Se Costa sobreviver à guerrilha interna, o que não é tão improvável assim, deve estar a pensar numa solução que não o fragilize a médio prazo que de derrotado ainda com algum poder presentemente, depois torne o seu partido numa fraqueza de segunda dimensão nacional ao estilo do PASOK da atual Grécia.
Assim os cenários que tem pela frente são:
Une-se à esquerda radical anti-euro da CDU e da renegociação da dívida do BE ao estilo de Syriza seguindo a estratégia grega de 2015, uma tentação para muitos que por norma têm dificuldades de ver as coisas a longo prazo, será então erodido pelo centro que o torna num PASOK português com apoiantes quase exclusivamente do sua fação mais esquerdista;
ou
Une-se à direita do PàF que neste momento é a mais liberal de sempre, uma visão demasiado hostil à maioria dos eleitores, será então erodido pela esquerda que o torna num PASOK português quase unicamente com gente do centro comodista do centrão e de elite;
ou
Assume o papel charneira viabilizando por fora um governo à direita enquanto no seu jogo de cintura vai negociando coisas à direita para tirar proveito e desgastar o Primeiro-ministro, enquanto vai apoiando questões fraturantes à esquerda para esvaziar partes do BE e depois com um PS gordinho tira o tapete ao PàF e vai a eleições com força e arrebata o poder.
Claro que existem temperos nisto tudo do interesse nacional, mas António Costa da forma como atacou Seguro e depois da tareia que teve deve estar mais interessado na sua sobrevivência do que na de Portugal… mas se de facto tiver pruridos apenas poderá alcançar algo de melhor para o País negociando o que for mais conveniente sem se comprometer com o desgaste do executivo, uma tática com benefícios para os dois lados: o do PS a médio-prazo e o do País a curto-prazo.
Deixe uma Resposta