A ser verdade que esta pretensão da Ryanair depende de negociações com o Governo dos Açores, este está entre cruzes e caldeirinhas como se costuma dizer. Se apontar uma ilha terá críticas de outras: se disser Pico, muito do discurso do PS-Faial terá um rombo mortal; se disser Faial, terá um loby na ilha Montanha a odiá-lo e se disser Santa Maria até conseguirá unir o Triângulo contra ele.
Não sei se Vasco Cordeiro pode ainda descalçar a bota e deixar caminho aberto à Ryanair, mas mesmo assim, não deixará de ser alvo de críticas. Muito deste potencial ónus negativo político teria sido evitado se o Governo dos Açores tivesse antecipadamente aberto os aeroportos “das ilhas de baixo” com estatuto internacional a low-costs e só tirasse o serviço público se a rota estivesse convenientemente assegurada por uma empresa de aviação para essa ilha.
Infelizmente o Governo dos Açores preferiu a omissão em benefício da ilha verde e cobardemente não tomou medidas sobre obras nos aeroportos do Triângulo, tacitamente deixou os bairrismos tomarem força no Canal e usar a SATA para encaminhar Faialenses e Picoenses para a Azores Airlines em Ponta Delgada… até que alguém de fora visse o potencial de outras ilhas que não São Miguel e Terceira e o deixasse com o ónus da decisão que não queria tomar nas mãos e de conhecimento público.
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