Todos sabemos que por norma os Portugueses ganham mal e os médicos apesar de gerirem a formação de novos médicos a conta-gotas nas Universidades não são uma exceção, apesar de mesmo por esta gestão já terem vencimentos acima da média dos restantes profissionais, tanto no setor público, como privado, e não me me preocupa que ganhem mais, desde que todos os outros grupos ganhassem pelo menos dignamente.
Foi a escassez de médicos e a recusa de ida destes para zonas do interior do País que levou à “importação” de médicos cubanos de forma protocolar com Cuba, bem como à imigração de forma mais ou menos individual de outros vindos de nações diferentes, sobretudo do Brasil, Espanha e América Latina.
Alguém esperava que os médicos vindos de um País estrangeiro ao abrigo de um protocolo inter-estadual por urgente carência de médicos em Portugal, dada a necessidade extrema viessem em condições financeiras mais vantajosas para Portugal do que os que cá estavam? Se sim, ou é ingénuo ou não percebe que em situações de grande necessidade o preço é logo o meio normal de explorar quem precisa.
Os principais problemas que vejo na denúncia de agora sobre os médicos cubanos são dois:
– Portugal precisa de formar mais médicos, uma das poucas classes onde não há desemprego por gestão controlada da própria classe.
– O segundo ouvi num canal de TV, relaciona-se com o facto de haver um excedente de médicos em Cuba e ser este país não capitalista quem mais capitaliza com o gastos do nosso País nesse acordo, explorando a mão-de-obra dos médicos cubanos que envia e na prática estes, a título individual, ainda ganham menos do que os médicos Portugueses que cá estão no setor público.