Já tenho dado a entender nesta reforma dos transportes aéreos nos Açores que se podem dizer coisas teoricamente boas que na prática até são negativas.
Os autarcas e empresários do Faial solicitaram um aumento de voos nas ligações Horta-Lisboa-Horta em julho e agosto, eu sei que tal será muito difícil ou mesmo impossível com a frota atual da SATA, mas o Secretário Regional cobardemente não tem coragem para referir este constrangimento que mancha a aplicabilidade do seu modelo, até porque não mostrou abertura para apoiar o aumento necessário desta frota ao contrário da opção dispensável por dois grandes navios e então dá a volta à questão respondendo que o número de lugares disponíveis até aumenta.
Claro que quem não sabe o truque não percebe a subtileza, é que os aparelhos com que a SATA opera nesta rota levam mais umas dezenas de passageiros, de modo que com menos viagens pode-se transportar mais pessoas. Só que não é a mesma coisa termos mais ligações disponíveis, que aumenta a possibilidade de haver viagens que contentem a procura, e ter menos alternativas com maior oferta individual, dificultando a compatibilidade de horários às necessidades do utente.
Assim, disfarçadamente, com um truque subtil em molde de desculpa, mata vários coelhos de uma só vez: não se disponibiliza a aumentar a oferta de ligações entre a Horta e Lisboa; não expõe uma das razões da menor operacionalidade dos aviões da SATA que assusta os passageiros; deixa por satisfazer vária procura que vai preferir São Miguel a contento da ilha com maior número de eleitores; dificulta o cumprimento da taxa de ocupação dos aviões que pode justificar no futuro a mais reduções do número de viagens que a longo prazo esvazia a gateway da Horta e inclusive do Pico e assim criar condições para transformar Ponta Delgada na plataforma de passageiros nos Açores. Aquele objetivo oculto cada vez mais evidente
Não acredito em teorias da conspiração, mas que elas existem… existem.
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