Nunca questionei o legitimidade do atual Governo e sempre defendi que se deveria esperar para ver o valor desta solução. Agora é evidente que foi revertendo as medidas impopulares de Passos sem implementar nenhuma reforma de fundo e se a Coligação já colhia louros com o recomeço da expansão económica global, Costa recebeu um ramalhete completo sem se esforçar para isso e teve a acalmia dos sindicatos que antes nada perdoavam
O ministro das Finanças vai leiloando dívida para comprar outra a menores juros, mas já Maria Luís Albuquerque fazia isso desde 2014. Mário Centeno com o aumento da economia a acelerar também acelera os adiantamentos ao FMI, mas a anterior ministra tinha começado com isso mais devagar pois o crescimento era mais lento.
Assim, o principal benefício do atual executivo face ao anterior foi dar lugar ao otimismo face à imagem pessimista a que Passos ficou ligado pelo discurso e austeridade e diga-se a esperança também ajuda à economia e à confiança no Governo e isto Costa fê-lo bem. Agora há um marketing comunicacional muito mais simpático do que o da Coligação anterior. Esta cortava nas despesas assumidamente e desgostava o público e sindicatos enquanto o atual coloca o dinheiro no orçamento, alegra o povo mas depois cativa-o para o mesmo fim e os sindicatos iam deixando isso passar.
Passos subia impostos diretos dizendo que era para pagar as dívidas do Estado, Costa sobe-os de forma indireta e diz que é para criar mais saúde e justiça social e muitos até ficam contentes com esta forma de lhes ir ao bolso.
Agora há duas coisas que pioraram significativamente: o assumir das responsabilidade políticas pelas atitudes, erros que naturalmente todos podem cometer, e a forma de gerir uma situação impopular ou de crise; nisto Costa e o atual Governo têm sido desde Pedrogão Grande uns aselhas de primeira, veremos se este não será o calcanhar de Aquiles da atual solução governativa.
[…] Neste post evidenciara semelhanças entre Centeno e Maria Luís Albuquerque (talvez escândalo para quem não gosta desta verdade e dos sindicatos que engoliram as cativações que são cortes no setor público) O atual apoio de Merkel à candidatura de Centeno ao eurogrupo só reforça o que disse. Se vier a presidir, enquanto por cá as coisas correrem bem, ótimo! Se não: então Costa deixará de poder atirar culpas eventuais exigências de Bruxelas. […]