Há momentos em que a guerrilha política apenas prejudica inocentes e torna-os vítimas ainda mais desgraçadas pela falta de consenso e de bom-senso. Quando se chega a isto está-se perante o mais baixo grau do confronto político e este é o caso em torno da norma do Orçamento de Estado de 2016 que aprova a disponibilização de verbas, acordadas pelo anterior Governo, para apoiar os Países inundados de refugiados que querem entrar na Europa nos custos inerentes a este desastre humanitário na Turquia e Grécia.
Este problema é aquele onde todos os políticos se agarram aos seus fundamentos ou interesses partidários sem escrúpulos do mal que possam provocar nos refugiados de uma guerra e à miséria e onde a Europa tem muitas culpas e não quer arcar com todos os custos sociais e políticos que a situação acarreta.
O PSD tem culpas porque não é lógico que a troco da decisão de não apoiar em nada as medidas do atual Governo que resultou de uma frente para tirar o partido laranja do poder, está disposto a até votar contra medidas que vieram dos seus compromisso quando foi executivo e em prejuízo dos refugiados que estão alheios a este confronto.
O BE tem culpa porque sabe que o compromisso que levou António Costa a Primeiro-ministro, após este ter perdido as eleições para Passos Coelho, tem de implicar cedências das partes envolvidas, como é inerente a qualquer acordo, e não é lógico que por defender um apoio a uma estratégia de gestão do problema mais abrangente não esteja disponível para aprovar uma medida intermédia que tem como consequência a eliminação de qualquer apoio menor em prejuízo dos refugiados que estão alheios a este confronto.
O PS tem culpa porque crispou em excesso a sua relação com o PSD, assumindo ostensivamente que não necessitava de qualquer apoio do partido que despojava do Governo e vencera as eleições sem ter salvaguardado todas as condições que precisava para levar o seu programa e compromissos criando assim condições para que o seu confronto resulte em prejuízo dos refugiados que estão alheios a este confronto.
Terão culpas o CDS e a CDU se as suas posições neste campo ao forem semelhantes às do PSD e do BE precisamente pelos mesmos motivos que referi para estes dois partidos respetivamente.
No fim serão sempre pessoas vítimas de uma guerra que voltam a ser desumanamente vítimas de uma guerrilha política onde parece que o humanismo que deve presidir à política é um valor ausente em todas as partes.
Adenda
PS muda a fórmula de apresentar o apoio à Turquia e Grécia como uma alteração do modelo do PSD no novo orçamento e este por abstenção viabiliza o donativo. Algo que os radicais de esquerda não cederam nem uma vírgula, justificando mais uma vez o epíteto de radicais.
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