Meu artigo do passado dia 13 de novembro no Incentivo:
FAZER A FESTA ANTES DO BEBÉ NASCER
Vejo alguma gente do Faial a celebrar promessas de governantes para esta ilha como se estas já fossem inaugurações de obras feitas. Infelizmente, a minha experiência ensinou-me que para a nossa terra, entre o prometido e o fazer, é preciso esperar por vezes muitos anos e nunca desistir de pressionar o poder para que as obras passem do orçamentado para o terreno.
Durante quantos anos após se ouvir responder à reivindicação com a promessa do projeto para o matadouro da Horta tivemos ainda de insistir neste projeto? Quantos anos seguidos estiveram orçamentadas as verbas para a reabilitação da igreja do Carmo sem nada ter sido feito?
Inclusive já assisti a promessas de apresentação pública de projetos que depois foram faseados e encolhidos de modo a não responder adequadamente aos objetivos principais iniciais e ainda prejudicaram infraestruturas que tinha sido bem feitas pelos nossos antepassados e onde o tempo decorrido entre a divulgação inicial do empreendimento, construção de fases encolhidas e anúncios de alterações da última fase quase chega a uma década e ainda são divulgados com pompa e circunstância como se não tivéssemos memória de tudo o que entretanto se passou.
Também já vi obras faseadas que além de terem sido orçamentadas nunca mais viram a luz do dia e até foram silenciosamente desorçamentadas sem protestos dos que antes de as verem feitas só com os anúncios e orçamentações já tinham se tinham congratulado ou dado votos de apoio. Lembram-se do processo da segunda fase da Variante que após a versão integral inicial foi faseado, a segunda fase orçamentada? Depois… nada!
O caso da variante não foi único, então como foram os casos dos anúncios e inclusão em planos dos projetos das Termas do Varadouro, do Campo de Golfe do Faial, do estádio Mário Lino e da reabilitação do piso da estrada entre a Ribeira do Cabo e o Largo Jaime Melo, entre outros?
Não gosto de fazer a festa antes desta acontecer, apesar de ver alguns a atirar foguetes apenas porque o Orçamento de Estado refere obras para o aeroporto da Horta. A verdade é que ainda nunca consegui saber se nalgum lugar daquele documento está definido a quantidade de dinheiro para este projeto ou se apenas está mencionado, mas não orçamentado, nem definido o tipo de intervenções a efetuar nesta infraestrutura faialense. O que a ser assim, é muita alegria para muita pouca garantia.
Assumo, é melhor que o assunto do aeroporto da Horta seja lembrado nas instituições de poder nacionais, como o Governo e a Assembleia da República, do que ser ignorado. Contudo, a ser honesto e perante os factos concretos apresentados até agora, não deixo de ver muita propaganda sem comprometimento claro do poder político nacional e isto a menos de um ano de eleições.
Esta euforia sem garantias assusta-me. Espero ao menos que até ao final de setembro do próximo ano seja possível ficar demonstrado que foram criadas as condições necessárias para se arrancar com as obras no aeroporto da Horta de forma independente dos resultados eleitorais de outubro e que o projeto a executar seja a contento das nossas reivindicações e não apenas uns serviços mínimos para calar a boca dos Faialenses sem cobrir os objetivos essenciais desta ilha, tal como que já aconteceu noutros casos.
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