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Archive for 16 de Novembro, 2016

O meu artigo de ontem no Incentivo, escrito ainda antes das declarações do Presidente da SATA que puseram a nu a estratégia que temi e alertei no texto de com sorrisos e desculpas esfarrapadas o Governo dos Açores atacasse o Faial naquilo que mais exigimos.

O ESSENCIAL AO FAIAL: LIGAÇÕES AÉREAS E PISTA

Nos dias a seguir às últimas eleições regionais tive a prova do medo de alguns Faialenses com a derrota do PS no Faial e deve ser este receio que explica porque, apesar de esta ilha ter sido tão maltratada ao longo de muitos anos pelo Governo dos Açores socialista, os residentes nesta terra insistissem em não mudar o seu sentido de voto.

Efetivamente, tanto por mensagens pessoais através das novas tecnologias, mas escondidas dos olhares públicos nas redes sociais, como por conversas privadas, diversos conhecidos meus, secretamente, expuseram-me o seu temor de que com a derrota do PS no Faial, precisamente quando a rosa conquistara uma nova maioria absoluta no parlamento regional, esta ilha viesse a ser ainda mais castigada por quem fora inesperadamente derrotado nesta terra.

Não sendo ingénuo, nunca excluí o cenário de retaliação, embora considere preferível que sejam os socialistas a aprender com a lição dada e passarem a atender aos pedidos dos Faialenses, pois mais importante do que os dividendos eleitorais que o partido do Governo dos Açores daí possa tirar, são mesmo os benefícios a esta terra pela concretização dos investimentos necessários à ilha.

Pelo menos nos primeiros tempos o PS-Açores tem gerido a derrota neste círculo eleitoral com uma diplomacia política que tanto pode ser bem-intencionada e o reconhecer que de facto tem de olhar para o Faial com outro cuidado e atender às reivindicações desta terra, como também pode ser uma estratégia para no início acalmar as suspeitas, os Faialenses baixarem a guarda e depois não atender ao essencial das pretensões da ilha, usando a forma que alguns dizem “a vingança serve-se fria”.

Por agora o PS-Açores manteve a proposta da Faialense Ana Luís para Presidente da Assembleia e reelegeu-a de facto, precisamente a cabeça de lista derrotada nesta ilha, e Vasco Cordeiro convidou ainda para um cargo de Secretário Regional um residente no Faial, o que já não acontecia há mais de uma década de governação rosa. Contudo, é preciso ter em conta que as principais reivindicações dos Faialenses nos últimos anos não se centraram na atribuição de cargos políticos a residentes nesta ilha, até porque neste jogo de cadeiras os ocupantes pertencem todos à mesma família partidária, o essencial pedido pelos habitantes deste círculo eleitoral foram as melhorias das ligações aéreas do Faial com o exterior dos Açores, aspeto que não se pode dissociar do aumento das condições de segurança da pista do aeroporto da Horta e é sobre estas reivindicações que não podemos baixar os braços e ficar desatentos.

Assim, só se pode considerar que efetivamente o PS-Açores não retaliou e aprendeu a lição das urnas dada pelos Faialenses se de facto desbloquear o essencial, ou seja, os aspetos estruturantes e fundamentais para o desenvolvimento do Faial.

Bem pode a Câmara Municipal da Horta falar de prémios recebidos ou distrair-nos com múltiplas pequenas iniciativas lúdicas, socioculturais e de aproximação política às populações. Bem pode o Governo Regional ter residentes nesta ilha no seu seio (o que já foi norma no passado) ou executar obras encolhidas no maior porto desta terra e até implementar outros projetos de fácil concretização e enchem os olhos das pessoas a curto-prazo; que se o PS-Açores não desbloquear o difícil e essencial ao futuro desenvolvimento socioeconómico do Faial: que é o aumento da segurança de operacionalidade da pista do aeroporto e uma melhor e maior oferta de ligações nesta infraestrutura, no mínimo sem a diminuição de ligações aéreas com o exterior do Arquipélago quando comparado ao que já tivemos há poucos anos atrás, sem isto: nada feito!

Os Faialenses já não são crianças para que os governantes sintam que podem oferecer pequenos rebuçados para os contentar a curto prazo, apaziguando a insatisfação das populações e desviar a atenção do que é o essencial e difícil de levar a cabo, mas possível se de facto houver boa vontade e determinação política.

Este ano o aeroporto, apesar de tantos cancelamentos, voltou bater o seu recorde de circulação de passageiros, mostrando a atratividade desta terra que seria mais potencializada sem as restrições operacionais existentes, que também afastam outras companhias que se possam interessar por ligar o Faial ao exterior e este bloqueio que tem de acabar, por muito trabalho político que tal exija, pois técnica e economicamente sei que é possível se a vontade do Governo dos Açores tiver como prioridade respeitar os Faialenses e sobre esta causa ninguém desta ilha, apesar das palavrinhas mansas e atitudes simpáticas no início do mandato, pode agora baixar os braços e deixar-se enganar por manobras que desviem a atenção do que importa para o futuro da terra dos Faialenses.

A Câmara Municipal que nos últimos tempos passa a ideia que luta pelo concelho em conversações não públicas, aonde falaria com os governantes e exigiria aquilo que não reivindica a bom som e às claras, tem agora um ano para demonstrar que esses contactos são mesmo frutuosos e a questão do aeroporto é desbloqueada de forma irreversível a tempo das próximas eleições autárquicas.

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