Meu artigo de ontem no diário Incentivo:
PARABÉNS E OLHO ABERTO
Hoje arranco a elogiar um evento que começou no Faial, cuja capacidade e dinamismo do seu diretor, Mário Leal, desde o início tornou possível o seu sucesso, começando logo com projeção nacional e internacional da prova e, desde então, esta tem vindo sempre num crescendo nesta ilha, refiro-me, como é evidente, ao Azores Trail Run. Parabéns!
Não se trata de uma modalidade desportiva que à partida arraste vastas multidões por esse mundo fora para assegurar uma cobertura mediática para grandes massas, mas a verdade é que o progressivo aumento de popularidade e o reconhecimento desta prova já este ano trouxe pelo menos uma das maiores redes de televisão privada nacional: evidência que esta prova começa a interessar a audiências mais vastas que os meros residentes na Região. Assim sendo, o Azores Trail Run, que está de parabéns, deve continuar a ser tratado com carinho e inteligência pelos Faialenses para motivar sempre mais públicos, maior número de participantes e não se desvirtuar.
Destaco ainda que este tipo de prova também tem servido para unir o Triângulo e promover de forma integrada o potencial conjunto do Faial, Pico e São Jorge unidos.
Certo é que o modelo da prova já se estendeu a outras ilhas dos Açores com apoio oficial e mesmo organizador, evidenciando que o bom rapidamente sai do Faial e se expande. Mas se nunca caio na tentação de não desejar que alguma das outras terras do Região usufrua de iguais oportunidades de aproveitamento das suas potencialidades, também é verdade que já vi no passado este tipo de expansão conduzir à posterior tentativa de sufocar e abafar os sucessos das iniciativas originais se nascidas nas ilhas menores deste Arquipélago. Se a primeira ambição de também desfrutar dos mesmos eventos é lícita, a segunda vertente não. Por isso atenção: olho aberto!
Num dos locais de partida duma das provas ouvi participantes a questionar onde poderiam comprar alguns dos produtos regionais que estavam a ser servidos no lanche de apoio aos envolvidos no evento. Infelizmente era sábado e aqueles produtos não poderiam ser comprados no comércio local depois do acontecimento, isto partindo do princípio que os mesmos até pudessem estar disponíveis, o que nem sempre acontece. Eis um sinal para se aproveitar outro potencial desta provas, pois além de se promover a gastronomia local, também os particulares podem, fora de prova mas consertados com a organização, vender os produtos em divulgação e seria necessário equacionar essa transação com o facto de no momento os atletas não puderem transportar a mercadoria desejada.
Apesar do sucesso do Azores Trail Run, não me esqueci que, desde o meu último artigo neste jornal, a Azores Airlines voltou a inovar a sua forma de mal servir o Faial. Agora deixa os passageiros para esta ilha no Pico e depois com o avião vazio vem à Horta buscar os passageiros para Lisboa.
Como tenho olho aberto nesta matéria, sei que o mau serviço da SATA ao Faial é estratégia da empresa do Governo dos Açores, até já alertara que, com a imaginação desta Administração, ainda veríamos novas formas de prejudicar a imagem da rota Horta-Lisboa-Horta e este nível de descida só foi possível porque, apesar de avisados, não houve olho aberto a tempo da parte de legítimos representantes locais do Povo Faialense. Espero que se acabe a complacência com quem doravante insista em fechar os olhos quando se atacar ou se coloque em risco as potencialidades desta ilha.
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