Há cerca de um mês manifestei o meu descontentamento pelo facto de uma fação do PSD, que tem criticado nos últimos anos através da comunicação social a deriva do partido para um liberalismo que consideram excessivo, no momento em que fechavam as candidaturas à liderança dos sociais-democratas e em que Passos Coelho já não era Primeiro-ministro, não ter aproveitado para se organizar e apresentar uma alternativa laranja na eleições internas e para o congresso que arranca no dia 1 de abril.
Curiosamente, se há um mês estiveram silenciosos e sem manifestação de candidatura para lutarem pelas rédeas do PSD, agora, que ainda nem se chegou ao Congresso, que as eleições para Presidente do partido já passaram, Morais Sarmento e outros em voz mais baixa, começam já a posicionar-se no terreno e a configurarem uma oposição à reeleição da liderança e da única estratégia que foi a votos.
Classifico esta uma atitude vergonhosa: calaram-se e esconderam-se no momento de proporem uma liderança e um estratégia para o seu partido, depois, logo de seguida começam ao ataque. Assim não! Deste modo não se corrige atempadamente as potenciais derivas liberais do PSD e cheira a oportunismo e taticismo doentio para tomarem o partido sem um confronto de ideias, apenas por desgaste do grupo que o tem liderado.
Há dois anos compreendia-se, não tinha lógica um partido que era governo tem uma liderança que se opunha ao seu Primeiro-ministro. Agora não, era o momento de criar condições para que todos os que se desiludiram ou nunca aderiram a este desvio liberal terem possibilidade de optarem por uma alternativa onde se revissem, mas quem tinha condições optou pela cobardia e taticismo de confronto fora dos locais próprios do PSD. Passos Coelho ainda vai iniciar uma nova liderança e já os potenciais futuros líderes me estão a desiludir no presente.