Até ao momento não tive eco de nenhuma autoridade ou associação de cidadãos do Faial a dar atenção a este assunto, apesar de colocar em risco a segurança física de muitas crianças do concelho da Horta, eu mesmo já vi situações assustadoras com condutores cuidadosos.

Presumo que com a próxima mudança de hora durante uma semana ou duas este problema se esbata, mas para meados de novembro volta em força se não for resolvido por quem de direito, pois o nascer do sol será cada vez mais tardio e a hora da escola e da circulação das crianças para os estabelecimentos de ensino manter-se-á a mesma.

Contudo, quem por volta das 7 horas e meia da manhã olha para o concelho da Madalena a partir do Faial verá por ali todas as ruas urbanas iluminadas, enquanto estranhamente percorrerá um grande número de ruas das freguesias e cidade da nossa ilha sem a iluminação pública acesa por aqui. Paragens de autocarros e envolvente de escolas no escuro é uma desconsideração muito estranha dos Faialenses adultos para com o cuidar de ter as suas crianças bem visíveis quando circulam no seio do trânsito às escuras pela madrugada. Eu não tenho filhos, mas para os pais e responsáveis fica aqui o alerta.

Após toda a luta dos Faialenses para se alcançar uma ampliação adequada das pistas do aeroporto da Horta e de até a Câmara Municipal se ter aliado à reivindicação, encomendando um estudo técnico para um projeto que maximizasse o aumento daquela infraestrutura com um mínimo de custos e a melhor operacionalidade possível, eis que as últimas notícias saídas ainda antes das eleições, pelo que agora ninguém foi enganado, vieram a confirmar o meu receio: a VINCI executará apenas o trabalho mínimo, limitando-se a assegurar a extensão num comprimento imposto por lei para a criação de áreas de segurança nos extremos das pistas, a denominada RESA (Runway End Safety Area).

Assim e com todo o desplante, os Governos da República e dos Açores puseram-se de facto de fora nesta reivindicação e até meteram o projeto da Câmara na gaveta, tudo isto sem qualquer penalização de fundo por parte de muitos Faialenses após se conhecer esta situação. Estes estão no seu direito de se contentarem com isto, eu discordo e respeito, mas manifesto o meu protesto, pois queria mais para a ilha que me viu crescer, onde vivo e considero que merecia uma maior atenção.

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Teste

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Meu artigo de hoje no diário “Incentivo”:

LORENZO E A IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO E DA INFORMAÇÃO

Ao longo de quase uma dezena de dias, através de sites de instituições internacionais e nacionais, acompanhei o evoluir duma instabilidade meteorológica nascida perto da Guiné-Bissau até ela se transformar em tempestade e furacão tropical batizado de Lorenzo. Assisti ao seu crescer até à categoria 5 (o máximo da escala Saffir-Simpson) e ao seu posterior e lento decréscimo de força perturbado por alguns impulsos e fui lendo os comunicados das modelações da sua trajetória em que ia aumentando probabilidade deste fenómeno meteorológico adverso afetar os Açores.

Como bom conhecedor destas ilhas, sobretudo do Faial, e desperto para os riscos naturais por formação técnica, cedo percebi os perigos a que nos estávamos a expor. Fui dando conhecimento das minhas observações e recomendando o acompanhar dos comunicados da Proteção Civil. Todavia ouvia alguns afirmarem que os Açores sempre sofreram este tipo de tempestades, que tudo era normal e a informação apenas alarmava as pessoas habituadas a estas ocorrências.

Na verdade, os Açorianos ao longo da sua história enfrentaram muitas catástrofes naturais e se para algumas ainda não há hipótese de tomar medidas preventivas de curto-prazo por ser imprevisível a data de ocorrência, outras, a tecnologia já permite emitir alertas para nos acautelarmos.

Assim, estudando os danos das catástrofes históricas é possível questionar sobre quantos sofrimentos, prejuízos e vítimas os nossos antepassados teriam evitado se tivessem tido a sorte que nós hoje temos de saber com antecedência a ocorrência de um furacão, chuvadas ou um vulcão?

Quantas pessoas teriam planeado a sua vida de forma diferente se tivessem sido informadas adequadamente e com a devida antecedência sobre os riscos de ter uma moradia num local mais exposto a inundações, movimentos de terras ou um maior perigo sísmico?

O planeamento do território com zonas de risco, as medidas preventivas, o acompanhamento da informação e os serviços de intervenção de proteção civil estão para a segurança das populações como as vacinas, as regras de higiene, as consultas de medicina preventivas e os serviços de urgência estão para a saúde dos cidadãos. Nenhum destes aspetos deve ser desprezado sob o risco de se reduzir a proteção pessoas e bens a curto, médio ou longo-prazo.

O lançamento de dúvida à conveniência de se cumprirem planos de vacinas levou a que muitos pais desrespeitassem esta via de imunizar os filhos e fez ressurgir doenças que já consideradas erradicadas por cá que já provocaram mortes evitáveis, tal como o descrédito e resistência lançado às zonas de risco que levou a deixar caducar medidas preventivas a elas associadas pode conduzir a que no futuro ocorram danos materiais e humanos escusáveis e não sei se com a atribuição de responsabilidades politicocriminais a quem poderia a tempo corrigir esta situação.

Todos temos de facto de viver com erros passados: na saúde, os abusos de práticas de vida; no terreno, as construções já feitas em locais arriscados, não sismorresistentes, etc. Nalguns casos o acompanhamento técnico e medidas de remediais ou preventivas pode ser a forma de reduzir a ampliação de uma doença ou os efeitos de uma catástrofe natural, mas o importante é aproveitar todos os meios disponíveis para se minimizar dentro do possível as consequências dos perigos a que estamos expostos que nunca passam a zero. Agora um furacão, amanhã uma chuvada, noutro dia uma avalanche, sismo ou vulcão, para tudo isto se exige planeamento, identificação de zonas de risco, medidas preventivas ou corretivas e informações dadas a tempo para a nossa segurança.

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