Após anos em que os Procuradores da República mandaram arquivar investigações aos governantes, aos dirigentes de clube e a outros poderosos, agora sente-se que a Justiça começou a enfrentar em Portugal os graúdos do sistema. Joana Marques Vidal é o rosto desta mudança na Procuradoria. Há uns meses viu-se a tentativa do Governo de a afastar e a cobardia da oposição em a suportar. É momento da estratégia política de apoiar a atual procuradora, antes que seja tarde.
É verdade que nada chegou ao fim em termos de tribunal, mas já subiu a um patamar que nunca havia alcançado desde o 25 de Abril e parece ter força de impulsão para subir ainda mais.
Também é verdade que ainda há casos arquivados que não ressuscitaram e deveriam voltar a ser reabertos, para não dar a sensação de que uns saíram impunes por no momento da investigação a Justiça fechar os olhos aos poderosos e outros poderosos tiveram o azar de se depararem à frente da procuradoria com uma pessoa que exerce de facto as suas funções de Procuradora Geral da República. Por vezes é uma obrigação olhar para trás e corrigir o mal feito.
Este aspeto torna-se ainda mais importante porque pode levar à convicção de que na política houve uma perseguição parcial a graúdos quase a um só partido, a um só clube e daí em diante e esta suspeita pode ser mortal para a continuidade de uma procuradoria geral da república como deve ser também no futuro.
Deixe uma Resposta