Não fiz segredo da minha preferência eleitoral, pelo que assumo que o partido e a candidata em que votei para Presidentes do Governo dos Açores perdeu, mas também nunca manifestei qualquer esperança em vencer porque nunca acreditei em tal, pelo que não fui surpreendido pela vitória do PS.
Não escondo que esperava um melhor resultado do PSD na ilha de São Miguel, sobretudo no concelho de Ponta Delgada, afinal o Faial obteve um excelente resultado para este partido, ilha que era a minha amostra e por onde fui surpreendido pela positiva e onde há muito existe um histórico PS acima da média regional, ao contrário do que na realidade aconteceu em 2012.
Não se pode pensar nos Açores que os partidos regionais que integram aqueles que ao nível nacional apoiam o Governo da República não sofrem com a popularidade ou falta desta ao executivo e como a governação do último mês foi um descalabro total no modo de fazer política e de comunicar com o povo, é normal que PSD-Açores e PP-Açores sejam penalizados pelo desastre que foram os últimos tempos do executivo de Passos Coelho.
Mesmo assim, apesar do PS-Açores capitalizar do descontentamento com o Governo da República, Berta Cabral consegue um melhor resultado e mais deputados que nas anteriores eleições, enquanto o CDS-PP, após demonstrar falta de lealdade dentro da coligação nacional e inclusive no modo como atacou o PSD-Açores, foi intensamente penalizado pelo seu péssimo comportamento populista e falta de solidariedade institucional.
Os Açores ficaram mais bipartidos e com um centrão mais forte e os resultados da Plataforma de Cidadania foram dececionantes e piores do que aqueles que eu perspetivava. Sinal de que os Açorianos ou não compreenderam ou não gostaram do modo como este elaborou a sua estratégia apartidária, algo que devem refletir, pois penso que têm um espaço muito importante a desenvolver nos Açores.
O PS terá nos Açores o teste de iniciar um mandato em crise financeira e provavelmente o começo da desilusão dos que acreditavam que os socialistas podem governar sem austeridade, pois agora não têm a desculpa de serem minoritários, nem podem culpar o mandato anterior e será difícil continuar a culpar sempre o Continente. Por hoje, está de parabéns.
Parabéns pela análise que subscrevo. Quanto à Plataforma de Cidadania ao contrário de outras opiniões, também, revejo-me na sua análise. Foi um fracasso, sobretudo, se atendermos aos votos em branco.Os objectivos não foram conseguidos e como movimento apartidário teremos que tirar as devidas conclusões.Penso que não faz sentido ter uma leitura politica dos resultados visto estarmos perante um movimento civico. Os votos em branco, superiores aos da Plataforma, disseram não ao movimento, daí pensar que o espaço apartidário ficou esvaziado. Abraço Rui Simas