Gaudêncio foi eleito pelo povo para o cargo executivo da presidência da Câmara Municipal da Ribeira Grande e foi no âmbito desse exercício que foi constituído arguido e até ao momento ninguém ligado ao processo apontou para a incompatibilidade da continuidade das suas funções com a investigação em curso. Tanto suspeitas como cargo limitam-se ao mesmo círculo: a Autarquia. Assim em função da sua consciência compreendo que possa continuar nas suas funções.
Já a liderança regional do PSD é um cargo de estratégia política e as acusações contra Gaudêncio não se referem a ações desenvolvidas nestas funções, mas sim como Autarca. Neste âmbito, não tem o Presidente do PSD de prestar contas dos seus atos executivos a todos os Açorianos que não sejam seus munícipes do que fez na gestão do concelho a que Preside, contudo tudo o que comentar de âmbito regional ficará inquinado pela suspeita particular, toda a crítica que fizer ao Governo fará eco aos indícios do que lhe acusam e manietará qualquer estratégia fora da Ribeira Grande.
Pode a Comissão Política Regional dar-lhe um voto de confiança, até porque muitos foram por ele escolhidos e respeito essa solidariedade, mas não pode em consciência o Presidente aceitar manietar o partido que lidera exatamente com as funções de o fazer crescer.
Assim, mesmo respeitando o princípio da presunção de inocência, a bem do PSD-Açores, Gaudêncio deve demitir-se do cargo partidário pois embora eleito pelos seus militantes passou a ficar inquinado por algo alheio a esta função mas que a compromete.
Para quem tem ética e anda na política de forma séria, o que é raro, aliás, não sei se haverá hoje em dia, não pode andar a pedir a demissão de adversários políticos por terem sido constituídos arguidos em outros processos, e agora que lhe toca a ele não se demitir das duas, presente da câmara e de presidente do partido, atirando as culpas para denúncias anónimas, ou para a oposição. Isto só demonstra que a actual classe política, quer seja da direita ou esquerda, não dá o mínimo de confiança a qualquer cidadão minimamente informado…
Compreendo a tua opinião, a principal diferença é que ele quando pediu cabeças fê-lo para detentores de cargos de nomeação e não de eleição e como presidente ele foi eleito e não nomeado para o cargo.
Agora não me chocava que se demitisse dos dois lugares, mas de líder considero necessário.