Meu artigo de hoje no diário Incentivo:
SUCESSOS DOS AÇORES, MAS NÃO TANTO DO FAIAL
Esta semana foi tornado público o cartaz de artistas a atuar na Semana do Mar em 2018.
Embora eu reconheça que este ano não haverá uma cabeça de cartaz de renome internacional como em 2017, o que já era expectável por não ser ano de eleições autárquicas, não venho aqui comentar a qualidade dos grupos e vozes, uns gostarão dos nomes, outros não, o que saliento é o facto de se ter mantido o inverno para dar a conhecer o cartaz do próximo verão, dando tempo, a quem seja admirador dos artistas em causa, para programar as suas férias estivais e vir ao Faial antes de serem seduzidos por outros festivais por desconhecerem atempadamente quem aqui atuaria.
A verdade é que apesar de em 2017 o cartaz da Semana do Mar ter sido de renome internacional e também ter sido apresentado em fevereiro, após se ver os dados estatísticos do turismo no ano passado, torna-se evidente que, embora tenha havido um grande aumento do número de dormidas nos Açores, o Faial, em termos de crescimento, ficou em sétimo lugar. Apenas a Graciosa e o Corvo fizeram pior neste sucesso regional!
Esta semana, no telejornal, assisti ao contentamento da presidente do IAMA pelo aumento da produção leiteira nos Açores, estranhei que tal sucesso fosse tão pouco pormenorizado e fui procurar mais dados na internet. Surpresa! Este setor diminuiu em seis das nove ilhas dos Açores e claro está que o Faial não está no pódio e não cresceu. Apenas, São Miguel, Terceira e Pico têm medalhas. A nossa ilha, a dos queijos premiados Ilha Azul, ficou para trás neste sucesso regional!
O mais significativo é que, tanto o turismo como a agropecuária, são dos poucos setores económicos nos Açores que ainda são capazes de criar riqueza e emprego na Região fora do Governo e suas empresas deficitárias administradas por boys e girls. Não é que o poder político não se intrometa e estrague, por vezes, os sonhos de investimento de alguns empreendedores desta ilha, pois em anos anteriores já ouvimos alguns privados queixarem-se dos poderes públicos de lhes dificultar o avanço dos seus projetos, mas, mesmo assim, são áreas onde continuam a persistir alguns resistentes privados numa economia cada vez mais subserviente ao executivo e seus tentáculos. Mas, no Faial, estas não são áreas de sucesso.
Assumo, não consegui elementos para perceber bem o que se passa nas pescas, mas por cá já nem temos fábricas de conservas de peixe e, do outro lado do canal, é ver para crer se o encerramento da única que ainda por lá subsistia vai desembocar de facto num novo investimento que seja uma boa solução para a economia local, inclusive para os Faialenses. Para já, em termos de transformação de pescado estamos parados e, nas exportações, dependemos da boa vontade da gestão da SATA, que penso nem ser preciso comentar. Pelo que, sinceramente, tenho muitas dúvidas que as coisas andem a ser um sucesso também neste setor!
Assim, enquanto se vai ouvindo os nossos governantes cantarem louvores pelo sucesso nos Açores da sua estratégia, o Faial, devagarinho, vai ficando parado a ver os outros a ultrapassarem-no com esse sucesso regional…
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