Meu artigo de hoje no Incentivo:
ORÇAMENTOS E ESTRATÉGIAS DE LISBOA ATÉ À HORTA
Não li nem uma linha do plano e orçamento para 2014 do Governo da República, mas tenho quase a certeza que se viesse aqui dizer mal daquele documento que desconheço teria o apoio de quase todos os leitores deste artigo, incluindo da ampla maioria que, tal como eu, também não o leu.
Por fazer parte do Conselho de Ilha, que teve de emitir parecer ao plano e orçamento do Governo dos Açores para 2014, já li todo este documento que, apesar de prever gastar mais dinheiro no próximo ano na Região: reduz o investimento para o Faial, não inclui a continuação da variante à cidade da Horta, nem o tão propalado polivalente da Feteira, nem a recuperação das termas do Varadouro, nem a reabilitação da estrada regional entre Ribeira do Cabo – Largo Jaime Melo – Ribeira Funda e é confuso para se saber se propõe alguma coisa para a frente marítima da Horta ou para se criar emprego de forma sustentável; mas se eu vier aqui criticá-lo, provavelmente alguns ainda arranjariam desculpas para o defender.
Infelizmente, pela razão de conhecer o orçamento do Governo dos Açores para 2014 e pelos sinais que dá de desinvestimento no Faial, tenho argumentos válidos para escrever que este documento deveria preocupar os Faialenses, mas já me habituei a que se perdoem os erros socialistas e estes aproveitam-se disto muitas vezes em prejuízo da nossa ilha.
Espero que nas alterações que ainda se podem fazer no orçamento regional na Assembleia Legislativa: se esclareçam as dúvidas, se prevejam verbas para os projetos omissos e as intenções agora pouco pormenorizadas para o desenvolvimento da economia fiquem detalhadas. Espero ainda que depois da versão final melhorada, tudo o que lá ficar escrito se execute em 2014, já que nem tudo o previsto para o Faial em 2013 está a concretizar-se e é a nossa ilha que fica a perder.
Contudo, mesmo sem ler o Orçamento de Estado, ouvi o suficiente da Ministra das Finanças para saber que nem só as enormes dívidas e compromissos do passado são culpados dos grandes sacrifícios que o Governo continua a impor aos Portugueses em 2014. Também Passos Coelho foi incapaz, no quadro constitucional existente, de reformar o Estado como se propunha quando foi a eleições e dizia ser esta a principal via para a redução da despesa pública e equilíbrio das contas em alternativa ao aumento de impostos e ao corte de salários nos funcionários públicos e nas pensões. Pior, até deu a entender que conhecia e sabia o modelo de mudança a efetuar no País e a segurança com que o dizia nada tinha a ver com o experimentalismo e incertezas com que tem tentado fazer reformas avulsas e essa falha pesa fortemente no atual orçamento de 2014, mas, ao contrário de outros, a minha coerência política não desculpa este erro do Primeiro-ministro em quem acreditei.
Falta ainda conhecer o Plano e Orçamento da nova Câmara Municipal, agora sobre a Presidência de José Leonardo, cujos atrasos são normais e legais em ano de eleições.
No seu discurso de tomada de posse o novo Presidente não começou bem. Aceita-se o orgulho da vitória, mas para quem tinha antes o pelouro do abastecimento de água e negou a existência de problemas na qualidade desta durante a campanha e não esclareceu nem abriu os reservatórios a candidatos vencidos como pedido e a seguir às eleições a maioria da população da cidade é avisada da contaminação da água por bactérias que vêm das fezes de animais; para um vencedor que vinha de um mandato num elenco que quase só deixou obras de vésperas de eleições e um município cheio de dívidas; não fica bem ser arrogante para com os que no passado criticaram a Autarquia e emitir juízos sobre estes, para logo a seguir apelar à participação de todos e sem um qualquer pedido de desculpas às pessoas por à mesma hora em que dizia isto não estar garantida a qualidade da água abastecida na cidade e na freguesia em que falava.
É ainda muito cedo, José Leonardo tem todo o mandato para se corrigir e criar em torno de si a unidade, diferente de unicidade, que ali defendeu e assim conseguir que todos juntos lutem em prol do Faial. Faço votos para que se emende para bem da nossa ilha.
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